domingo, 18 de outubro de 2009

Nº. 35


"DIVULGANDO POETAS DEL MUNDO"
CADASTREM-SE!
DIVULGANDO - nº 35
Mandem seus poemas/escritos para o email da owner:
NÃO ESQUEÇA DE COLOCAR O LINK DE TUA PÁGINA EM POETAS DEL MUNDO
“A musa da voz”

9 nove de junho de um mil novecentos e trinta e cinco
Ano dourado
Deu a luz à voz do povo Argentino
Da America.
Mercedes cantou nossa revolta,
Cantou a liberdade
Cantou para quem merecia ouvi-la
Pediu para o povo unir à democracia
Cantou para o campo
Para os estudantes
Para as pessoas do bem.
No Brasil saudou com sua voz pura
Soube abraçar e beijar
Levou o som de uma música única
Música latina.
Pediu para fazer coro,
Pediu para não usar armas de destruição
Pediu para ouvir as palavras
Pediu educação, amizade e paz para todos os povos
Sorriu, gritou,chorou e bradou com o punho em riste
Quebrou barreiras
Ouviu os humildes
Apoderou-se da humildade.
Voltou ao seu leito,
após um exílio forçado,
Cantou a verdade, cantou o povo,
Campesinos e urbanistas
Tantos sonhos.
Talvez, somente em quatro de outubro de dois mil e nove
Acordamos ouvindo Mercedes Sosa,
Ouvindo o hino de despedida
Ouvindo Gracias a La vida!
J.Hilton

Quando
Eloisa Porazza

Os raios de sol
Sobre a ponte...o rio,
Nas aguas cristalinas,
Se refletir, lembra-te de mim...
Estarei contigo,
Quando escutares Música
Lembrando os tempos... outrora,
Estarei contigo,
Ao ver os pingos da chuva
Tamborilar na vidraça
O vento assoviar
Estrelas no céu a brilhar,
Sou eu pensando em ti;
Seja qual for
A situação vivenciada...
Estarei junto a ti.
Assim como as pontes
Permanecem sobre os rios...
Minhas mãos estarão
Estendidas em tua direção,
Apoiando-te a cada atitude... decisão.
A ponte... o rio...
Estão um para o outro,
Assim,como estou para ti.
Firme em meu sentimento,
Mesmo que as marcas do tempo
Alegrias e desenganos...
Afagos como o vento
Afago-te como as folhas ao balançar
Por entre os galhos,
Estarei contigo
Nem que seja em forma de orvalho...

Nome Próprio
Elane Tomich


Pessoa de nome próprio
_às vezes, pluralizado
você sabe com quem fala?_
_Nem eu, nesse lá nem cá,
a tentar futuro impróprio
num presente do passado.
Sabe quem está aqui?
Também não estou nem aí.

Em gráfico, tabela, escala,
digamos que estou em fá.
Em reta de ambiguidade
fico no meio, sou quatro,
de quatro em cima do muro.

No impreciso me seguro
nem lembrança sou, fui fato
num vacilo da rotina.

Logo, sou, quem pensa e insiste
no âmago que inexiste.
Brisa de nada me afaga,
a mesma que, a vela, apaga...

Apesar dessa fogueira,
no peito, onde labaredas
nascem sem eira ou beira
a engolir sol que arde.
Ao rumo em perspectiva
na quebrada da esquina
em via fácil, colina,
logo vou, quem já vai tarde
logo sou, não estar viva!

O Mundo da Minha Varanda
Elane Tomich

Arrasto longos retalhos
velha sombra amestrada
a lustrar meus rastros falhos
em tempos de esquecimento.

Numa escala antepassada
chego à casa do vento
num canto de avarandado
a dormir no espaço lento
em rede de renda embalada

Senhora de lábios bentos
minha avó tem voz de guia
meu avô, olhos atentos
mãos de carpintaria.

Faz recortes fantasia
numa casca de laranja
a me acordar da razão

Reparte arte em fatias
gomo, gnomo e o cromo
de mim, talhada criança,
deitada em seu coração

O cheiro da flor tem hora
nome dúbio de senhora
embala-me a dama da noite.
No sonho o gomo o cromo
o desenho na laranja
vento curado do açoite
da saudade que se arranja
batizada de quem somos.

elane_tomich@oi,cm.br


Tolices
A palavra é manha
e a noite abocanha
a inspiração.

A palavra é vaga
e a alma cala
os versos da canção.

A palavra é lume
vaga em lábios rios
molha o teu querer
e eu fico a ver navios.

Se a palavra é santa
arranha na garganta
o meu desejo tosco
mistura o quente e o frio.

Mas se a palavra é louca
promete desafio
a letra do poema
insana
eu desconfio.

a cama
Aluízio Rezende

quem disse que é

mais importante que alguém?

a sua reflexão

ou o momento?

não foi algum sentimento

escondido no colchão?

tudo o que fazemos

apesar de tudo o que fazemos,
o pó depois nos mostra
o quanto incapazes que somos
e o que fazemos
é com uma dificuldade danada,
há menos que seja algo do nada
e simples com a água da chuva
torresmo com doce de uva
maxixe dançado no chão
imagem de pedra sabão
foguete de papel dobrado
tudo o que é mais requintado
no fundo só vale um tostão


O Poeta e a Poesia

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5472

O poeta de maneira discreta
capta as emoções da vida
e com palavras as interpreta
seus versos são como bálsamo
para as feridas.


A poesia não tem fronteiras
nem de tempo nem de espaço
colhe os louros da vitória
e as agruras do fracasso.


O poeta e a poesia se unem
e sem limite de tempo e espaço
caminham pelo universo das almas
abrandando dores e cultivando amores.


Juntos e poderosos, viajam pelo tempo
endeusam amores eternizam momentos
navegam pelos mares dos sonhos
naufragam em meio a tormentos.


Mas emergem das profundezas
e retornam com nobreza sua jornada
pois para o poeta e a poesia
não há tempo de parada.

Quando desprezados são
tudo fica mais cinzento
as palavras ficam tristes
recheadas de lamentos....


Porém se recompensados
pelo amor e pelo carinho
flutuam no azul do firmamento
feito dois passarinhos.

© VALTER MONTANI


CONVITE PARA A VIDA
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5947

Venha,
A festa é nossa!
Então porque teimar ficar
De fora? Jogue os rancores
Dissabores pra fora. Penetras
Não entram em nossa festa!

As mágoas, as angústias... Coloque
Nas prateleiras do esquecimento
E a qualquer momento, venha pra festa!
Mas, venha de coração aberto
De cara lavada, de alma serena e feliz.

Venha do jeito que Deus sempre te quis!

Sinta no ar, a alegria dos passarinhos
Tome uma ou duas taças de vinho
Mergulhe na felicidade! Cante, dance
Bata palmas, faça florir nos jardins
Da sua alma, a emoção do seu próprio existir!

Favor confirmar presença.

SONHO DE CRIANÇA

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1314

Mário Osny Rosa

Do meu tempo de criança
Ao da criança moderna.
Era pouca a esperança
Presentes na vida eterna.

Nem esta mídia existia
A petizada provocando.
Nem televisão conhecia
E presente nem pensando.

Este dia se desconhecia
Apesar da sua idade.
Logo na vida não refletia
Nem seria uma maldade.

A criança na roça vivia
Domingo ia rezar.
Nem o rádio já ouvia
Só sabia brincar.

ONDE ESTÁ A ESPERANÇA DO FUTURO - Na semana da criança

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=1314

MOR

Se a criança é esperança

Vendo o mundo da droga.

Já tenho certa desconfiança

Criança seria uma droga.

Numa leitura dedicada

São jornais sem confiança.

Da imprensa informada

Logo acabou a esperança.

São casais sem ter filhos

Sem segurança no futuro.

Já disto que me humilho

Viverão logo no escuro.

Seria dela o futuro

Ou até desesperança.

Sem criança no escuro

Seu brilho sem confiança.

De quem será o futuro

No adágio popular.

Seria já da criança

Que a lei vive a matar?

Ou seria dos idosos?

Olhando o pouco futuro.

Com seus ideais ditosos

Perambulando no escuro.

UMA FESTA NO SEU DIA

MOR

É no dia do poeta

A poesia espeta.

Na casa do poeta

Uma festa bem esperta.

Com comes e bebe

Com boa contribuição.

Logo que se percebe

Da poesia a paixão.

Depois do almoço

A gostosa sobremesa

Será já um colosso.

A gostosa melancia

Numa bela contracena

Com a mais bela poesia.


Você...Poesia mais linda!
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5947

Você é a poesia mais linda
Não apenas das minhas (Musa preferida)
Mas, a mais bonita entre todas!

É mais doce que a (Iracema) do Alencar
Mais afinada que a (Nara) do Drummond
Mais poetisa inda, que a (Cecília) do Mario Quintana

Penetra-me o corpo, a beijar-me a alma
Muito mais que a (Christina Lamb) do Paulo Coelho

Tua boca naufraga-me muito mais além
Do que a boca (Inesquecível) do Maurélio Machado
Tuas mãos acariciam minhas aflições
Com muito mais amor...
Do que as (Mãos Serenas) do Andrade Jorge.

Você é mais suave...
Que a mais suave de todas as brisas
É o caminho de todos meus ventos
Em mim... Você é todo encantamento!

Você é muito mais amada...
Do que a (Minha amada) do Jamaveira
E em tua alma, existe muito mais estrelas
Que a (Via Láctea) do Olavo Bilac.

Você é a poesia ...
Que todos os poetas sonham fazer
É o perfume que me entorpece
É o melhor pedaço de minha vida
E muito mais querida...
Que todas elas juntas num só ser. (Lenine)


paulocesarcoelho

Videoclipe em:


http://www.youtube.com/watch?v=yq8b9c3nju0

Lua Negra

© Márcia Sanchez Luz


Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).

Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.

Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater

o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.

MEDITAÇÃO EM TORNO DO DIA DA CRIANÇA

Nesta crise hedionda que se alastra,

Onde a inocência e a corrupção confraternizam

Eu não queria voltar a ser criança

Sem poder sonhar e vendo ir embora a esperança!

Nossas crianças coitadinhas são abjetas,

Ardilosamente contra elas e seus sonhos

Cria-se uma situação inaceitável,

De antipatia, de repulsão, de desacato.

Se "educadas" na alta sociedade

Desnudam-se os sonhos muito cedo

E, ao contrário,

Se à exceção um sonho nasce,

É confundido, desbaratado, conturbado...

Pois à criança, se defronta a realidade...

Num confrontar que lhe desordena ou aliena...

Se ela pertence a outra classe conturbada

A que se envolve duramente com os conflitos,

Que mais se agita, se enfurece ou desvanece,

O aprendizado é desviado... É confundido...

E, se ela é pobre, miserável, flagelada...

Desvirtuada será sempre em seu crescer

Condenada, homiziada, amordaçada:

Espera sempre um milagre acontecer...

Luíza Soares Benício de Moraes

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=2341

Rubem Leite – 07-09\10\09

É tudo um silêncio. Nada mais além do silêncio.

Às seis horas da tarde um garotinho de bermuda verde e camisa vermelha brinca sorrindo pelo Parque Ipanema. Do nada no ar desce uma folha de papel verde. Um minuto. Outra folha desce sobre o menino.

Às seis horas da tarde no Centro de Ipatinga as pessoas vão encerrando suas atividades. Do ar no nada descem folhas verdes de papel sobre a mutidão.

Às seis horas da tarde no Vale do Aço milhões de folhas verdes caem sobre cidadãos que não vêem de onde estão vindo.

É tudo um silêncio. Nada mais além do silêncio. Ninguém fala nada. Pasmos? Surreal!

Um carro para no Parque Ipanema. Quatro homens algemados em duplas saem do seu interior indo para a criança.

Um ônibus para na praça 1º de Maio. Dezenas de pessoas algemadas em pares saem do seu interior cercando a multidão.

Um comboio para na Região Metropolitana. Centenas de pessoas algemadas saem do seu interior fechando as cidades.

É tudo um silêncio. As árvores não dançam ao assobio do vento. Os carros não zunem a toda. As cigarras dormem em pleno verão. Nada mais além do silêncio.

Os homens vestidos de cinza andam em filas. Sentido ante-horário.

As mulheres vestidas de marrom andam em filas. Sentido horário.

Os idosos vestidos de roxo andam em filas. Sentido de uma reta.

As crianças vestidas de azul-marinho não andam.

É tudo um silêncio. Canhotos algemados pelo punho esquerdo. Destros algemados pelo punho direito. Sem perguntas. Sem respostas. Sem orientações. Sem dúvidas. O sol se põe com todos nas ruas. O sol nasce com todos em seus lares. Nada mais além do silêncio.

Pedro não está algemado a ninguém. Ninguém está algemado a Pedro. Ele entra em sua casa. Só. Não há sensações em Pedro. Ninguém tem sensações. Nenhuma emoção.

- Atenção! Emissora sintonizada com o mundo inteiro. Quem puder trabalhar, trabalhe. Quem não pode, deve se desativar. A ordem deve prevalecer.

Pedro diz para o rádio. Do silêncio do rádio ouve-se:

- Da Terra tudo acontece para o nexo. Do mundo dos espíritos para a Terra: Está na hora do mal e do bem fundirem-se. De Óberon em Andrômeda para Terra na Via Lacta: O caos corrige a desordem da ordem. Acate todas as ordens do ordeiro caos.

Ao invés de responder Pedro pensa: Conhecer alguém é difícil. Não conheço nem a mim quanto mais Sofia. Eu a quero... Será? É para sempre enquanto durar? É para sempre até o fim? Já quis Carla. Já quis Maria Flor, Eunice, Marina, Martha. Já quis Resende Junior. E com Márcia tive filhas... Filhas que morreram. Não tenho idade para sequer me conhecer quanto mais conhecer os outros. Mas acho que dessa vez é para valer.

- Olá, computador! Sua programação o faz trabalhar para mim. É preciso funcionar. Da tv saem tais palavras.

É tudo um silêncio. Canhotos algemados pelo punho esquerdo. Destros algemados pelo punho direito. Sem perguntas. Sem respostas. Sem orientações. Sem dúvidas. O sol se põe com todos nas ruas. O sol nasce com todos em seus lares. Nada mais além do silêncio.

Um som na lagoa do parque. Um nado no Ribeirão Ipanema. Uma onda no Rio Piracicaba. O sol se põe com todos em seus lares. Nenhum carro. Nenhum ônibus. Nenhum comboio. O sol nasce com todos na rua. Seis horas da manhã os cidadão vão trabalhar no Vale do Aço. Meio dia as pessoas exercem suas atividades em Ipatinga. Seis horas da tarde um garotinho de bermuda vermelha e camisa verde anda pelo Parque Ipanema.

É tudo sonoro. Nada mais além de sons.

I LOVE BEING HERE WITH YOU

EDSON RIOS

Depois de tudo,

As formas disformes se formam e o todo se compõe.

A mente anseia o contato da matéria.

Nestes lampejos,

concentro-me na razão dos bons.

Vou de encontro ao ponto futuro mais próximo

e experimento a sensação de qualquer acontecimento,

mesmo que seja uma chuva de meteoritos;

simplesmente pelo prazer de te encontrar,

em transes enigmáticos...

Preciso estar nos próximos outonos.

Necessito desta condição

para suportar os invernos que se aproximam;

que trarão cada uma das primaveras mais lindas,

mais formosas,

das que passaram e não senti...

Depois de tudo,

quero voltar a crer em mim;

biotipo normal, do colegial,

do intelectual, do social,

do artesanal...

Quero trazer de volta o andarilho

que sou,

e caminhar chutando ondas.

Imaginar e sentir nos tímpanos,

o despetalar de uma rosa...

A certeza da anatomia perfeita,

está no olhar?...

Prometa-me, com Gratidão

Ah, coração insensato e deveras impuro!
Retira o louro com que cobres a minha cabeça,
Pobre alma, comprazendo-se em homenagens
Encomendadas, em meio a festas nos salões,
Pois, tantos são os ministros da fé, regurgitando
A devoção de pão e vinho nas litúrgicas ocasiões.
Prometa-me, porção de homem santo,
Atinar comigo para encontrarmos o lugar,
A sacra memória do vale dos perdões,
Quando já não há ossos sepultados,
Mas, ao invés, jazem sobre a fina areia,
Toda obra que, por inútil, se desfez.
Com gratidão, prometa ensinar a mim
A compreender o significado da dor e
Discernir, sem ilusão, o real da aparência,
Até que o futuro doravante se complete.
Prometa ainda ajudar-me a pensar a sorte,
Sem precisar cavar a morte da minha poesia.
Ah, coração íntimo das menores dúvidas!
Faz comigo receber de ti a necessária ternura,
Compartindo as lágrimas que recusei chorar,
Julgando haver conseguido do mundo a conquista
De alianças, confrarias e vaidades em torno do rei,
Justo este homem para quem peço a tua gratidão.
Daladier Carlos
15 outubro, 2009
Cava Mais Fundo, Até a Morte
Cava mais fundo, cava, o suor lavando
O rosto, resfriado pelo vento vespertino.
Franzes a testa ante o complexo teorema,
De toda história e seus desdobramentos,
Sejam aflitivas ou triviais as consequências,
Apesar de inevitável estimar ganhos e perdas.
Estavas convencido, sem receio, de poder
Desvendar a intimidade dos teus versos,
Algo parecido a teste de capacidade,
Para descobrires que não há resposta,
Nenhuma para aquecer o colo da poesia,
Pois, muito há que se buscar o indispensável.
És, por tua conta e risco, o que dizes ser,
Estado máximo das tuas caricaturas, desenhos e
Formatos coloridos, de jaezes muito inspiradores,
Coisas quem sabe próximas das tuas conjecturas.
Por isso, tu conferes as multidões de olhares,
Embora não saibas aonde irão pousar teus sonhos.
Peço-te, agora, evitar calar tuas breves palavras,
Ao menos, aquelas de que te serviste para revelar
A natureza dos teus ardores pela poesia realista.
Tens a idade e o limite das tuas crenças particulares,
Quando te envolves com a lucidez dos silêncios e
Jamais te esqueces de que serás poeta até a morte.
Daladier Carlos
14 outubro, 2009
http://www.poetas delmundo.com:80/verInfo.asp?ID=4323
Réplica agressiva
Não te iludas.
Sei quem fui,
o que sou,
o que te dou,
o que não te dou.
o que desejo de ti.
Não me iludas.
Sei quem foste
quem és,
o que me dás,
o que não me dás,
o que desejas de mim.
Assim
Uso-te
Ouso-te
Abuso-te
Recuso-te
Fiz-te muso
Sei-te difuso
Olho-te efuso
Bebo-te infuso
Leio-te profuso
Deixo-te recluso
Entendo-te druso
Adubo-te contuso
Descrevo-te obtuso
Desnudo-te confuso
Descortino-te intruso
Corrompo-te parafuso
Harmonizo-te concluso
Descubro-te inconcluso.
Não me iludas,
que eu não te iludo.
Necessitas de mim,
pois sou teu início, meio e fim.
Não preciso de ti,
não estreei em ti,
não me ampliei em ti,
e, muito menos, és meu fim.
Não me iludas,
que eu não te iludo.
E, fim.
Sílvia Mota - "Poeta do Amor e da Paz"

Às minhas crianças, no Dia das Crianças!

De onde surgiram esses seres, encantados,
que trouxeram à minha vida tal vigor?
De onde desceram? De qual paraíso?
Que deuses são esses, aos quais me prostro
e declaro, em voz altiva, o meu fervor?
Serão Anjos da Paz? Serão, talvez, Pecados?

Qual o segredo da fé inigualável,
que me abastece, enlanguecida,
só por sabê-los ao meu lado?
Qual o mistério, indecifrável, que me faz
ser doce e frágil, aos seus suspiros,
mas, forte e intensa, ao acudi-los?

Qual a chave deste amor imarcescível,
que me corrói o peito, ensandecida,
só por me pensar a perdê-los?
Qual o canto sublime, que escuto ao luar
e, amanhece, junto com as estrelas,
perfumando-me as manhãs, aos seus sorrisos?

Ah! Filhos! Quão doces e lindos filhos!
Desvendarão o amor, a fé, a força e a glória
que sinto por assim chamá-los, talvez, um dia!
Ah! Filhos! Quão adorados filhos!
Compreenderão este amor, que hoje lhes parece insano,
quando embalarem nos braços, a sorrir, meus netos!

Sílvia Mota – “Poeta do Amor e da Paz”

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5615

“A Paz”

Poeta Cigano

Não nos basta pintar o mundo de branco e, bradarmos a uma só voz o grito de Paz. Extravasar essa adesão desalicerçada num clamor de sonhadores do imaginário e, do inatingível. Temos que sonhar um sonho real, palpável, factível e mensurável, em que tudo pode se doarmos nosso cunho participativo com harmonia, amor e fraternidade, sem ônus nesse processo de resgate dos princípios de irmandade da nossa criação.

Execrar a fome, a doença, o preconceito racial, social, político e econômico, respeitando os povos, sua gente, suas tradições, seus espaços e suas liberdades, mesmo com os seus mais diferentes valores culturais.

Combater com sutileza e sensibilidade dogmas arraigados pela intolerância e, estabelecer ancoragens sustentáveis para a conquista de um mundo melhor.

Transpor obstáculos, ultrapassar barreiras, satisfazer anseios, cultuar esperanças e, propagar o amor num processo de interação da humanidade.

Sentir a paz em sua essência como algo que nasce no coração, frutifica n’alma e, que pode ser estendida por nossas mãos a todos os homens nos mais remotos cantos da terra, pois ela é o real sentido da vida e a união harmoniosa de um todo. A fé, o otimismo e a perseverança, são mecanismos básicos nesse doutrinamento.

Que tal darmos as mãos e envolvermos esse nosso planeta num gesto fraterno e de boa vontade, entrelaçando sentimentos, emoções, aspirações, valores e amor ao próximo, em prol da Paz?

Falarmos de Paz é contabilizarmos esperança, acreditar em nossos sonhos e deixar nossos anseios registrados nos anais da história, para que eles se concretizem através da boa vontade dos homens e do tempo.

Carlos Rímolo

www.poetasdelmundo.com/verinfo america.asp?id=5796

Natureza

Saindo pela manhã, caminhando sem destino...

Só observando a vida correr.

Pássaros alçando vôos em alegres revoadas...

Parando para gorjear bem no alto sem nada temer.

Borboletas livres riscando desenhos no ar...

Indo de flor em flor num alegre bailar.

Encontrando as abelhas que de beijo em beijo...

Retira o néctar para o mel fabricar.

E o beija-flor completa esta revoada...

Espalhando o pólen para outros lugares...

Refazendo o ciclo de recriar...

As maravilhas que enchem nossos olhares.

Tudo isto passando pelos meus olhos...

Fazendo-me ver que obra prima...Que perfeição.

Vejo que tudo tem um significado...

Para que se obtenha uma perfeita união.

Ruas e travessas lotadas de pessoas caminhando...

Em direção ao parque em busca de qualidade de vida...

Não estou sozinha nesta empreitada...

Buscamos a saúde que achávamos perdida.

O planejamento foi perfeito para nos dar...

Bem-estar, lazer, saúde, trabalho e alimento...

Nesta terra abençoada com fartura sem fim.

E sem compreender perdemos isto a cada momento.

Por interesses financeiros o ser humano destrói...

Quebrando a harmonia perfeita colocada de graça na natureza.

A ignorância de certos valores faz tudo fenecer.

Ruindo o sonho do bem viver de quem quer viver com beleza.

Vamos cuidar de nossos jardins e espaços...

Não é só de arranha-céus e asfaltos que queremos viver...

Para onde levaremos nossos netos...

Quando quiserem a natureza conhecer?

Há algum tempo atrás li uns dizeres...

Dentro de um espaço de preservação...

São palavras mágicas...

Que entram na mente e não saem não...

Aqui é um lugar...

Para você vir e desfrutar...

Nada se tira...A não ser fotos...

Nada se deixa... A não ser pegadas...

Nada se leva... A não ser a paz.

Para um dia distante...Mas que vai chegar...

Seus filhos, netos e bisnetos...Aqui poderem vir brincar.

Que verso lindo! Que grande sabedoria!

Ensinando a preservação da natureza...

Que com maestria...

O grande artesão criou com presteza.

Ruthy Neves

Cônsul de Taubaté - SP

DISCURSO AMOROSO I

* Irene Zanette de Castañeda

_”Querida!”Quem diz? Quem ouve? Quem experimenta tal sensação de prazer assegurada por uma alma plena do infinito iluminado? É um prazer que passa pela alma. Fabrica sensações inexprimíveis. Quem ouve possui um bem primoroso digno de deuses. Momento divino. Difícil explicar com palavras. “Ele me ama!” É manifestação de alegria que se derrama na face feliz do ser amado. Um prazer entusiasta. Contagia. A impressão é a de que podemos possuir esse grande bem quando quisermos. A impressão é a de que somos humanos endeusados pelo amor. Que seja utopia. Ela vale por instantes que podem ser eternos. Vivenciamos a crença de que o ser amado nos ama. E sonhamos com os encontros, com os beijos quentes, com as carícias intermináveis, com as palavras que podem mudar nosso estado de espírito. Sonhamos. Viajamos por mundos desconhecidos, dentro dos olhos do ser amado, mas, paradoxalmente, ao nosso alcance num simples beijo recordado. Ele está presente, esse mundo que queremos pegar com as mãos, sentir com o coração, experimentar com o corpo quente e vibrante de desejos.Existirá prazer maior que amar e ser amado? Que ouvir a palavraQuerida”da boca que beija quente e doce? O amor se faz perfeito neste infinito e adorável momento. Ilumina. O coração transborda. Cada batida uma alvorada cheia de esperança. Batida descompassada. Dinamiza o sangue que corre com a violência do prazer sentido. Símbolo da vida em caminhada contínua e sublime. Perguntam: “Como se faz para sentir um pouco daquele amor que vem dos livros? Como se faz para manter a união com o ser amado e não ficar sozinho corroendo-se em sonhos vãos? Em angústias ferinas?” Estranhos são os caminhos da vida! Mas eles existem, e os amores se encontram casualmente. Não amamos porque queremos. Amamos porque é natural do ser humano sentir as sensações inatas e grandiosas. Vulcânicas ou serenas. Amargas ou doces. Emoções!!! Grandes emoções!!! Mas há os que se fecham em traumas, em masoquismos camuflados não assumidos e expressos pelo silêncio da palavra que quer sair da boca ,mas fica engasgada na garganta, porque a razão pura não deixa, por medo de sofrer, de fazer sofrer. Sofrer faz parte da vida dos que amam .Há dias de sol que tudo ilumina e há dias de chuva , com relâmpagos que nos atemorizam.Se somos da terra, temos de correr o risco. Nisso a vida é um jogo. E quem quer viver tem que jogar com as utopias e com a realidade também. Sem sofrimento a vida seria monótona. Um campo aberto, iluminado, mas sem árvores diversificadas, sem flores de outros tipos, sem frutos de vários sabores, sem perfumes de muitos os odores, sem sabor, nem cor. A felicidade que sentimos após o sofrimento compensa o aperto no coração. Se estamos neste mundo como humanos ardentes de desejo, de sonhos de amor, de esperança de ver um raio de sol entrar em nossa casa e trazer um anjo alado, doador de abraços, beijos e carícias, por que não abrirmos a janela ? Por que não deixamos a porta aberta em nosso coração? Por que rejeitar esse momento iluminado? Dizia o filósofo: Tudo o que é humano não me é alheio”. Vivenciar tudo, no bom sentidoque se aprende a usufruir das benesses deste mundo em todas as idades. Sentir todas as sensações, eis o segredo. Tatear com abraços apertados, carícias sem fim e beijos esmagadores, o ser amado.Pelo olfato, sentir o cheiro que o identifica sem artificialismos como perfumes. O cheiro da pessoa amada ao natural excita mais que um perfume francês, dos caros..O suor passa a ser natural.Acostumamo-nos a ele. Como é gostoso sentir o suor do ser amado escorrendo e grudando no nosso corpo! União perfeita dos sentidos. Viramos andróginos por momentos inesquecíveis. Pelo paladar, degustamos a saliva ora salgada, ora doce e quente que umedece os lábios ávidos no repasse das almas inquietas e vibrantes, mas silenciosas. Apenas o coração tem voz. A aventura amorosa se faz pela visão quando vemos o ser amado ao nosso lado, inteirinho tomado pelos nossos olhos brilhantes e comunicadores do que se passa em nossa alma. Eles interagem com o mundo interior do outro, como lâminas que transpassam o lado oculto de dois corações. “Eu te amo e você me ama”, os olhos dizem num discurso amoroso digno dos mortais sensíveis E deixam-se levar pela chama da vida que quer ser vivida sem repressões da mente, da razão pura e fria, quando o coração consente. o amor se torna perfeito. E como é gostoso olhar nos olhos do ser amado e ler uma declaração de amor sem palavras! Sentir pelos ouvidos, quando ouvimos doces palavras enleadas de encantamento, de doçura, de magia que nos fazem acreditar que fomos flechados por Cupido._”Querida”! “Querida!” Bem!!! Eis a voz que soa incessante aos nossos ouvidos. Usufruímos do paraíso sem fim por um momento que seja. ”Eterno enquanto dura”,dizia o Poeta. Passa o momento, mas haverá outros mais quentes, mais duradouros se o coração estiver bem aberto e sem preconceitos, sem traumas de uma dor sentida. Não paramos de acreditar que somos amados. Nossa crença é a força vital que nos mantém olhando para o alto, para Deus. Sentimos que os olhos de Deus também estejam nos olhando com satisfação e aprovação. Sentimos que o paraíso sem mal é aqui. Mas vem o perigo do silêncio. . Ficamos alucinados de desejo, na ausência do bem amado. Desejo ardente. Então surge a dúvida. Estaríamos sendo traídos? Por que tanta demora? Onde estaria? Por que não me escreveu? Por que não me telefonou? Sem notícias, o coração inquieta-se. Desconfia. Sofre. Eis a origem de nossa infelicidade. O nosso pensamento é uma nuvem escura. A angústia domina. O copo sofre. O corpo seca. “Os ossos secam de tristeza, diz a Bíblia”. .Morremos de amor. Um amor platônico, solitário. Mas o coração se aquieta quando aquela doce palavra é ouvida através daquela voz que entra no âmago de nossa alma e nos diz: Querida!. Aqui estou todo para ti”. “Serei sempre teu.” “Não sou uma alucinação. Não sou um redemoinho passageiro de um vento volúvel. Sou o verbo tornado carne. Existo e para você.Vivo para o amor. Para o nosso amor sem fim. Eu te amo e você me ama”.Esta fascinação nos inebria por inteiro, dá significado à vida. Uma vida com sentido, apesar de todos os obstáculos, de todas as pedras que aparecem no nosso caminho. Somos tomados de uma maravilhosa serenidade depois de vivenciados todos os sentidos do amor. A “gamação” é tão forte que nos impressiona, nos revela que estamos vivos . Vivinhos e sorrindo para a sagrada vida com a qual fomos premiados. Fidelidade é nossa responsabilidade. Eis o que sentimos neste íntimo momento em que somos devorados pelos olhos do companheiro querido. “_Querido!” Ficamos imobilizados enquanto nosso sangue corre velozmente pelo nosso corpo ardente. Olhos nos olhos. Mãos nas mãos. Boca na boca. Um corpo. Um quadro sagrado, místico. Uma pintura eternizando o amor que se constrói no imaginário perfeito dos sonhadores deste mundo. E sem dúvida , podemos vivenciá-lo. Para isso temos que libertar nossa vontade de amar. Expulsar para longe o medo, a insegurança, a indiferença, a ameaça de um fantasma desconfiado que tenta entrar na nossa mente e destruir a inocência de um possível, grande e imaculado amor. Afastar o sentimento de frustração, de fracasso. Livrar-se da dor que nos enterra, que nos oprime, que nos reprime. Falar a mesma linguagem. Confiar. Abrir-se para uma vida fantástica plena de sorrisos num coração que deseja viver. Viver como companheiros inseparáveis. Como é bom viver amando! Amando e sendo amados! Isto nos fascina. Isso nos dá um mundo pleno de intensas alegrias. A magnificência da vida cheia de amor nos faz vibrar, despertar para o conhecimento de quem somos por dentro. Da nossa potencialidade para vivermos o que há de mais belo, bom e puro neste mundão de Deus e dos homens.E somos felizes na magia da espera. Então nos enfeitamos cuidadosamente .Queremos ficar bonitas para nosso bem amado. Queremos parecer com quem nós amamos. Fazemos o máximo possível para termos a sua bela imagem. Paradoxalmente, não procuramos essa imagem, ela nos vem à mente sem a chamarmos porque amamos. Descobrimos a sua essência que é também a nossa. De repente nós somos o outro. Queremos ficar unidos, “fechados no mesmo invólucro da pele ”. Vivermos num mundo mágico e paradoxalmente real..Num mundo sem males. E com males também, mas com a força de superá-los. Eis um romance de amor com final feliz. Nesse romance usamos uma linguagem sem muitos adjetivos. “Amamos o outro não pelas suas qualidades, mas pela sua existência, pela integridade de seu ser”, pelo que é e não pelo que têm. Pelo amor que nos mantém vivos. Pelo milagre do encontro feliz. Pelas ações do destino cruzado. Pela musicalidade de sua voz. Pela serenidade que sentimos ao andarmos de mãos dadas. Pelo transbordamento de felicidade ao estarmos lado a lado. E para eternizar o amor que sentimos, seja em sonho ou realidade, não devemos ter vergonha de confessar em altos brados: “ E te amo, Querido!”.

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AMOROSO II

*Irene Zanette de Castañeda

“Adoro você porque você é adorável”. Assim, o ser que ama pronuncia seu discurso amoroso incontido, num coração que palpita, aperta, contrai e descontrai em cada encontro feliz, ao mesmo tempo, angustiado por infringir as normas obsoletas de uma visão de mundo caduca ainda reinante nos palácios vazios do humano dessensibilizado. O sedutor das noites quentes, do amor maior, caminha na direção dos olhos que se buscam com ansiedade . Noites quentes de embriaguez . Fascínio dourado das luzes das estrelas cadentes . Elas escapam aos olhares de muitos seres indiferentes à beleza do mundo, da vida, mas não escapam aos olhares enamorados dos que amam incondicionalmente, dos que olham para o alto, para o céu em busca da plenitude divina de um momento feliz. Fascínio. Adoração. Veneração. Instantes mínimos da vida que passam embriagando corpos que se enchem de desejo a cada pensamento, a cada sonho sonhado, a cada palavra lida na magia da existência feliz. Nãopalavras que preencham a grandeza desses momentos inebriantes, lado a lado, amado e amante.Nãosignificantes apropriados que possam receber tantos e tão ricos significados. São amores que caminham. Caminham juntinhos na mesma emoção ardente. Exalam calor em todos os poros e inspiram e expiram o oxigênio dinâmico de todas as células irrequietas. São corpos que se atraem na magia do coração aberto, sem preconceitos. O coração bate. Grita em silêncio o quanto ama um ser fascinante aureolado de pedras preciosas. Aureolado de energia cósmica. Quanto ele fascina! Enlouquece. Enlouquecido, o coração perde a razão e ri. Ri. Gargalha gostoso das pequenas falhas da linguagem que não sabe traduzir em palavras o indizível daqueles momentos em que o corpo se enche de alegria, da emoção explosiva do desejo contido, mas que se atualiza em pequenos instantes mágicos. Num simples tocar de dedos ao acaso, num simples respirar o ar do outro, num simples toque instantâneo de corpos que se atraem e se buscam mutuamente, casualmente . Mas não se entregam. Apenas se desejam e curtem a paixão incontida no isolamento de corpos que usufruem de uma atração fatal. Esperam. E vivem a esperança do amanhã que nunca chegará porque pertence ao sonho. E nos sonhos, eles brincam de realidade. E a realidade não existe. E sorriem das tonterias ditas no clamor da espontaneidade, da ingenuidade, da inocência do momento histórico nunca registrado porque é impossível registrar o indizível. E a vida é bondosa com ambos e capaz de propiciar a esses seres da terra as coisas do céu. Paradoxos inexplicáveis abalam os corpos que se atraem. Fascinação e desejo são experimentados na ilusão de um momento feliz. Estesia do encontro com o outro, do sabor do outro, dizia Landowski, o grande semioticista. Realização apenas imaginada de sonhos nunca antes sonhados, mas paradoxalmente vivenciados. Inocência da alma que canta em silêncio. Alma infantil de uma infância que não acabou.Grandes crianças sorridentes na caminhada da vida nobre. De uma nobreza de almas inocentes, habitantes de um paraíso terreno jamais conhecido pelos insensíveis. Acidente de percurso de um eterno retorno de um tempomuito apagado nas almas infantilmente amadurecidas. Amor amadurecido, não por acaso, mas por obra de um Deus que ainda reina nos corações apaixonados, silenciados por muito tempo, reencontrados nos estranhos e misteriosos caminhos da vida. Amores que esperam a noite, o brilho das estelas, o canto da coruja, o esconderijo ameno na escuridão iluminada pelas estrelas condescendentes com os amores proibidos, mas libertos pela benção dos deuses que também amaram, sofreram as agruras da separação e retornaram ao amanhecer da vida inocente e cheia de graça. Flutuam no útero da vida como almas gêmeas, inseparáveis desde a fecundação da ausência presentificada. Afloram os cinco sentidos na constituição andrógina da existência inexplicável aos olhos dos incrédulos em contos de fadas. Um homem e uma mulher casados num mesmo desejo, num mesmo olhar imperioso cheio de amor platônico porque não se abraçam, não se tocam , não se esmagam, apenas se desejam e se falam através de olhares penetrantes, no mundo ideal da era da caverna encantada . Ah! O desejo incontido de ter nos braços a todo o instante o caçador quê se foi à caça e, talvez, não volte nunca mais porque os bichos da floresta poderão atacá-lo traiçoeiramente, nas encruzilhadas da vida recheada dos mais insondáveis mistérios. De repente, ele pode criar asas, virar anjo e voar para o céu cheio de estrelas e de luar e de galáxias inexploradas. De repente, vem a angústia da ausência inexplicada, um apertar no peito amargurado, um pensamento permeado de tragicidade. Uma nuvem escura tenta apagar os sonhos de realização de instantes felizes na presença do outro, no sabor do outro. Mas, de repente renasce o sol e, com ele, os raios brilham nos corações humanos, inocentados pelo sentimento digno dos deuses habitantes do Olimpo. Amor. Eles se amam por si mesmos e não por bens materiais ambicionados pelo egoísmo dos que acumulam riquezas terrenas que se desfazem em minutos na inconstância dos negócios mal sucedidos. Eles se amam. E sofrem porque o amor não se realiza na sua completude. Realizam-se nos sonhos sempre sonhados a todo o momento, nos desejos desejados do sabor do outro degustado apenas em instantes iluminados de amor supremo. Não se trata de fingimento amoroso. É realmente um sentimento inscrito no texto da vida presente, registrado no livro da sabedoria das paixões incontidas e inexplicáveis pela lógica, pela razão fria e observadora do mundo sem sentido. Ele e ela estão inscritos no real livro da vida pelas mãos fortes de um deus que não silencia o seu discurso amoroso ao permitir o encontro desses seres amados e amantes . Eles se desejam continuamente num espaço inventado. Se o desejo fosse realizado haveria a desorganização do sistema e organizada a catástrofe apocalíptica da não mais existência desses anjos sonhadores. São apenas sonhadores com uma vida feliz, movida pelo purismo da natureza humana, mas impossível ao mundo dos humanos bestializados pela insensibilidade anárquica dominante. Ou são movidos pela incompreensão do livre arbítrio, da incompletude do ser ao lado de outro ser aprisionado pelas convenções sociais desgastantes e provocadoras da rejeição e conseqüente agressividade, violência e morte de todos os sonhos de realização pessoal, de uma vida libertamente, pacificamente feliz. o ser livre pode amar incondicionalmente. Pode dar o bem espiritual mais precioso. Pode dar este discurso que extrapola todos os sentidos. Que não tem endereço certo, mas muito bem interpretado. Que tem um nome escondido, mas facilmente identificado. É para esse leitor que este texto foi escrito, portanto, uma fatalidade deste próprio discurso que não permite dizer um nome querido, mas trata-se de um discurso amoroso porque foi escritoamorosamente como um bolo deliciosamente recheado ou com a simplicidade de um pano de prato bordado em cima do fogão, com os seguintes dizeres: “ Gostoso é te ver bem, porque te amo, te adoro, te venero”.

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DISCURSO AMOROSO III

* Irene Zanette de Castañeda

Quem ama tem sempre presente um discurso imaginário a concretizar em palavras enunciadas ou escritas no livro da vida. Mas as palavras, no imaginário, são relâmpagos instantâneos que a mente não consegue guardar por muito tempo. As emoções, por outro lado, as grandes emoções são apenas captadas no momento em que os encontros amorosos acontecem, por isso, não podem ser nomeadas.Quando esses momentos são apenas imaginados, as sensações são mais refinadas, nobres, sublimes. São frutos dos sonhos sonhados. Frutificados no ardor da carne sufocada. No silêncio da palavra engasgada. São sensações inexprimíveis porque são idealizadas. Por isso, perfeitas. São pássaros livres voando na nossa mente.Vivencia-se uma longa espera na noite adentro. A Dama da Noite, no limiar de suas flores recendendo um perfume suave e convidativo a uma bela noite de amor, confecciona uma cama de folhas verdes com flores verdes que vão caindo no chão lentamente, no meio daquele bosque encantado à espera da luz do luar, do pisca-pisca das estrelas, à espera do ser amado . Mas, ele não vem, e o vento da noite espalha as folhas verdes e as flores verdes da cama nupcial. Folhas e flores que se separam tragicamente. Em cada canto uma folha solitária clamando pela união dos seres amados. Cada folha potencializa um sonho de realização amorosa. Cada flor potencializa um grito de alegria. Cada folha potencializa um pensamento feliz. Cada flor potencializa um gesto de ternura.Cada folha potencializa um gesto de carinho desejado. Cada flor potencializa uma tragédia: da gamação inicial ao suicídio final. Cada folha potencializa o sonho da entrega total. Cada flor potencializa o ingresso de amantes num paraíso perdido. Cada folha potencializa um beijo interminável nas bocas que se amassam em sonhos sempre sonhados. Um beijo apenas desejado no jardim da noite que se desfaz plenamente com a chegada da Aurora. E ela vem de mansinho, rosada, sem ser esperada porque vem anunciando que a espera foi inútil. Carrega, na sua carruagem , o Sol, todo poderoso, que vem derreter todos as aspirações da felicidade tão e sempre desejadas. Apenas os sonhos estão no comando da mente. Eles criam um mundo paradisíaco. Num tempo e num espaço em que Adão e Eva ainda não tinham pecado porque lhes fora proibido o fruto da árvore da vida. E que pecado tão gostoso foi esse inventado para aumentar o amor incontrolado! É próprio do ser terreno pecar! Não seria humano, se não pecasse. Adão e Eva foram castigados? Mas que castigo paradoxal! Um pecado com duplo sentido: o do prazer e a da dor. Se fosse mal, não haveria prazer tão prazeroso. Se fosse bem, não seria tão dolorido!. E Deus entendeu a natureza humana que ele criou. E foi complacente. E perdoou. E permitiu que os homens se amassem e pecassem porque era sua natureza pecar. E se proliferaram. E estamos aqui, neste mundo controverso como provas de seu consentimento. Eis o homem e a mulher, agora completos na sua essência. Por isso, a felicidade nunca é plena. Existem apenas momentos felizes na vida dos que realmente amam. E são momentos inexprimíveis. As palavras não suportam tamanha graça para tão instantâneos momentos em que se casam o riso e a dor, o desejo e a interdição. Relâmpagos nunca fotografados. E num tempo em que Eros e Psique ainda não se tinham visto porque a visão lhes seria fatal. E quando se viram, separaram-se. Os gregos foram implacáveis. E como fora fatal a separação!! A noite passou a ser o refúgio daqueles amantes enlouquecidos de amor, mas separados pelo rigor da palavra inventada e oficializada. Eros e Psique, o Amor e a Alma tão inseparáveis na sua essência! Separados, tinham o brilho das estrelas a velarem silenciosamente, protegendo esses anjos inocentes, sonhadores com o que não podia ser. Ela então dormiu para sonhar. E os sonhos lhe trouxeram de volta a alegria de uma existência feliz. E seu amado a visitava nos sonhos. Amavam-se nos sonhos. Beijavam-se em sonhos. Curtiam-se na magia sublime dos sonhos em sintonia.E se tocavam levemente como penas ao vento das noites quentes. E riam. E gargalhavam como da primeira vez. Comunicavam-se em sonhos porque o Amor era interdito na vida real. Mas os sonhos se vão ao despertar. Então vem o Sol e com ele, a luz que ofusca os estados oníricos. Luz, sinônimo de razão. Luz que, paradoxalmente, apaga os sentidos. Luz e razão pura, estertores da civilização moderna, da máquina humana que enxugou os sentimentos, enjaulou os humanos em regras desumanas, endureceu os corações que não mais são capazes de pulsar de alegria, de sentir a vida vivida na sua plenitude. Dessembilização total. Mas ainda existem alguns poucos seres de exceção que perambulam pelos desertos de humanos. Eles ainda podem ser movidos apenas por um olhar fulminante capaz de desequilibrar o ser olhado, secado às ocultas naqueles lugares paradisíacos visitados pelos escolhidos do divino. Uma perfeita sintonia de mentes e de corações alados que pulsam velozmente a cada sonho sonhado, a cada desejo realizado no imaginário de corpos ardentes em estado febril. Um olhar para trás, uma palmada sugerida pela eloqüência da emoção que sai do peito aos gritos: “ Você vai apanhar com palmadas de paixão!”. “Eu amo você!”. “Sou olhado por um ser querido”, o coração diz. Apenas olhado. Não tocado. E como aqueles olhos verdes tão sonhados fulminam um corpo que se doa através dos olhares que se interpenetram amorosamente. E quase cai num súbito tropeço. E os olhares se casam na sintonia das paixões anunciadas, mas sem nome. São instantes indizíveis de indizíveis realizações do coração que fala com o correr veloz do sangue quente que queima, que bate a cada olhar fulminante . E arde de emoção comas punhaladas dos olhares que se cruzam e se falam sem palavras. Saboreiam-se. Sonham novamente com o momento da entrega sem se entregarem. E os sonhos são ricos de sensações misteriosas. Mistérios dos que amam sem saber porque amam. Talvez saibam que Mnemosine, a deusa da memória, fez renascer uma paixãotanto escondida na caverna encantada onde se realizaram aqueles amores primaveris com danças, flores e pipocas. Reencontraram-se nos misteriosos caminhos da vida e estão vivenciando, no livro da sabedoria, os amores perfeitos, os sabores do outro, o retorno de um tempo longínquo, de um espaço aberto paradisíaco em que as paixões ficaram mal resolvidas. Eterno retorno de tudo aquilo que ficou guardado, reprimido, camuflado, escondido, abafado pelas circunstâncias econômicas em que o que valia era o dinheiro, a riqueza. Pobre Gata Borralheira que tão cedo perdera seu príncipe, tão cedo desencantado. Porém, retornado e guiado por forças ocultas. Mas...Mnemosine, deusa da memória, volta para anunciar o renascimento do Amor amadurecido. Hoje, grandes crianças inocentes.Que ainda sabem brincar aqueles sonhos de crianças inocentes. Ninguém esperava por isso. Momento de júbilo ou de fatalidade? Tempos que retornam inconseqüentemente, sem a espera desejada, sem previsão de tudo o que ia acontecer. Não. Ninguém podia imaginar o que aconteceria com aqueles seres escolhidos pelos deuses do Olimpo. Personificados pela magia de Eros e Psique, andróginos celestiais, corpo e alma inquietos que se reencontram no castelo encantado, registrado no livro da sabedoria amorosa.O mito relata uma triste história, hoje, reinventada pelo destino. Psique possuía “uma graciosidade capaz de suplantar a de qualquer mortal”. Beleza de corpo e de alma. Mas, marcada pela pobreza e impiedade do tempo. Assim, ninguém queria desposá-la. Foi, então preparada para uma cerimônia nupcial e abandonada no alto de uma montanha, onde um monstro viria buscá-la.Ali ficou sozinha e com muito medo. Adormeceu lamentando seu destino. Então, os deuses do vento a conduziram ao encantado palácio . Por onde passava, as portas se abriam. Vozes estranhas a conduziam para um aposento especial. À noite, no escuro, sentiu a presença de alguém: era seu marido profetizado pelo oráculo, mas que ela não podia ver porque o perderia para sempre. Também, como Eva, fora vítima da proibição. Não lhe parecia, porém tão temível ou monstruoso quanto receara pelo dito do oráculo .Não podia olhar seu amado durante os momentos divinos do encontro amoroso, mas sentia-o pelos cinco sentidos eletrizados pelas mãos amorosamente fortes de Eros, seu grande amor.Depois ela dorme feliz e ele some como um fantasma na noite escura para voltar no dia seguinte. Assim passa algum tempo até que Psique é despertada pela curiosidade e pela dúvida plantada por suas irmãs invejosas. Queria ver o rosto daquele com quem, tão deliciosamente fazia amor. Não. Não sabia quem ele era.Acende uma vela e ao seu lado, o jovem mais bonito do mundo. Forte. Alegre no seu sorriso sentido pela audição, pelo tato, seu delicioso cheiro, pelo olfato. Contrariado, Eros se afasta para sempre. Foge de sua doce amada que rompera o contrato da proibição. Abandonada pelo Amor, Psique anda pelo mundo solitariamente triste.O tempo passa. Muitos anos se vão . Dorme de novo até que Eros a encontra casualmente . Todo seu amor retorna com desespero e estrema volúpia. Ela é, então, despertada pelas flechas daquele amor inesquecível. Mas, vêm os ventos furiosos. Sopram o contrário. Sentem ciúme de tão rico e esplendoroso amor encantado. Sopram a dor que apaga o riso e o sonho. Então ela rasga seu peito, arranca seu coração ardente que sangra. Entrega-o ao seu bem amado e dorme para sempre no meio da noite escura por onde caminha, sonâmbula, sem rumo, numa vida sem sentido.

E para coroar este discurso amoroso, as palavras de Barthes devem ser lembradas: “O Amor sublima-se nesta criação estética envolvendo o mito socrático que diz: “ Amar serve para engendrar uma multidão de belos e magníficos discursos”. Então, “produzirei uma obra imortal escrevendo minha paixão”.

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NO OUTONO DA VIDA...
Edson Carlos Contar
Antes que chegue o inverno
E nos cubra em brancas plumagens,
Vivamos o outono da vida,
A recordar primaveras floridas
E dos mornos verões as imagens.
E a brisa, que sopra tangendo,
Traz no ar melodias saudosas,
E as folhas flutuam em lembranças
De uma vida em mares de rosas.
Nossas mãos já marcadas no tempo
Se entrelaçam em ternura e carinho,
E, em silêncio, nossos pensamentos
Se encontram no mesmo caminho.
De um desejo fazemos segredo,
Só a Ele ousamos pedir...
Que juntos, sem dúvida ou medo,
Desejamos juntinhos partir...
SAUDADES DE TÍ.

Quantas saudades senti de tí
Sem ter seu carinho que tanto
me faz feliz!

Tú és a criatura mais linda!Meus
Olhos brilham ao olhar este seu
Semblante que me faz te amar

Um amor tão intenso que me leva
A sonhar com a luz do seu olhar
Com este teu sorriso sereno e no

Mesmo tempo atraente!!
Seria eu a mais feliz das mulheres
Se consigo estivesse de mãos dadas

Vou te seguir em busca da felicidade
Caminhando sem destino com saias
Rodadas e dançando a mais bela música

Me tornarei uma cigana fasceira para contigo
Ir em busca da liberdade sem temor e serei
Sua companheira nos dias que precisar de amor!!
Autora...Nancy Amorim
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Doce Despertar
[Patricia Montenegro]
Ainda é madrugada,
Ouço você me chamar,
-Sua voz meu eterno canto-
Não sei se é sonho,
Ou bela realidade,
Mas você ouviu meu chamado,
E veio me encontrar,
-Sua felicidade é também a minha-
Palavras tão doces,
Você sussurra ao meu ouvido,
Confissões e declarações,
Que fazem meu corpo arrepiar,
Seu sorriso se mistura ao meu,
O brilho dos seus olhos,
Iluminam os meus,
Sinto o calor do seu corpo,
A aquecer o meu,
-Nossos perfumes se misturam-
Chove forte lá fora,
- Canção que nos embala-
Mas dentro do quarto,
Somente as cores do arco-íris,
Iluminando nossas almas,
Meu coração já não é meu,
Há muito lhe pertence,
Adormeço novamente,
-Quero parar o tempo-
Não quero despertar desse 'sonho',
Que é a minha desejada realidade,
Ah... Como é doce despertar,
Com a sua voz,
Chamando por mim,
Cantando meu nome...
[patty_ p.a.z... Sempre]

MEU ENAMORADO_AMANTE!
Theca Angel
Te escrevo por não poder dizer-te
o que neste instante verte diretamente
de meus pensamentos errantes...
Não consigo viver sem querer-te!
A caneta desenha palavras no papel
como se de minha alma escorresse
finalmente, o fel, que ali jazia retido,
escondendo deste amor, o sentido!
Não penso, deixo que as rimas
sulquem o espaço,e despenquem
como incríveis cascatas de ouro
em cada verso, decantado êxtase !
O céu com seu brilho de outono
deita suas folhas em meu regaço!
Meus sentimentos pelo frio tolhidos
neste entardecer jazem nús como galhos!
Há um brilho místico, diferente
que ao meu redor está presente,
iluminando minhas mãos, fluindo,
por elas, aos meus dedos tensos!
Através das letras vejo teu retrato
como se em verdade ali estivesses.
Chamam-me, teus lábios entreabertos...
Ilusão, ou resposta à esta prece!
Minha poesia não se completa...
Falta-lhe o olhar amante a recebe-la,
tuas brancas mãos, ávidas a toca-la,
teu corpo a responde-las... amante...!

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