sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

10 de Dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos


Direitos Humanos e a Pobreza
                       Delasnieve Daspet*


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Dez  de dezembro é o dia dos Direitos Humanos.
O que há a ser comemorado?
Há muita fome, muita sede, muita insegurança, muitas guerras, opressões, indiferenças pelo mundo todo. Em todas as pessoas, em mim e em você.
São vários os temas a serem  debatidos  na ótica dos Direitos Humanos, entretanto, creio que a pobreza é o mais grave problema da violação de tais direitos.
A pobreza é causa e produto, pois aqueles que têm os seus direitos fundamentais negados são, certamente, os pobres, e, em seu bojo vem à discriminação, ao acesso desigual aos recursos, a estigmatizarão social e cultural.
Ainda não se vê a pobreza pelas lentes dos direitos humanos, mas sim, como uma responsabilidade dos pobres, e, os governantes, geralmente, nada fazem.
Os governos e suas políticas erradas para o combate a pobreza são, na minha visão, os grande culpados por esta situação.
Enquanto não houver interesse político, a pobreza continuará, e, os governos que se comprometem, por tratados internacionais, a fazer da pobreza coisa do passado, nada fazem.
Ao contrário, se humilha o pobre. Isso é o que acontece aqui no Brasil. O pobre é humilhado em sua dignidade com as “bolsas” de todos os tipos. O pobre não necessita de caridade e sim de boas políticas públicas e, ações  de toda sociedade.
A inclusão não é uma questão de caridade, mas de vontade.
Devemos compreender que os direitos consagrados na Declaração Universal dos Diretos Humanos significam muito pouco para os bilhões de indivíduos que vivem à margem, vulneráveis, com fome, doentes, sem emprego, etc...
Se olharmos a pobreza baseado nos Direitos Humanos poderemos dar independência aos mesmos, ajudá-los a obter conhecimento e condições para regerem suas vidas.
O problema será erradicado quando a educação, a saúde, a segurança e o emprego chegar a todos.
Aí, então,  os Direitos Humanos  serão aplicados aos indivíduos.
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E, é em nome dos famintos,
Dos que sentem frio,
Dos que se revoltam,
Dos que morrem abandonados,
Dos que sonham,
Dos que buscam a paz;

Em nome dos que falam em silêncio,
Do olhar aflito,
Dos humilhados pelas esmolas,
Dos que dormem ao relento,
Dos que a fome lhes dói,
Dos que estendem as mãos aflitas,
Dos que gemem de dor
Dos que choram lágrimas de medo;

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Em nome dos sonhos mortos,
Dos que dormem na chuva,
O sono miserável dos esquecidos,
Ofereço estes versos como um diálogo de paz.
Ofereço a minha voz para que se rebelem
Contra todas as xenofobias e discriminações;
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Ofereço meu canto de liberdade para que
Todos tenham o direito de ser humano,
E, fiquem livres da opressão, da tirania e do medo;
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Ofereço minhas mãos para que nos liberem das dores
Da indiferença, das guerras e do terrorismo;
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Ofereço minha força
Para eliminar as exclusões e injustiças..
Divido meu pão
Com aqueles que a fome  destrói;
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Ofereço o meu cobertor para que se agasalhem
Da chuva e do vento que os acolhe nas ruas;
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Ofereço meus versos, meu bem maior,
Para a construção de uma herança de paz.
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Entrego a minha poesia como semente,
Que ela germine na chuva, ajudando a diversidade e a biodiversidade;
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Entrego minhas canções para que se diluam nos ventos,
Nas águas, nas matas, no fogo, e, enfim,
Aniquile a gaiola, a prisão silenciosa, que atordoa
O invisível!
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Ofereço meu canto de paz e me associo a harmonia que induz o PAZEAR:
Eu pazeio!
Tu pazeias!
Ele pazeia!
Nos pazeamos!
Vos pazeais;
Eles pazeiam.
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**Delasnieve Miranda  Daspet de Souza
Embaixadora Universal  da Paz
no âmbito  do Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix
Ativista de Causas Humanitárias, Ambientais,  Sociais e Culturais
Campo Grande-MS, 05.12.10

5 comentários:

  1. POESIA (TROVA)


    DESTROS CAMINHOS RISONHOS

    SEM ÁSPERAS REBELDIAS

    RELUZO OS OLHOS TRISTONHOS

    AO SOM DAS LINDAS POESIAS


    ANTONIO PAIVA RODRIGUES

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  2. Comentário de Eron Freitas

    Cara amiga, belo artigo. As pessoas pensam que "direitos humanos" estão ligados apenas à defesa de criminosos... A dimensão é muito maior... está em todos os segmentos da atividade e da sobrevivência humanas, como vc tão bem descreve neste artigo. Uma beleza. Obrigado. bjs
    --
    Eron Freitas

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  3. Comentário de Valdir Ramos:

    Realmente, nada há que comemorar, a não ser ironizar a insensatez, a ganância, a impáfia, a petulância, o descaso, o deboche, a avidez, a soberba e tantos outros adjetivos direcionados a todos os que detêm o poder público, em cujas mãos teoricamente deveria estar a solução para todas as necessidades humanas, mas que no entanto se aproveitam justamente para o enriquecimento individual em detrimento do descaso e da miséria que assola o mundo. Porém, dia virá em que não veremos a fome e a pobreza extrema, a destruição da natureza, e o pão será repartido irmamente entre todos os seres humanos. Neste dia! Sim! Neste dia, poderemos dizer: Somos seres humanos na expressiva concepção da palavra. E toda a humanidade existirá em uma só união sobre essa maravilhosa Terra.

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  4. Comentário de Ilka Vieira:

    Parabéns, minha adorada amiga;
    fostes buscar o tema de maior valia
    para os teus sempre utilíssimos textos.
    Palavras comoventes, impossível não sensibilizar!
    Afinal, é o que vens fazendo no decorrer
    da tua luta e já fazes uma imensa parte.
    Sempre orgulhando-me de ti com o carinho
    e respeito que mereces.
    Abraço muuuuito forte,
    Ilka Vieira

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  5. Comentário de Sergio Apolinário:

    Parabéns, DD.
    Não só belo é o texto, como também justo e real.
    Beijos, abraços,
    Sergio

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