sexta-feira, 4 de setembro de 2015

TCHELLO D´BARROS



TCHELLO D´BARROS
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1 – INFORME
2 – A EXPOSIÇÃO
3 – TEXTO CRÍTICO
4 - DEPOIMENTO
5 - INFOS DO AUTOR
6 - SERVIÇO
7 – CONTATOS
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1 – INFORME
 
O MAB Museu de Arte de Blumenau abre em 10 de setembro na Galeria do Papel da Fundação Cultural de Blumenau, a exposição itinerante de poemas visuais "CONVERGÊNCIAS | A Poesia Visual de Tchello d’Barros” e no dia 11 a mesa-redonda sobre Poesia Visual Contemporânea.
 
2 – A EXPOSIÇÃO
“Convergências” é um projeto multimídia que apresenta a produção em Poesia Visual de Tchello d’Barros em diversos suportes como Livro, Blog, Webvideo, Instalação, Página em Rede Social, Projeção e a Exposição física, cuja itinerância por capitais brasileiras já passou por PB, AL, RJ, ES, PA, RS e MG, por enquanto. A mostra – talvez a primeira exposição individual de Poesia Visual em Santa Catarina -  apresenta uma seleção retrospectiva dos poemas visuais do autor criados ao longo de duas décadas. Seu primeiro poema visual, “Preconceito”, foi criado em 1.993, quando vivia em Blumenau e foi exposto na inauguração da Galeria do Papel, na gestão de Elke Hering. Séries de obras complementares, como os Poemínimos, Ideogramas Ocidentais, Alfabetos Criptográficos e Escritas Assêmicas, podem ser conferidos no blog:
Pg. Facebook:  Poesia Visual / Visual Poetry - Tchello d'Barros
No dia 11 acontecerá uma visita-guiada com o artista no ambiente da exposição, as 15 h. Às 19 h acontece a mesa-redonda  “Poesia Visual Contemporânea”, no auditório Carlos Jardim, com mediação de Terezinha Manczak, Silvia Teske, Marcelo Steil, Jairo Martins e Tchello d’Barros.
 
3 – TEXTO CRÍTICO
 
O TUDO EM TCHELLO D’BARROS
       Sempre admirei os “Ideogramas Ocidentais”, poemas que se podem enquadrar na linha (vertical, no caso) de um neo-concretismo, pela competência de síntese, (embora sem a, por vezes, aridez da poesia concreta mais precursora), revelando apenas a medula do poema, sem artifícios (diria verbalismos) desnecessários. Pérolas como “TEM/DIA/QUE/TEM/SOL/TEM/DIA/QUE/TEM/LUA/TEM/DIA/QUE/ELA/DIZ/NÃO/TEM/DIA/QUE/VEM/NUA”
 ou
“MAIS/LUZ/DO/QUE/O/SOL/DO/MEU/CÉU/SÓ/O/SOM/DO/SEU/SIM,
não são apenas para serem lidas, mas também para serem “contempladas” porque, apresentadas em grandes dimensões, resultam igualmente em obras visuais. Ou, no caso do último exemplo, para serem sussurradas ao ouvido de quem se ama.
       Reportando-me aos poemas onde a componente visual é mais evidente, impressiona o modo como são imbuídos de um rigor estético, de uma qualidade na realização e na finalização de cada trabalho, com uma concomitante preocupação em realizar o poema observando os normativos do design, ao explorar graficamente a dimensão visual da palavra, preocupações incomuns na visualidade literária brasileira. São, sobretudo, de uma inteligência que fazem da sua poética verdadeiras obras de arte, tal como o poema deve ser, para o ser efetivamente.
       Os que saem da lavra do autor são pensados, refletidos e trabalhados, sintetizando a sua expressividade a um impacto visual que privilegia o aspecto comunicativo onde, muitas vezes, é utilizada a linguagem formal da publicidade, o que é legítimo, se considerarmos que os publicitários continuam a veicular muitas das suas mensagens consumistas apropriando-se dos processos e das soluções da experimentalidade poética e da arte contemporânea, nomeadamente da conceitualista.
       Mas não se julgue que a poética do autor vive essencialmente da forma e de uma visualidade de apelo mais imediato. Os seus poemas possuem, do mesmo modo, um forte conteúdo, e a mensagem que procuram transmitir não fica relegada para uma situação acessória. Basta observar obras criticamente mordazes como “Jackpot” ou “Relações”, de denúncia social como “Haicai para os sem terra”, “Preconceito” ou “Causa e Consequência”; com um cariz fortemente interventivo como “Democracia”, “Subversão”, “Veto-Voto”, “Totalitário-Democrático”,“Reforma Política”; ou de uma ironia devastadora como “Consumo-me”.
       Curiosamente, e apesar de uma expressividade que alia o design à produção/execução digital, o autor não deixa de reclamar as estruturas tradicionais de veiculação do poema, utilizando com alguma frequência o soneto, reinventando-o e conferindo-lhe uma linguagem atual.
       A poética de Tchello d’Barros não se resume, igualmente, à bidimensionalidade da página. Enlaça de uma maneira que consideraria, ostensiva, a instalação, invadindo sem preconceitos o campo das artes plásticas, apropriando-se das representações da contemporaneidade, para criar uma linguagem poética que lhe é muito própria, intrínseca da sua expressividade de criador, de reformulador da palavra e das letras, como deve ser um poeta atuante e consciente dos meios que as circunstâncias lhe proporcionam. Outro aspecto que reforça esta constatação, é o arrojo de se dizer em grandes formatos, ocupando os espaços circundantes, como que a impregnar quem o lê com a visualidade impositiva com que reforça as palavras e a mensagem que lhes são inerentes.
       Explora a forma dos signos como um pintor desenvolve o espectro cromático das cores, com as suas nuances e densidades. Consegue, a partir dos contornos da letra, chegar ao seu âmago, descobrindo-lhe linhas, pontos e texturas (e, porque não, veias, o sangue, a medula), que são esteticamente exploradas para delas sobressair a ideia ou o propósito que lhes quer subtrair. Raramente recorre uma escrita assêmica nas suas obras e, mesmo quando o faz, o título revela, normalmente, o aparente enigma.
       Tchello é um observador mordaz e implacável da realidade que o rodeia, e devolve a essa realidade as idiossincrasias próprias da mesma, filtradas pela capacidade de interpretar poeticamente o referido contexto. Essa aptidão está patente também nos registos fotográficos onde retrata o quotidiano envolvente, revelando pormenores que não se apreendem no movimento do dia-a-dia, acentuados pela crueza das imagens a preto e branco.
       Nesta exposição, que reúne duas décadas de produção poética, estarão, decerto, alguns dos mais significativos poemas da recente visualidade poética brasileira, dentro da qual Tchello d’Barros se tem vindo, progressivamente, a destacar, e a imprimir o seu cunho pessoal a esta forma de expressão literária.
       Não apenas pelas indiscutíveis qualidades já referidas, mas também pela assertividade das inúmeras exposições realizadas nos últimos anos, e pela sua inestimável ação como organizador, divulgando por todo o Brasil a obra de autores nacionais e estrangeiros.
       Diria que o que mais impressiona na poética de Tchello d’Barros é: (o) tudo.
 
Junho 2015
Fernando Aguiar - Lisboa, Portugal
 
4 - DEPOIMENTO DO AUTOR
“Considero o recurso do poema visual uma linguagem adequada para tratar de temas sempre contemporâneos (política, sexo, fé, amor, relações humanas etc), de interesse geral de nossa sociedade. Minha produção em Poesia Visual tem alcançado uma maior visibilidade principalmente na Internet, principalmente fora do Brasil, mas continuo adotando a estratégia de levar ao público as imagens que crio, no formato de exposições físicas, presenciais, o que permite um contato maior com as pessoas, que em geral, em nosso país ainda conhecem pouco dessa modalidade de expressão literária e plástica, tão praticada atualmente em todos os continentes. Se foi bom criar em Blumenau meu primeiro poema visual, melhor ainda voltar aqui, uma centena de poemas depois.” Tchello d’Barros
 
 
5 - INFOS DO AUTOR
       O escritor e artista visual catarinense Tchello d'Barros dedica-se desde 1993 às linguagens de Literatura, Artes Visuais, Teatro e Audiovisual. Residiu em 14 cidades no Brasil, tendo produzido sua obra em Blumenau (onde iniciou a carreira), Maceió, Belém e Rio de Janeiro, onde vive e atualmente estuda Cinema, após ter percorrido 20 países em constantes atividades culturais. Eventualmente ministra oficinas e palestras, participando também de mesas-redondas, júris, editorias, curadorias, saraus e diversas atividades culturais no Brasil e exterior.
       Em Blumenau, participou de peças teatrais no NuTE do Teatro Carlos Gomes, ministrou oficinas na Fundação Cultural de Blumenau, participou da diretoria da Bluap, foi fundador e presidente por duas gestões da SEB – Sociedade de Escritores de Blumenau, além de ter presidido também a Câmara Junior de Blumenau. Em 2003, quando teve uma individual censurada na galeria de um banco da cidade, decidiu partir para outras praças, tendo vivido no Nordeste, na Amazônia e mais recentemente no Rio de Janeiro. Sua obra tem participado de mais de 100 exposições e mais de 50 publicações.
       No momento, participa de sua 5ª exposição na Europa, com uma gravura na "Biennale de Poésie Visuelle”, na Treize Galerie, em Ille-sur-Têt, França. Depois de mais de uma década sem expor uma individual na cidade, retorna com a exposição “Convergências”, que apresenta algumas das obras do autor que vem sendo usadas como referência em livros didáticos de editoras como Áttica, Scipione, Saraiva, Global, Fundação Padre Anchieta, Fundação Ayrton Senna, Editora Positivo e na inglesa Editora Oxford.
 
6 - SERVIÇO
Quê: Exposição de poesia visual ‘Convergências
Quem: Escritor e artista visual Tchello d’Barros (SC/RJ)
Data: 10 de setembro de 2015
Horário: Abertura do vernissage as 19 h
Visitação: Até 18 de outubro – terças a domingos, das 10 às 16 h
Local: Galeria do Papel – Fundação Cultural de Blumenau
Texto crítico: Fernando Aguiar (Lisboa, Portugal)
Montagem: Equipe MAB / FCB
Ingresso: Entrada Franca
 
7 – CONTATOS
Tchello d’Barros: 
tchellodbarros@yahoo.com.br  
Rio de Janeiro, RJ







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