quarta-feira, 5 de maio de 2010

Nº 48 - Divulgando Poetas del Mundo

POETAS DEL MUNDO PRESENTES NA 7ª EDIÇÃO DO FESTIVAL AMÉRICA DO SUL
EM CORUMBÁ-MS




TEU BEIJO
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Fazes o teu trabalho,
e à minha volta ficas.
Tuas mãos, suaves sinto,
quando em mim tu tocas.
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Tens um calor gostoso,
que faz em mim, um bem
que quero sempre sentir.
Quero-te, sempre por perto.
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Deitar a cabeça, em teus seios,
enlaçar-te pela cintura,
ter teu corpo junto ao meu.
Nessa boca linda e suave,
um longo beijo dar-te,
e para sempre ser seu.
(Roldão Aires)


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Encontro
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De acordo com os acordes
dos acordos não fiz
que bem explicado, fique
apesar disto, cumpri
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Reza um credo qu' inda resta
em coisas que não vivi
muita coisa por fazer
e o grande prazer de crer
de conviver com a sorte
pois que o tempo me empresta
tudo o mais que ao viver
nos despe de orgulho e ódio
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O prêmio do alto pódio
louros a coroar a morte
Elane Tomich
T.Otoni, 04 / 2010
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gosto de pessoas com sorrisos largos
sem travas no maxilar;
pessoas transparentes que demonstram
o que sentem sem medo nem armaduras
inventadas;
gosto da franqueza mesmo que seja bruta;
pode incomodar mas não machuca
prefiro a verdade à mentira piedosa.
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gosto de pessoas de alma leve;
aura clara
pessoas com suavidade nas palavras;
e que saibam expressar, nos movimentos,
a beleza de forma rara.
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gosto de pessoas “gente”.
que não simulam nem barganham;
pessoas que não se penhoram pela miséria humana
conscientes, ousadas, atrevidas;
mas que tudo seja em prol do coletivo.
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sinto muito...
não consigo gostar da arbitrariedade!
eu só sei gostar de pessoas que
em lugar do ego
ocupe um coração.

Lúcia Gönczy

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Poetas do Mundo

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Hoje, ouvi ao fundo as vozes de arauto
Do alto campanário como sino de Belém
Em romaria a fé feito o círio de Nazaré,
Também faz bem a nossa liturgia
Na literatura da paz,
Em romaria na poesia
Sentido a crença e descrença,
Pela diferença estampada na relatada fé.
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Ouvi bem no fundo,
Poetas do mundo,
As vozes gritantes desta pregação
Com palavras de amor unidas por paixão.
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Este elemento eficaz,
Levantam as vozes em clamor
Declamando com amor os versos da poesia
Mesmo quando, a tristeza contraria a alegria
Seremos a flor da compaixão
Colhida com presteza de espírito
Sendo o nosso rito a lembrança
Da fragilidade de sermos apenas humanos.
Cesar Moura
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MINHA TENDA

Aparecido Donizetti Hernandez

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Caminhos difíceis, decisões impossíveis,

Como posso viver sem ti, como posso viver contigo.

Procuro-a nas minhas lembranças,

Encontro-a em vagas memórias de tempos felizes,

Encontro-a em minha tenda, com seu vestido rodado.

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Seu rosto, somente aparece de forma turva,

Tento te esquecer... Mas quero lembrar,

Lembrar dos tempos em que caminhávamos juntos,

tempos em que cavalgamos lado a lado.

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Quero te esquecer, preciso lembrar,

Lembrar da felicidade em te ver em te ter,

Lembrar dos tempos que minha tenda era nosso abrigo,

Lembrar de seu vestido rodado, de seus brincos, seu sorriso,

De seu choro de nossa alegria.

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Quero te esquecer, não posso...

Fecho os olhos e seu rosto aparece de forma turva,

Meus olhos lembram suas curvas,

Meus dedos no ar tentam acariciar sua silueta turva,

Não me esqueço de suas curvas.

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ONDE ESTARÁ MEU AMOR!
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Onde será que está o meu amor.....
Será naquela nuvem branquinha ou no
Pico de uma montanha, por onde será
Que ele anda!deve estar em uma estrela
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Qualquer, talvez em minha janela nesta lua
Enluarada observando minha lida solitária
Ouvindo meu pranto lento!
Onde estará meu doce amor? Será que ainda.
Pensa em mim...

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Fico aqui a rogar por ele que
Lá onde esteja siga feliz!
Peço baixinho por onde esteja, meu amor leve
Consigo o meu carinho! Carregue minha saudade
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Nunca esqueça de mim, Flutue por este mundo sem
Fim Levando consigo o meu amor profundo!
Nos dias mais difíceis choro de tanta saudade!
Em meu olhar trago a tristeza de não poder te ver!!!
Nancy Amorim
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ÃNSIA

Luíza Benício

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Na ânsia de atingir sua meta, que era conseguir um emprego que lhe oferecesse mais vantagens financeiras, o pobre homem pediu demissão do emprego estável e foi para a outra firma que lhe oferecia um pouco mais de Vantagens financeiras. Mas não se adaptou ao novo trabalho e sentiu nova ânsia em retornar ao antigo, que era mais confortável e tinha seus amigos com quem se dava muito bem.

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UM DIA

Marisa Cajado

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Em um domingo nos encontramos

Carente estava, eu mais carente ainda

Sem nada pensar, nos entregamos

Neste encontro que agora finda.

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Nem lágrimas, nem pesar por certo

Certamente, estamos amargurados

Talvez querendo nos ter por perto,

E a vida nos mantendo afastados.

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Tão difícil a compreensão do ser humano.

Tão diversos os valores que se tem.

quer alguém só, pra mim valor insano.

Busco quem ama e quer viver com quem

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Ama, aqueles que encontra no

Que traga em si o coração aberto

Que acolha e abrace com força e carinho

Quem a vida encaminhou decerto.

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Ah! Um dia eu temi a solidão

Solitária me senti , ao sabê-lo em outros braços.

Tola que fui, pois tenho o amor no coração

Haverá sempre alguém junto a meus passos.

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E nos abraços que minha alma oferece

Encontrarei o afago claro e amigo

Um dia a Terra deixarei, em suave prece

E a companhia do amor irá comigo.



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Pequena Resenha Crítica (Primeiro Rascunho)

Estupendo Clássico “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS” de Markus Zusak

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“Nunca encontrarás a vida que procuras (...)

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Os deuses criaram os homens mas estabeleceram

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para eles a morte e guardaram a vida para si(...)”


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(Epopéia de Gilgamés/Mesopotâmia, 2.750 a.C.)

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“Os seres humanos me assombram”, diz Markus Zusak às páginas 478 da estupenda obra clássica “A Menina Que Roubava Livros”, best-selers que, certamente é um dos melhores livros escritos nos últimos dez anos no mundo, lançado no Brasil pela Editora Intrínseca, 2007. O livro é isso tudo o que dizem dele, pode acreditar e botar fé. Quem o leu não passou incólume por ele; ficou com a alma pesada pelo volume de humanismo e falta de, é claro. O livro, aliás, é tudo isso o que de si próprio diz: assombrado em todos os sentidos.

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Aliás, a “Morte” contando a história toda é um achado de alta criação do fervoroso autor. E, diz, ele mesmo: Quando a morte conta uma história, você tem que parar para ler. Entrei na leitura desconfiado, e, confesso, saí bem descompensado. Confesso que chorei.

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A sensibilidade atiçada expropria o fogo de si mesma.

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Por diversas vezes, lendo o livro em algumas dias, surpreso, aturdido, marcado, levando no meu lado sentidor pelo gume da ficção contundente e aqui e ali aterradora, parei, senti, pensei, sangrei. E durante a louca e varrida leitura pesada escrevi artigos, contos, poemas, ensaios, letras de rocks e blues. Já pensou que respigar? Literalmete tocado, mais, atingido. Acusei o golpe do verbo ler em seu mais potencializado vetor. Não foi fácil me cortar para pelo menos tentar sair inteiro.

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Viver vale a pena? Ou a morte é um leve preço a pagar, há várias mortes na morte?

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Só um ano depois que literalmente larguei o bendito livro que se impregnou em mim; só dando um distanciamento do que ele visceralmente despencou em mim e sobre mim, foi que resolvi pincelar essas mal-acabadas linhas a respeito. Só agora finalmente consegui coragem-suporte para aqui estar depauperado ainda; para escrevinhar esse depoimento-rascunho ainda vibracional (de alguma maneira) de minha leitura também bem inexplicavelmente assombrada. Será o impossível?

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Sim, caras pálidas, um novo clássico da moderna (e pós-pós-moderna) literatura contemporânea, que, sem ofender, é sim, um baita best-selers do mais alto gabarito literário. Bem escrito, bem delineado no conjunto, com estrutura e fibra, narrativa sedutora, apaixonante, mesmo quando choca ou evoca episódios entre arrebatadores e pragmáticos. Você garra a ler, entra de sola na contação contundente (humana?), bebe a história, sorve, sangra, é levado por ela, se incorpora, descobre afinidades, toca céus e infernos, quando vê, quer, como naquela baladinha meio brega de antigamente, parar o mundo e descer, apear, como se diz lá em Itararé. Isso.

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É um trabalho literário de peso, dez vezes melhor do que os caçadores de pipas pelaí.

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Somos pegos ao pé da letra pela palavra, e acabamos assim também assombrados pelo romance retumbante como um todo. Aliás, você literalmente “Vê” um filme (que se nos passa pela tela da cabeça pensante no ritmo) enquanto lê o livraço e se sacode de alguma forma com a leção.

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“O pensamento é o espírito do tempo”, diz Pedro Maciel (In, Como Deixei de Ser Deus, Topbooks, 2009). Pois o autor Markus Zusak coloca a segunda guerra mundial de pano de fundo da história o tempo todo, trabalha com o horror de tantas vidas destroçadas, a própria morte sendo louvada a contar a sua sina, o estertor da morte, a poesia que há na morte, a ótica perenal da morte narradora. Só lendo pra crer. A morte contadora acima e sobre todas as coisas. Não é sempre assim? Ah a vida real... Dó. Horror. Vidas secas.

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A personagem principal que é o básico eixo-fluxo da obra encantadora também por isso mesmo, é LIESEL MEMINGER; daquelas personagens que encarnam no espírito ledor e bota você para dentro de você, correndo atrás de si mesmo, feito imagem e semelhança da pureza no inferno da vida arrebentando. A Ceifadora na Rua Himmel, área pobre de Molching, Alemanha, o “Manual do Coveiro” (santo Deus!), o nazismo hediondo, os judeus despossuídos, as caras expostas de todos os seres, quase seres, subseres.

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A vida-covas

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E o amigo de LIESEL, Rudy Steiner, então? Chocante. Um livro que dará um épico no império do cinema, e levará milhões a chorarem lágrimas de sangue do céu de cada um; de cada alma tomada pela arte-criação de Markus Zusak. Quem leu Humberto Eco, Ítalo Calvino, Paul Auster, há de adorar ler A Menina Que Roubava Livros perseguida pela morte, driblando-a, ilustrando-a, vivenciando-a e sobrevivendo. Como é que pode?

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Ah o que a vida faz da vida, o que o homem faz ao homem, o que a guerra faz do espírito sobrevivencial dos vilipendiados. Inspiração, piração, imaginação, envergadura de. O pai acordeonista com um coração de ouro e uma alma de veludo. A mãe aparentemente seca, louca varrida, fechada em bravezas. O hóspede soterrado em traumas no porão da indulgências possíveis. A vizinhança e suas capitulações. As ruas da infância, as crianças em tempos de medo coletivo, medo adultizado.

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A morte sombreando tudo, toques de recolher, bombardeios, o autor destilando os retratos de um tempo de dilaceramento da espécie humana, como um documentário de vidas infelizes, rueiras, puras, sob os escombros de remorsos e monturos da história em carne viva.

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Ler o livro e nunca esquecê-lo. O espírito das trevas rondando. Ficando o estigma de relê-lo para exorcizar nossos próprios fantasmas historiais. Compre o livro se não tiver. Leia-o mais de uma vez. Vá em busca de resíduos da alma humana nas trevas de um tempo aterrador. Chorei com LIESEL sonhando o livro-vida, tentando roubá-la para pertencê-la de si mesma despojada de mãe, irmão, esperança, humanismos.

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Sobrevivência aterradora. Chore com a menina LIESEL roubando um livro-vida-a-mais (passagem possível). Seja essa vida. Seja esse livro. Essa obra sangrou meu coração transido, vida-livro de sentidor que ainda acredita na arte como libertação. Ai de mim. Um dos melhores livros que li-vi-vivi em toda a moinha vida de rato de sebo. E a morte contando... tirando de letra, na metalingüística aqui e ali como estilo, livro falando de livros. O talento do autor, lidando com a carneviva (carnevida) da história. Um romance e tanto.

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A morte não é só adubo.

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Sim, meus irmãos, viver não é só abanar o rabo. A guerra produz monstros e tem seqüelas.

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A finitude e o temor da vida exangue, frente à morte narradora. Foi instigada a minha sensibilidade, o pensamento, a abstração-coisa, e eu sofri-ler, curtir, amei ler A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS. Pela sobrevivência dela, reação dela, a vida entre paredes, as relações de abrigo e destratações. A vida terrível numa vida real romanceada. Perdas. Sonhos. Pinturas de almas humanas. Humanas? Confronto. O sentido da existência é não ter sentido algum? Há sangue na neve muito além de Stalingrado.

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Nas páginas de A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS os olhos da espécie humana orbitam.

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O horror da inventada verdade inventariada é um testemunho letral do que não cabe em nós, tocados que somos pela arte, e então explicitam as vísceras expostas do mundo em assombro pela ótica de A Menina Que Roubava Livros. Não foi fácil tentar chegar inteiro ao fim, se segurando em fragmentos, parágrafos, poesias e dor.

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Valeu a pena ter vivido até agora para ler esse clássico. Ah, falando sério, não tive coragem-calço para citar aqui e ali lgum trecho da obra-vida, com medo de expropriação; de tirar do leitor o íntimo deleite de somatizar tudo na sua própria leitura de vidas. Saibam merecer-se por si mesmo. A vida e a alma dos brutos. Bravo!

-0-

Silas Correa Leite, Santa Itararé das Letras,

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. Arahilda Gomes Alves


“Uma rosa com amor”

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Nome de novela, se não me engano e que já foi símbolo de uma campanha política de governador de S Paulo, há tempos, mostrando na mão uma rosa, trazem conotação afetiva. Quem não gosta de ganhar uma rosa? Seja em data especial ou fora dela?A rosa, a mais bela das flores, na sua riqueza de cores e de perfume embriagador traz associação de idéias inesquecíveis e sentimentos agradáveis de amor, carinho e saudades. Suas aveludadas pétalas convidam às carícias e despertam benéficas atitudes. Nunca soube de quem pisoteasse rosas. Suas pétalas formam tapetes a servirem de caminhos a reis e princesas. No ofurô, a tina de madeira chinesa, usada pelos japoneses à temperatura de 40 graus, ou em banheiras comuns, elas afagam o corpo cansado.

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Mas o que me leva a explanar, aqui, é sobre o sentimento do amor, que dela emana e,jamais, contraditórios. Se a natureza proveu os sentidos desse contato exuberante, se lá em Paris, no campo de Bagatelle, onde Santos Dumont alçou voos com seu 14 Bis, há milhares de roseiras plantadas pelos homenageados, pessoas a serem eternamente lembradas (lembro-me da roseira denominada Lady Di) por que a humanidade age às avessas em atrocidades, que nos levam à insônia imaginando sofrimentos de pessoas surpreendidas com mortes hediondas?

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O que pensam esses atores do crime?Ou não teem miolos que refletem por segundos, nas ações a praticar? E o caso da professora flagrada maltratando na sala de aula crianças de três anos? O que acontece com essa gente? Por que escolheu tal profissão se a maldade campeia em suas veias?Como foi a infância desses falsos pedagogos? Que geração estão formando, onde crianças submetidas a maus tratos memorizam para o resto da vida, imagens presenciadas, quando deveriam receber carinhos? E crescem com idéias retorcidas supondo-se normal? O grande Rubem Alves ensina que não há outro caminho da educação a trilhar a não ser aprender a aprender através do sentimento do amor.

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Casos de pessoas tomando conta de idosos, a mídia cansou de mostrar. Não há momentos de lucidez nesses falsos humanistas? Seria a humana natureza tão animalesca? Exemplifiquemos através dos animais domésticos que povoam nossas casas. Aprendi a observá-los e, quem os teem, sabem de seus sentimentos de “família”. São carinhosos, se estressam e adoecem na ausência dos donos, gostam de afagos tendo um “linguajar” nos gestos a que se assiste e que nos entreteem e cativam. Comum, fotos de bichano com cachorro, gato com pássaro e outras duplas carinhosas e curiosas. E os “bullings”, apelidos que exercem pressão psicológica praticados nas escolas por professores e colegas? Mundo louco, onde discussões se transformam em agressões e o diálogo esclarecedor foge à razão terminando em assassinatos, é gesto comum no dia a dia.

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Mundo polêmico, onde o governo dá à família do apenado, quase dois salários mínimos tirados do bolso do trabalhador, enquanto é excluído do convívio social e pode ter a pena reduzida por bom comportamento, é “fingir bondade” para receber tal indulto e praticar novos crimes. Ceticismo?Não sou legislador, mas nossas leis disparatadas, mais protegem, que penalizam.

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Plantemos rosas para florescer sensibilidades. A começar pelos presídios!

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o passeio

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sentamos na canoa

que começou a deslizar

mansamente pelo riacho

que acho que não era fundo

queríamos o fim do mundo

ou da vida o julgamento

eu remava

e ela me olhava

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nas margens a vegetação

alguns montes de areia

ou de argila e aves exóticas

o verde, mas o rosa também

o azul, o lilás, o amarelo

que belo

eu remava

e ela me olhava

.

fotografia ou poesia?

ética ou ótica?

nem deu pra notar o joelho

que fará o pentelho

adormecido sobre a calcinha

não era o que convinha

eu remava

e ela me olhava

.

a vida é mais bela

que qualquer atributo físico

o amor, uma aquarela

Aluízio Rezende

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Contradições
[Patricia Montenegro]
.
Dentro de mim,
essa chama ardente,
-Fogo incessante-
Que se queima e machuca,
alimenta e me faz viver,
-Preciso disso-
A me perseguir,
-Constantemente-
Essa dúvida,
Disfarçada de certeza,
Esse medo,
Fantasiado de coragem,
Não sei o que é verdade
Ou apenas fantasia,
Já confundo sonho,
Com ilusão,
Crio minhas verdades
-Minha realidade-
Trago em mim,
Essa marca profunda,
-Um estigma-
Que se me enfraquece,
Torna-me mais forte,
E se quero desistir,
Algo que me empurra,
E me faz continuar,
Se uma voz diz que não,
A outra diz que sim,
-E se confundem dentro de mim-
Erro e acerto,
Acerto e erro,
Mas nem sempre sei quando,
Alegria e tristeza,
Caminham de mãos dadas,
Às vezes não as comando,
Transformo lágrimas,
Em sorrisos,
É preciso
Compreendo,
E nem sempre sou compreendida,
-Ou aceita-
Amo com intensidade
Não sei se sou amada,
Segurança e insegurança,
Habitam dentro de mim,
Sou uma mulher intensa
Feita de contradições,
E movida pela paixão,
-De viver-
Sou fruto puro,
Da mais pura realidade,
Sou tecida nos fortes fios,
Da verdade...
Rio de Janeiro, 04-05-10 - 17h47min

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"HOJE É DOMINGO, PÉ DE CACHIMBO, CACHIMBO É DE BARRO QUE DÁ NA GENTE"...

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Pimentas plantadas colho nas sacadas,
Apimentado o dia se der de meditar...
Limões presentes de mana prendada,
Espremo como esprimido está meu espírito...
Umas uvas verdes, cebolas redondinhas, ervas,
Folhas de louros para me coroar rainha que já
Vou melhorando...
Vinagre de vinho branco, sal para ser temperada,
Azeite virgem que ando mais que "extra",
Cachaça mineira, depois de derramar pro santo...
Misturo as duas qualidades que semeei
Para terminar, coloco chávena de"Grand Marnier",
"Triple orange: Pureté & Saveur Exquises"...
Eis-me pronta fazendo a chamada:
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Bisavó Prudenciana Vilela!
Avó Vitória Cândida!
Prima Norma Lúcia!
Irmã Iára!
Mamãe PRUDENCIANA!
Tias:
Cândida!
Aracy!
Sônia!
Maria!
Hilda!
.
E minha casa se alegra em alvoroço,
Todas presentes e é hora do almoço!
Talvez abramos o vidro de conservas,
Resumo de nossas estórias em comum...
Sinto-me aplaudida e bem acompanhada,
Hoje é domingo e um pé de pimenta me provou
Que continuamos as mesmas de sempre no amor!
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-Marília Vilela Franco Azambuja Gouveia de Faria Bechara-
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O circo
Hilda Persiani
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O circo está chegando na cidade,

A criançada está assanhada,

Todas sorrindo de felicidade,

Para ver o palhaço Gargalhada .

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Comer algodão doce, na bancada,

O pipoqueiro em volta ao picadeiro,

É uma festa para a petizada,

Logo em seguida vem o sorveteiro ...

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Tem trapezista e o malabarista,

O palhaço contando suas piadas

Com trejeitos e sotaque de artista,

.

Faz crianças e adultos dar risadas ...

É uma festa na cidade do interior :

Hoje tem espetáculo?Tem sim senhor!...




Hilda Persiani - Curitiba, 07/11/2008

3 comentários:

  1. Parabéns pelo blog. vou votar ssim.
    Abraços e ótima semana

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  2. Mãe.

    Vejo no reflexo de minh’alma
    Minha infância estampada
    No mais profundo
    Te vejo a ti mãe querida
    Tuas preocupações
    Teus anseios
    Teu carinho
    Teus desvelos
    Tua cordura e outras vezes tua amargura
    Será que no mais íntimo de minh’alma
    gravaste tua eternidade
    e imprimiste tua bondade em mim
    Por tudo que fizestes
    meu pensamento vai mais além
    do respeito e lealdade que eu te devo
    Alfred Asís

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  3. Parabéns pelo Blog!!!
    Abraço fraterno,
    Walnélia Corrêa Pederneiras

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