sábado, 5 de maio de 2012

MEMBRO: EDUARDO RENNÓ


EDUARDO RENNÓ
BELO HORIZONTE- MG - edurenno@yahoo.com
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Eduardo Rennó é graduado em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV, e Letras com habilitação em Literatura Brasileira, ambos pela UFMG. Além de escrever poemas, alguns já publicados em Antologias, publicou o livro de poemas Eu e ti (2009) em Portugal, também disponível em E-book, e vem realizando trabalhos em filmes, vídeos e fotografias, como filmes em super-8. Vem realizando exposições fotográficas coletivas ou individuais. Foi nomeado membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias e membro da Associação Internacional Poetas Del Mundo
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À Tarde

                                    Eduardo Rennó

Amanheceu
numa neblina azulada
pálida como a neve
que a turquesa não pintou

A cortina abre leve
mansa como uma crina
que desce acizentando
todo amor que me faltou

No dia que estar por vir
marrom alaranjado no gramado
do sol de meio-dia
que a grama que nasceu pintou

Bordo o azul dourado
dessa tardinha
que o peixe pula na brisa
de uma lagoa que pesco antes do pôr

Anoiteceu agora mais cedo
nesse inverno que calento
nas minhas adolescências juvenis
que a minha velhice espera
nesse orvalho da aurora
de uma árvore que ainda não repousou
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Ser um e outro

                                    Eduardo Rennó

Fecho os olhos
fecho a cortina
a luz me estabiliza
abro e fecho a retina

Seus olhos nos meus olhos
retira a lágrima
que ficou guardada
antes de cair o véu da neblina

Você fica e resiste
o nó é guardado
o círculo é de vidro
o jarro é quebrado

Você foge o tempo cede
a chuva cai
o sol não sai
os anos passam
você não volta

Fica dentro
o sentimento
a lembrança
da esperança

Você dentro de mim
guarda algo que perdi
vai o tempo que tive
e o seu cabelo com flor jasmim

Conversamos em silêncio
jogamos cartas na cama
você pede um pouco mais de aconchego
prova que ainda tem alguém que ama

Ao fim saberemos
um no outro
que somos um e outro
só um, mas sempre o outro
achando no outro
a vontade de ser só um
junto com o outro
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Roça Vazia

                                    Eduardo Rennó

Roça Imensidão Definha
Vasta Vastidão Vazia
O frio alcança a pele
Insígnia lastro selo secular
Tempo que não cessa
Tempo que gira
Perpetua século
Torrente milenar
Água corre, flui
Escapa ao pouso
Transitória corrente
Imenso vazio
Cascata de pérola
Girândola ao luar
Cidade urbana
Roça grande
Imensidão vazia
Definhando...
Sede dos sem-lar
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