sábado, 8 de maio de 2010

LÚCIA PEREIRA

QUERO GRITAR O MEU GRITO

Lúcia Helena Pereira

23-04-2010

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Um grito dilacerado, torturado, atormentado

Entre brancos e perfumados lençõis

De uma volúpia vermelha, cor de fogo.

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Quero gritar o meu grito mais intenso e forte

E que seja ouvido e amado através das planícies esquecidas,

Dos rios de todos os lugares,

Como um grito que pede socorro!

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Ah! Esse grito que trago n´alma, hoje,

Vem de uma canção longínqüa,

Talvez da música das esferas, em noites de luares.

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Quero gritar o meu grito de pássaro ferido

Deixar voarem as minhas penas todas

E colher flores nas pedras de montes azuis, aveludados,

Chorar e refulgir como luz de vaga-lume.

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Ah! Deus, meu grito estronda e desperta o rebanho,

O gado foge, os carneirinhos pulam,

As borboletas sobrevoam com a música de suas asas...

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Quero um grito de felicidade extrapolando do peito,

Abrir os olhos, morder os lábios e sentir todo o calor daquelas mãos,

Como labaredas crepitando sobre o meu corpo branco e macio

Largado num chão de luz e orgasmo de flores!

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