domingo, 15 de julho de 2012

MEMBRO: MARIA BARROS


Maria Barros
barros.mariabarros@gmail.com
Rio de Janeiro - RJ
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Sou Maria Barros, nasci em Minas Gerais e moro há 37 anos na cidade do Rio de Janeiro. Sempre gostei de escrever e liberava minha criatividade nas redações escolares que muitas vezes eram destaque nos murais das escolas, mas nunca guardei meus trabalhos, o qual sinto muito! Apesar da facilidade nas composições de textos, tinha o desejo de escrever contido, parecia-me encoberta pela rotina atarefada de meu cotidiano. Depois de uma longa fase de melancolia com a viuvez e através da tecnologia, resolvi dar extensão aos meus sentidos, quando que, por magia, aflorou-me um encanto novamente e emergiu de mim a poetisa há muito adormecida. Tenho alguns trabalhos prontos na gaveta, muitos outros em meus blogs e em sites e tenho duas antologias lançadas e algumas propostas para um livro solo [ a pensar]. Estou sempre estudando para melhorar meus textos e isso é muito prazeiroso para mim!
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CASTELO D’AREIA!
(Maria Barros)
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Inda quedam-na vivas na memória,
Cada segundo seu feito quimera!
Inda quedam-na fios dessa história,
que o tempo não quietou-se nessa espera!
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Desengraçado! Peca-lhe o desgosto,
o tempo de vileza aos olhos dela!
Construíra castelos ao seu gosto,
[sorria, pois a vida lhe era bela!]
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Deita-lhe hoje a noite desditosa!
Sofrimento de mártir lhe acomete...
Não há mais o que lhe toca, complete!
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O seu coração pétreo e alma chorosa,
que inda ama o que foi seu feliz passado,
tem na saudade, um triste adeus calado!
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AO TREMELUZIR DO INVERNO!
(Maria Barros)
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A tarde segue triste e nebulosa,
num luzir que traspassa a frialdade...
Lá fora a natureza caprichosa,
tremeluz na ebriez da vanidade!
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É o inverno que já vai chegando manso!
Com seu jeitinho inóxio, afetuoso,
traz consigo aconchego, traz remanso,
traz seu cio, num estro estimuloso!
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Inverno que aquecido nos abraços,
arde em fogaréu da paixão e sonho!
Inverno que se estreita em fortes laços!
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Ahhh! Quanta solidão há de abafar
todo o coração gélido e tristonho,
no silenciar de seu madrugar!
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PÁSSARO AZUL
(Maria Barros)
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Te via, tal qual um lindo pássaro azul
Que se desprendia d’um pedacinho do céu,
Voando sem rumo, sem norte e nem sul!
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Tentava alcançá-lo pra te aninhar
E entre minhas mãos te embrulhar
E com muito carinho te amanhar...
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Você quase pousava em mim...
Mas eu via medo em seu olhar,
Receavas que eu fosse prisão, o seu fim!
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Eu ficava te olhando voar sem rumo,
Às vezes, cansado, caias e ferias...
Era difícil se manter no prumo!!!!
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E sem poder correr e te alcançar
Fazia do meu desejo, um Anjo descer...
E te entregar meus braços pra te abraçar!
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Eu via que você a tudo entendia...
Que sabias que não queria te machucar,
Só queria rumar esse voo de agonia!
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Quem sabe depois, livre e confiante,
Você aceitasse as mãos que eu te estendia...
Ah! Irias em frente, sim! Magnífico, gigante!
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Eu tentei! Muito te chamei e esperei....
Eu vi um bando passando e te levando...,
Você seguiu seu destino sem mim... Acordei!
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24 comentários:

  1. ONDE ANDARÁS!?
    (Maria Barros)

    A manhã nebulosa vai seguindo...
    E o tempo que não para me maltrata!
    E vou me equilibrando, me iludindo
    Na estação vorticosa, tempo acrata!

    E meu coração triste e fatigado,
    antes tão palrador, hoje tão mudo,
    não sabe o que fazer [pobre coitado]
    do amor que de vós, antes era tudo!

    Olho desanimada para o céu...
    E no infinito de sua manhã,
    Desnudo meu desejo de seu véu
    E pergunto à saudade guardiã:

    - Onde está meu amor que já me esquece?
    -Em que braços não meus, ele anoitece!?

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  2. O SILÊNCIO QUE NÃO SE CALA!
    (Maria Barros)

    A voz secreta que me acolhe e chama
    Que me incita que me faz viajar
    Não há de ser a voz do amor e drama,
    [que o amor é drama na trama d’amar!]

    Na noite que se esconde co’a ilusão,
    Que o universo conspira e me afogueia...
    E o doce idílio puro e sem razão
    Enrosca-me nos fios dessa teia!

    Oh, gosto extravagante de meu gosto!
    Capricho que me toma toda noite!
    P’ra que amanhecer!? P’ra que esse reposto!?
    Deixe-me ser eterna flor-da-noite!

    Mas, amanhece! Meu sonho adormece!
    E a voz do amor não dorme e nem se esquece!

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  3. RECORDAÇÕES E DESEJOS!

    (Maria Barros)

    Vai caindo a tardinha preguiçosa,
    D’um domingo monótono de inverno!
    No abajur de luz morna e bonançosa,
    Um reflexo faz sombra de meu interno!

    Esse interno repleto de ti, amor,
    Que adivinha em meu olhar o claror trépido
    Das lembranças não mortas d’um ilusor,
    [coração dominado sempre é lépido!]

    Não tem jeito e nem sei se tem acerto!
    Você foi caminhando junto ao tempo
    E eu parei pra sonhar e me reverto!

    E que importa se nessa tarde morna,
    Eu querendo sonhar e contra o tempo
    Desejar sua volta! “E a paz retorna”!

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  4. ... E VOCÊ FICOU...!

    (Maria Barros)

    Veredas que esses pés não percorreram
    Sequer compartilharam ansiedades...
    Margeadas por flores que morreram
    Antes de adornar fins dessas saudades!

    Deixar-me cativar por esse amor,
    trouxe-me tanta paz, tanta alegria!
    A esperança levava-me num andor
    Feito de sonhos puros de acalmia!

    Esses caminhos, hoje, tão distantes!
    Onde meu olhar não pode alcançar
    fazem meu coração inda voar!

    Quando o amanhã desperta nesses instantes,
    Não me entendo sem ti, não sou sem ti...
    ... Serdes saudades que eu me consenti!

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  5. SOU...
    (Maria Barros)

    Sou madrugada que chega e condena...
    Exórdio d’um poema inacabado...
    Sou dente de leoa dessa arena,
    Sou drible desse tempo já esgotado!

    Sou, porque sou assim mais eu e só!
    Ser pensante d’um tema, “solidão”,
    Que faz da vida, um doce de jiló!
    [Mistura que alimenta o coração]!

    Sou rimas que conotam cada verso
    Deste soneto em mim, quase tristeza!
    Tão repleto de ti! Oh, meu universo!
    Pois és crueza de minha careza!

    Sou tudo e nada, pois és o meu inteiro...
    Mas repleto em ti, que é o meu viveiro!

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  6. SÓ P'RA TE FAZER PAIXÃO!
    (Maria Barros)

    Dentro da transparência de meu véu,
    a brancura da pele já atrevida,
    numa tremulação insana em foguéu,
    travessa, te enlouqueço, sou bandida!


    Impetuoso, te sinto, meu macho!
    Olhas-me com um olhar particular
    d’onde vejo soltar raios de facho!
    Alucinado, teso, por me amar!


    Sabes tanto de mim! Tua, sou nua!
    Sei que ardemos na louca fantasia...
    Realidade mais minha que sua!
    Amorfia que em noites, não morria!


    Veja amor! Essa louca sedução!
    Fantasiei..., p’ra te fazer paixão!

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  7. O TEMPO NÃO SE IMPORTA
    (Maria Barros)

    Ao toque na porta, que o tempo de tão longe o transporta...
    E se agora, o que importa!
    Se o meu coração possuído de paixão se corta em mil pedaços e suporta!
    E se agora, o que importa!
    Eu, do lado de cá, estremeci ao som que não esqueci,
    Eu não esqueci! O que importa!?
    O som que ouço à porta é o mesmo som onde me aqueci!
    Eu não esqueci! Eu nunca esqueci!
    O som que ouço à porta é o som d’onde de amor endoideci...
    Eu não esqueci! Eu nunca esqueci!
    O som que ouço à porta tem o som do coração,
    Que me atiçou a ilusão e me fez cantar a vida
    Num som tão diferente da que escrevi!!!!
    Eu não esqueci!! Eu nunca esqueci!!
    O som que ouço à porta, tão indefinido, tão mudo,
    Tem o som das incertezas em um ritmo de tristezas...
    Veio das saudades e de suas profundezas!
    É que não esqueci! Eu nunca esqueci!
    O som que eu ouço à porta é o som onde nasci e morri...
    Eu não esqueci!
    O som que ouço à porta,
    Corta em mil pedaços o meu coração, que suporta!
    E se agora o que importa!?
    Não alcanço a porta, que o tempo não se importa... ( não se importa...)
    Mas não esqueci! Nunca esqueci!!!!

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  8. VENTURA FUGAZ
    (Maria Barros)

    Inda que se fizesse de alegria,
    Dos olhos não soltavam os seus risos!
    Inda que se fizesse muito amada,
    Do rosto não se abriam seus sorrisos


    Ainda que seu canto divagasse
    E do nada explodissem ecos ávidos,
    Todo o corpo, quiça se completasse
    Se os desejos já não tivessem plácidos!


    Noutros tempos de mui sofreguidão,
    Fora tão feliz o seu coração!
    Hoje apenas saudade restou Dele!


    Se tristezas refletem nos seus espelhos
    Foi desse tempo que a pôs em joelhos!
    Nascera pra ser só ela [sem Ele]!

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  9. ENIGMA MUDO
    ( Maria Barros)

    O olhar q’antes tão preso, divagou...
    O sorriso esquecido, já espalhou-se!
    Todo o corpo acordou... tudo voltou!!
    O que guardara pra si, aflorou-se

    Não! É só ilusão d’um doce desejo!
    É só a saudade que já enlouquecida
    vê diante de si o amor em seu prevejo!
    Lindo! Seus olhos brilham diante à vida!

    Num impulso involuntário, armou-se em asas,
    numa vontade louca de alcançá-lo!
    Dizer-lhe: Por Deus, TE AMO! E arromançá-lo...

    Mas seus silêncios tal qual a lonjura
    fê-la cair da doce voadura
    com o olhar já nublado em lágrimas rasas!!

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  10. * CHAMPAGNE COM MORANGOS E TALS! *
    (Maria Barros)

    Quando penso em você, penso bobagens,
    Penso nós dois safados, afrodisíacos...
    Quando penso em você, penso viagens,
    Penso nós dois sedentos, puro orgíacos!

    Quando penso em você, penso em odores,
    Penso nós dois suados, em desportos...
    Quando penso em você, penso sabores,
    Penso nós dois gostosos, semimortos!

    Se em pensar tanto assim, nesse teu corpo
    que me transtorna, tira-me o juízo,
    faz-me querer o que não ouso ter...

    Juntando essa vontade [corpo a corpo],
    E a delícia d’amar que me é preciso:
    Vamos juntar nós dois e deixa arder...!

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  11. SONHOS! A HORA DE ESQUECÊ-LOS!
    (Maria Barros)

    Se na vida aprendemos a sonhar...
    Cultivar com esperanças as utopias,
    Navegar nesse doce emaranhar
    Que é o oscilar das marés das alegrias!

    E se os sonhos nos são tantos momentos,
    Que no caminho vamos festejando...
    Sorte, luta ou magia dos tormentos
    Que na doce ilusão vai nos levando!

    E nesse levar vamos navegando
    Em dias de Sol ou nas tempestades...
    Que aos poucos vão passando e vão passando...
    É quando os sonhos morrem nas saudades!

    A verdade é que sonhos tem idade
    E a hora de esquecê-los! upgrade !

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  12. “Meu rosto em teu olhar e,
    o teu no meu reflete.
    E do manto do rosto o coração se veste.
    Um par de hemisférios que melhor se complete.
    Onde há, sem norte ou declinante oeste?
    Em desigualdade tudo que morre está.
    Se nosso amor é um só e formamos um par;
    De Amor tão igual ninguém morrerá”
    (Tristão e Isolda)

    INSPIRADO NO LENDÁRIO E MARAVILHOSO ROMANCE QUE ENVOLVE O CASAL TRISTÃO E ISOLDA, QUE ME INSPIREI E COMPUS O SONETO:
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    “MAIOR QUE A VIDA E A MORTE”
    (Maria Barros)
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    Há os amores que se inundam pelos instantes
    e afogam-se no agito da paixão...
    Há os amores que são eternos, relutantes...
    “VALENTES, não se perdem na amplidão”!

    São os amores heróis que a tudo superam!
    São os amores refletidos num só espelho!
    Amores que a razão e encanto os couberam!
    Amores que a lealdade é seu conselho!

    Amores que sofridos não se esgotam!
    Se quando sufocados, mais se mostram!
    E nas rusgas comuns não se derrotam!
    Diante o mau do veneno não se prostram!

    Pois, como as madressilvas co’as aveleiras,
    um sustenta o outro por eras inteiras!

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  13. POR QUE NÃO OUÇO CANTOS DAS CIGARRAS!?
    (Maria Barros)


    O domingo esvai quente e vagaroso,
    n’um verão sem os cantos das cigarras...
    Tal qual eu num marasmo preguiçoso,
    Anoitecendo o dia em vão,sem narras!

    Penso em ti! Ai de mim se não pensasse!
    Tal qual, sem canto alegre das cigarras,
    Sem pensar em ti, meu ser acinzasse,
    Acostumado ao doce dessas amarras!

    O céu aqui já se nubla em negrume
    E essa imensidão lá fora me assusta...
    Ai, se tu não tivesses aqui em mim!

    Talvez meu tempo não pusesse em rume
    Talvez brigasse com essa vida injusta...
    ”Talvez cantasse pro meu amanhã, enfim”!

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  14. PELOS OUTONOS DA VIDA!
    (Maria Barros)

    Lá fora o tempo inconstante, hoje mais ameno, driblava o Sol com nuvens espessas. Já é outono e graças às últimas frentes frias que alternaram todo o verão mais quente que ELA tenha conhecimento [ora com calor de 42° com sensação térmica de 50°, ora batia frente fria e a temperatura despencava para 25° com sensação térmica de 30°] faz com que o início de outono ainda esteja com cara de final de verão... ELA já sentindo os primeiros efeitos do outono em si, inquieta-se! Ainda questiona esse seu temperamento outonal que a seu ponto de vista já era para soltar ao inverno faz tempo! Vive só! Pra que ser outono? Já dera os frutos que quisera dar e o amor já incumbira, faz um tempo também, de desfolha-la, voou pedaços por todos os lados, tal quais folhas ao vento! Os pedaços? Alguns voaram para tão longe, que não há mais como resgatá-los! Não há como ser completa, sem metade... Ainda assim, o outono mexe com todo o seu ser Mulher e atiça-lhe os hormônios... Abraça o próprio corpo e como se o Sol que lhe atiça o outono a escutasse, vai falando enquanto gira e sussurra e declama:

    “Oh, Sol voluptuoso lá da rua,
    temperamental, lúdico e atrevido...
    És o mesmo que deseja-me tão nua!
    És o mesmo que me sanha destemido!

    Inquieto-me! Você me acerta em cheio!
    Teu clima que me inclina sobre o leito,
    faz-me chamas por ti, por ti me ateio!
    ... e voam meus véus! Tudo está perfeito!

    E minha natureza feminil,
    sobre lençóis de folhas coloridas
    que enfeitam solos sob um céu anil,
    vai marcando a estação, em mim, vividas!

    Prenhe, sigo os outonos dessa vida!
    Sou tua em flores, em frutos, despida!”

    Não sabe a mulher, quanto tempo ficou ali nesse delírio! Por ser natureza viva, prenha-se de amores nas lembranças dos outonos já vividos! Foram tantos! Mas a mesma força da natureza mulher dentro dela, não deixa morrer esse verão que sem tréguas, vai lhe seduzindo por todo outono que se sobrepõe no inverno até se dividir na primavera, pois é uma flor!

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  15. TE ENCONTRO...
    (Maria Barros)

    A tarde que passeia calma e morna,
    Vai encantando meus olhos de você!
    E uma saudade vem e me suborna,
    Como se eu não soubesse o seu por quê!

    Ao longe a melodia que convida
    Lembra-me voos d’um baile feito sonhos...
    Um luxo em sonhos faz-me distraída...
    “Saudades desses meus dias risonhos!”

    Ao olhar que sem querer meus olhos cruzam
    Eu vejo neles o teu olhar de amado!
    Os risos em semblantes que me luzam,
    Vejo neles o teu riso adorado!

    Eu sei que será para sempre assim,
    Se quero te esquecer, ”chegas até mim”!

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  16. A CADA AMANHECER!
    (Maria Barros)

    Ao principiar desse dia gris,
    Com seu natural inda bonançoso...
    Na luz do sol que já nasce assedioso!
    Mas dá pra sentir forças já febris!

    Fascina-me a visão desse espetáculo,
    Como presença que sonha em mim!
    Mas o meu coração pobre habitáculo
    Não alcança essa beleza tal e tão afim!

    Daí, desse horizonte de ilusões...
    Tão real! Onde te vejo sorrindo
    É que me encantas sem mais solidões!

    É sua essência que grita-me alto e forte,
    Como fosse esperança que se abrindo
    Nascesse ao amanhecer, por minha sorte!

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  17. ODE ÀS MÃES!
    (Maria Barros)

    Acorde d’um poema vivo, em atos!
    Gerada sem pecado, [o amor conduz]!
    O doce indissolúvel dos palatos,
    [Só a alma sabe o sabor do que é luz]!

    Ode do amor primeiro, amor eterno!
    Nosso Anjinho de Guarda, nossos passos!
    Mais doce inspiração do “Ser” materno!
    O mais firme dos nós de nossos laços!

    Alicerce, firmeza inabalável!
    Conduz na fé e no amor, é redentora!
    Em nosso coração, é imaculável!
    E rumo ao amanhã, é nossa pastora!

    E é por ti, linda Mãe, do coração,
    Que celebro teu amor nessa canção!

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  18. NA AGONIA DA SAUDADE!
    (Maria Barros)

    As horas já s’escondem na penumbra...
    E o rosto triste e pálido da noite,
    vai se inundando, cega, sem deslumbra...
    A solidão é seu castigo e açoite!

    Cerram-se os olhos sem alento e rumo!
    O ermo é aflição que aperta o coração!
    Procura o amor, mas se perde no sumo,
    Onde deixou-se presa em comoção!

    Não consegue encontrar o seu caminho...
    D’antes, quando florido e ensolarado;
    tão seu, tão cheio de vida e encantado!

    E d’um milagre de quase carinho,
    Desce a lágrima, para seu consolo!
    O amor te encontra! Que medo mais tolo!

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  19. FRAGILIDADE!
    (Maria Barros)


    Se não fosse assim tão precoce tarde,
    S’esse coração já não fogueasse
    E se nem me importasse com esse alarde,
    Talvez a solidão nem se achegasse!

    O que já fora doce embriaguez,
    Êxtases que jamais me condenavam
    Na casta direção de singelez
    E nas juras que os adeuses não emanavam!

    Oh, que triste porvir desfigurado!
    Que contradiz aos tempos de venturas
    E me rodeiam que nem carrossel

    O que já fora tão forte, tão atado,
    Nessa noite confusa e afim de agruras,
    Rasga-me como a um carma fiel!

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  20. ANJO
    (Maria Barros)

    Anjo do Céu e do meu coração,
    Que segura invisível a minha mão!
    Anjo vivo do meu amor presente...
    Ternura viva que minh’alma sente!

    Que feliz noite em que te clamei, Anjo!
    Era uma noite azul, cheiro de arcanjo...
    No meu silêncio um leve palpitar
    Já anunciava o amor a me olhar!

    Envolveu-me tão forte em suas asas!
    Cuidou-me d’alegria e amores eternos...
    Vivemos um céu em nossos internos!

    É esse amor que minh’alma e corpo abrasas...
    Se és meu eterno! Eu sou sim, felizarda!
    Meu Anjo vivo, meu Anjo da Guarda!

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  21. NADA, SE NÃO ÉS TU!
    (Maria Barros)

    Tudo ao redor é belo e tão perfeito!
    Mais perfeito seria, “se meu leito”!
    Quem diz é um coração apaixonado...
    Que, pela eternidade, batizado!

    Tudo ao redor é belo e um sono leve,
    Que de leve, até o sonho foi tão breve!
    Quem diz é um coração tão só e abafado,
    Que em silêncio reclama, consumado!

    Tudo ao redor é belo, um eldorado,
    Tão cheio de dourados, tudo errado!
    Quem diz é um coração feito saudades,
    D’um amor que fora só felicidades!

    Na beleza não vejo o girassol
    Pra eu acordar no caminho do meu Sol!

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  22. ESSÊNCIA DE UM ENCANTO!
    (Maria Barros)

    Abre-se a porta fértil da saudade...
    Onde guardo agridoce eternidade!
    Rodopiam momentos inesquecíveis,
    Tão incríveis, tão possíveis e (in)previsíveis!

    Não sei por que ou quem sabe eu já bem sei,
    Que sempre volto por onde cursei...
    Histórias de começo, meio e nós!
    Eternidade que não desfiz os nós!

    Encantamento puro do ser essência,
    Sem fim, sem abater, sem dissolvência...
    O meu mais puro amor feito canção!

    Toda vez que essa porta eu abrir, feliz...
    Sei que nos sonhos que te fiz raiz,
    Renascerei repleta de emoção!

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  23. Uauuuuu! Minha página no blog ficou linda com a nova capa /logo! Parabéns Delasnieve, você é o máximo! Obrigada,viu! Bjinhosss

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  24. SEMPRE COMIGO!
    (Maria Barros)
    .
    O caminho estreito e rodeado por variedades de flores, naturalmente de sementes espalhadas pelos pássaros, fazia parte de um cenário imenso, que os meus olhos inquietos, não conseguiam parar em um só foco. Cada metro quadrado daquela imensidão, tão perfeita e desordenadamente plantada pela natureza, fazia daquele quadro, a certeza da presença Divina! A mistura de cores deitada sobre o pasto verdinho era dividido com uma quantidade razoável de gados que preguiçosamente mascavam um capim de boa qualidade ou deitados sob alguma árvore, pensavam, se pudessem pensar (vezes acredito que eles pensam, pois sabem exatamente o que fazer, por onde andar...), o quanto a vida era boa e mansa naquele paraíso! Fiquei um bom tempo desfrutando daqueles ares e da orquestra afinada alternando os sons de cachoeiras, ventos, aves e insetos. O Sol morno da primavera venceu-me e eu desejei fazer parte daquele sonho tantas vezes já sonhado e passando sob a cerca de arame farpado, que cercava a estrada do campo onde os gados pastavam, invadi aquele paraíso, onde havia a impossibilidade das coisas ruins estarem por ali! Fui andando calmamente para que nenhum gado pudesse assustar com minha presença e parei sob um pé de Baobá, que vinte de mim, não conseguiriam abraçar seu tronco e a sua folhagem, no que meus olhos puderam medir, deviam fazer uns quinze metros de circunferência só de sombras! Parei e respirei fundo para sentir aquele ar puro e saudável do campo! Dali dava também para ver a casa do sítio que não estava muito longe e pela fumaça que saia da chaminé, coisas gostosas estavam sendo feitas... Resolvi sentar-me e encostei-me ao tronco e pensava à visão de tudo aquilo, as tantas vezes que sonhei estar com meu amor num lugar desses! Com certeza a sombra do Baobá seria cama por muitas vezes para NÓS! Quantos amores gostosos iríamos gozar, dividindo nosso prazer com toda aquela luxúria natural... Ao pensamento, minha carne se abria e em seguida se contraia como se tivesse recebido o meu amor naquele momento! Naquele mundo de paraíso, não haveria um só pedaço de céu que não testemunhasse o nosso amor! Não sei quanto tempo ainda fiquei imaginando nossa vida ali, na nossa felicidade... Assustei-me com a proximidade de um cavaleiro e pus-me em pé. Era o administrador do sítio e estava mesmo indo ao meu encontro, pois já era para estar na casa há horas! Expliquei a ele o meu encantamento com o lugar fazendo-me parar para desfrutar de tamanha beleza e ele lembrou-me que a minha visão ainda não vira o terço de toda beleza do lugar! Agradeci ao velho ajudante do sítio e caminhei-me para casa... Meu coração disparava a cada passo de proximidade daquela casa branca de portas e janelas azuis! Diante de tanta emoção, tinha certeza que já vivera ali com meu amor, em outras eras... Entrei e minha alma sentia ali o calor das coisas simples da roça, das coisas belas que Deus oferecia a todos que dividiam aquele paraíso e naquele momento, eu fazia parte dele com meu amor na lembrança e no meu coração!

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