domingo, 1 de novembro de 2009

CHEGA DE DROGAS - ANA DA CRUZ

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From: CULTED Ana da Cruz To: Daspet Poetas del Mundo ; Delasnieve Daspet Sent: Sunday, November 01, 2009 2:48 PMSubject: Campanha contra as Drogas, em favor da vida

CHEGA DE DROGAS

Muito se tem falado a respeito das drogas, mas poucos mencionam suas conseqüências, que são inúmeras e, algumas, muito graves. A conscientização da má escolha feita pelos envolvidos com drogas só chega após eles conviverem com a dura realidade de já estarem totalmente dominados, passando a ser um viciado ou um criminoso.

As pessoas candidatas a se viciarem ou se corromperem com o dinheiro das drogas não têm a menor idéia do que se passa em uma prisão. Fica-se preso e pronto: não se tem condições de estudar ou trabalhar. Não tem feriado, natal, carnaval ou aniversário para se viajar ou passar com a família. Da sua cela, o preso não vê o sol - exceto pelo período que se vai para o pátio. A comida costuma ser ruim. O tempo parece não passar. Muitos ficam sentados, na cela, contando as horas, dia após dia, e outros, ainda, contam os minutos em vez das horas, porque estas demoram muito. Perde-se a noção dos dias de semana ou dias de mês, todos parecem iguais. A marca do tempo é o dia de visita e isto, quando a visita é permitida, mas o pior de tudo são as humilhações sofridas pelos visitantes por causa da revista completa feita antes deles entrarem em contato com a pessoa presa, incluindo até mesmo seus órgãos genitais e retos para se evitar a entrada de armas, drogas e celulares na prisão.

Quanto aos presos, na penitenciária, quando há revista todos vão pelados para o pátio frio para serem feitas as vistorias nas celas. As pessoas que são presas - desconhecidas do mundo do crime - e as que são novas e de boa aparência, muitas vezes, são forçadas a serem mulheres, sendo seviciadas por aqueles que dominam as celas. As mais fracas, as consideradas não-perigosas dormem no chão duro e frio, por causa da superlotação dos presídios, que costumam ter 30 (trinta) pessoas presas em celas que só cabem 8 (oito) ou 10 (dez).

A criança e o adolescente, embora seja dura esta realidade, têm que saber dela: até aonde a droga pode leva-los, no estágio de viciados: à cadeia e/ou à morte. Ter uma imagem do fundo do poço onde termina o contato com as drogas pode ser a melhor vacina. Não falar disso é não ter compromisso. É a mesma coisa dos pais que não falam de sexo com os filhos. O jovem tem de entender que se viciar tem suas conseqüências.

Não é ser moderno. Inteligente e esperto é aquele que não aceita que os outros o passem para trás, com falsas ilusões. A pessoa que não tem opinião própria é considerada fraca, burra, mole, por quem a conhece, inclusive, pelo próprio traficante, que, na maioria das vezes, não é viciado, apenas comercializa a droga. É a chamada, na linguagem vulgar, “maria vai com as outras”. Pessoas sem personalidade não têm opinião própria e quando têm, acham que a dos outros é melhor.

Precisa-se de campanhas que propiciem o debate sobre as drogas e suas conseqüências entre as crianças, adolescentes, seus familiares, professores, líderes religiosos, ídolos esportivos ou artistas, ou seja, envolver todo mundo. Todos precisam ajudar. É o futuro destes jovens que se quer salvar. Precisa-se que a criança e o adolescente aprendam a espelhar sua vida, seu futuro, em bons exemplos. Eles têm de entender que amigo é aquele que não os deixa ir para o caminho errado; é aquele que quando os vê errando, luta para tira-los do mau caminho, que aconselha, que se importa, que, às vezes, até briga com eles, mas não os abandona em seus erros, não desiste deles.

É preciso unir todos aqueles que lutam, sem cessar, por um mundo em drogas, quer aparando os viciados em programas de reintegração, quer se prevenindo que esta realidade entre dentro da sua casa. Afinal de contas, os traficantes precisam de ampliar seus pontos de venda, e, para isto, é preciso que seus vendedores tenham mais clientes. Desta forma, a propaganda enganosa do benefício das drogas na tentativa de iniciar pessoas ao uso, como a falsa visão de impunidade, são feitas de modo, cada vez mais, profissional. Se não agirmos de forma organizada, essa ameaça passará a fazer parte da realidade de mais e mais famílias, como uma epidemia social.

A proposta é servir às campanhas e movimentos de esclarecimento sobre as drogas e suas conseqüências, como base de palestras e debates, na procura de condutas e reflexões que ponham as crianças e adolescentes protegidos das drogas, por terem a imagem, real e crua, até aonde elas podem levá-los. A sociedade, hoje, tem que ter este compromisso de luta para que as crianças e os adolescentes possam crescer de forma mais sadia. A própria idade já os faz ter tanto a aprender, escolher, se ajustar. Uma idade de desafios a enfrentar. Não precisam que a droga seja mais um.

Tem-se que incutir, no jovem, a dignidade da pessoa humana, que o drogado perde, ao virar um escravo dominado pelas drogas. Os jovens têm que aprender a lutar pelo que querem, não fugir de suas realidades, procurando refúgio nas drogas. Eles são o futuro das famílias, das cidades, dos estados, do país em que nascem. Precisa-se cuidar dessa semente tão preciosa. Combater o uso das drogas, além de um investimento na família, é uma questão de segurança e cidadania. Afinal de contas, além de tudo, o uso das drogas gera recursos financeiros para o crime organizado.

Autorizado pela autora.

Publicado no livro Iniciação às Drogas e suas Conseqüências.

Registro na Fundação Biblioteca Nacional

RGBN. 376.440


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Ana da Cruz - - - Escritora, Tradutora, Agente Sócio-Cultural
Poetas del Mundo
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5065
Criação de Soluções Plataforma.Ning http://developer.ning.com/profile/AnadaCruz
Criação do Portal Cultural Mural dos Escritores http://muraldosescritores.ning.com

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