Mãe
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Iolanda Brazão
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Quantas noites em claro passastes ao meu lado,
acalentando meus choros?
Quando nos primeiros dias de vida;
Depois de sair de teu ventre.
Reclamava deste mundo diferente.
Quantas noites minha mãe?
E você pacientemente a me ninar.
A embalar meu sono.
Ainda assim, sem nada entender.
Já era louca por você.
Passado algum tempo...
Passei a perceber tudo ao meu redor.
E você ali, a observar.
Fui me encantando.
Não queria mais ninguém.
Preferia em teus braços ficar.
Não demorou, para seu nome pronunciar.
E guiada por suas mãos,
os primeiros passos comecei aprender.
Ainda assim minha preferência era você.
Nos seus braços, me sentia segura.
Protegida.
Amada.
Querida.
Você tão carinhosa.
Atenciosa.
Mas o tempo foi passando...
Fui crescendo.
E você a me orientar.
A mostrar caminhos.
Alertar...
Ao ficar longe de você.
No primeiro dia de escola.
Senti no peito um vazio.
Doía não ter sua proteção.
Não sentir você ,segurando minha mão.
Ai... Que estranha sensação.
Abandono.
Medo.
Pânico.
O tempo foi passando...
Eu crescendo...
Cada vez mais entendendo
A força do seu amor.
De sua ternura.
De sua bravura.
E eu a lhe admirar.
Não pensava lhe abandonar.
Deixar nosso lar.
Quando isso aconteceu.
Não pense que não sofri.
Era difícil sair dos seus domínios.
Mas eu precisava ir.
Seguir meu caminho.
Minha vida construir.
Como você fez um dia.
Quando teve que partir.
No entanto, sempre que possível.
Aos seus braços voltarei.
Para dar-lhe meu afeto.
Sentir o seu carinho.
Assim ter forças para lutar.
Mas uma coisa é certa.
Pode até anotar:
Minha mãe querida,
Para sempre vou te amar.
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