quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aluízio Rezende

liberté

libertei-me de tudo,

de escrito singulares

de falsos falares

da necessidade de me encontrares

ou de encontrar um modo

sofisticado de te ver

de escrever

de ser aquilo que não queria

dentro de um novelo de desejos

me libertei dos lampejos

que alguém dissesse que eu tinha

me libertei da latinha

onde estavam minhas bolas de gude

me libertei da Gertrude

da Marinava, da Sheila

não sei onde foi a Teresa

se está presa numa corda

pendendo da janela da cela

me libertei da tramela

que nunca trancou meu portão

me libertei da conclusão...

mas sei que não posso de mim

Rio, 26/03/2010

Aluízio Rezende

Cônsul de Barra da Tijuca, RJ

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