sexta-feira, 9 de abril de 2010

Daladier da Silva Carlos

Nos Cantos dos Olhos

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Reparo nos cantos dos meus olhos,

Abaixo das sobrancelhas, caídas,

Tímidas, apesar das jornadas e das

Vigílias à procura do inigualável,

Daquela indizível sensação que queima,

Resseca a boca do pavor da paixão!

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Sou esteta da face trazida à luz,

Desde o sol saído das nuvens,

Em meio ao trânsito impessoal,

Um quase delírio de vozes e sons,

Talvez uma cena feliniana de nós todos,

Nas tantas possibilidades do viver.

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Trago este rosto, este esgar atônito,

Algo inverossímel ao romance trivial,

Ao terreno marcado das intenções,

À duradoura dúvida de não saber encontrar

O espaço que me jogue para fora e exponha

As desconformidades dos versos patéticos!

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Ah, se o trinado do pássaro fosse meu!

Quanta ventura! Quanta ternura, enfim,

Para acabar comigo e mostrar-me outro!

Definitiva e olimpicamente simples,

Livre de protagonizar a construção do poeta,

Nas esperança de que o veria pronto!

Daladier Carlos

09 abril, 2010

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