SOBRE ALGUMAS MÃES
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Nelci Nunes
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Minha mãe cantava pra mim,
A velha canção ribeirinha,
Inventada por ela, ainda menina...
Quando idosa, durante algum tempo,
Cantava sempre ao ninar a netinha,
A tantas vezes repetida, canção ribeirinha.
Enquanto a cantiga ecoava,
Lembrava da sua jovem filha,
No pátio do quartel, perfilada.
Mais uma mãe, que junto com o marido,
Chega ao lar; sempre cansada...
Quando não ia para outra jornada.
No policiamento de rua,
Em casa, sendo esmerada mãe,
Enfrentando muitas horas de trabalho.
Agora, a mãe já velhinha,
Sob os cuidados da filha,
Escuta a sua velha canção ribeirinha.
Seja à noite, pela madrugada, ou à tardinha;
Muitas mães voltam sempre exaustas para o lar,
Sem tempo para cantarolar qualquer cantigazinha.
Então me pergunto;
De onde vem essa força?
Que gigantescas mães são essas?
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