AS CORES DOS POEMAS
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Quase sempre, da cor da primavera.
Outras vezes, ardente como um verão africano.
Ou então com a tonalidade temperamental do outono.
Quiçá, da cor das trilhas que levam ao cume do Himalaia...
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Muitos deles recebem a opaca neblina da luz,
poucos encontram o milagreiro caminho das cores,
alguns recebem a energia vital dos amores,
certamente, tomarão as formas e primores que os conduz...
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Os poetas primam pela audácia do impacto.
As poetisas acariciam e os protegem para que não se despetale...
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No início a ansiedade de criar toma conta da mente,
vem então o tema,
e a mente sorri, dormente,
nasce o deslumbrante poema...
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A palavra de ouro se aproxima da poética visão,
os senões se desesperam por um espaço na criação,
os sentidos da emoção se exaltam,
os princípios translúcidos se encaixam...
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Segredos de antigamente revelados,
palavras mansas e inalteradas,
pacificamente alvas e arejadas,
coisas do coração dos poetas embriagados...
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Toda essa carga de imaginação para contar uma história,
um conto de amor,
um relato de traição,
fantasias dantescas de uma criação ilusória...
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Serenamente o pensamento desliza pelos mares da imaginação,
e o encanto vem como um susto, um sobressalto,
inteligente, intermitente, presente, sem um senão,
e a cor do poema se forma como uma contralto...
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Não..., não era isso que estava querendo escrever.
Quero escrever sobre vestido, blusa, saia, rosto,
cabelos, olhos, sorrisos que dá gosto;
preciso por outras vielas minha mente percorrer...
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Qual é a cor do vestido que estás usando agora?
E o tom do seu batom?
A cor do impacto!?
Tá bom.... tá bem... tudo são cores... todas são delas...
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