domingo, 9 de maio de 2010

Mírian Warttusch

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NÃNA NÃNA

Mírian Warttusch

Cantiga de Ninar

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Um nãna, nãna, nãna nanei, dentro de ti, já fui sementinha.

Por nove meses, me agasalhaste, depois nasci, linda criancinha.

Por nove meses, dentro de ti, doce mãezinha, com muito amor!

Tu me esperavas, com paciência, tão pesadona, mas com fervor...

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Sofreste tanto, por esses meses, mas com saúde, de ti nasci.

Tudo esqueceste e nos teus braços, no nãna, nãna eu adormeci...

Tua vigília, junto ao bercinho, nas tantas noites em que eu chorava,

Era de encanto, amor e carinho, no nãna, nãna, tu me embalavas.

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Tu me cantavas o nãna, nãna, enquanto o seio me oferecias

E eu tão gulosa, me saciava, agasalhada, tu me sentias.

Carinho eterno, minha mamãe, tão farto o leite, maná de Deus,

Mães preciosas, sua missão, dar alimento aos meninos seus.

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E o nãna, nãna, que ouvi um dia, agasalhada no teu regaço,

Te canto agora, mamãe querida, quando te embalo no meu abraço!

Voou o tempo – e quem diria? – tempo passado, quanta lembrança...

Hoje querida, não és mais jovem, nem eu, agora, sou mais criança.

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Quero dizer-te, passou o tempo, como se fosse linda oração.

É teu, querida, cheio de amor, no nãna, nãna, o meu coração!

Linda criança, nãna naninha, nãna meu anjo, eu estou aqui...

No colo quente, da mamãezinha, no nãna, nãna, eu adormeci.

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Nãna, nãna, na cantiga, tu cantas pro teu neném...

Neste embalo o nãna, nãna, que terno nãna neném...

Mãezinha, tão doce canto, tu cantas só para mim

Quisera isto fosse eterno, que nunca tivesse fim.

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