quinta-feira, 3 de junho de 2010

Edson Rios

AS CORES DOS POEMAS

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Quase sempre, da cor da primavera.

Outras vezes, ardente como um verão africano.

Ou então com a tonalidade temperamental do outono.

Quiçá, da cor das trilhas que levam ao cume do Himalaia...

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Muitos deles recebem a opaca neblina da luz,

poucos encontram o milagreiro caminho das cores,

alguns recebem a energia vital dos amores,

certamente, tomarão as formas e primores que os conduz...

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Os poetas primam pela audácia do impacto.

As poetisas acariciam e os protegem para que não se despetale...

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No início a ansiedade de criar toma conta da mente,

vem então o tema,

e a mente sorri, dormente,

nasce o deslumbrante poema...

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A palavra de ouro se aproxima da poética visão,

os senões se desesperam por um espaço na criação,

os sentidos da emoção se exaltam,

os princípios translúcidos se encaixam...

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Segredos de antigamente revelados,

palavras mansas e inalteradas,

pacificamente alvas e arejadas,

coisas do coração dos poetas embriagados...

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Toda essa carga de imaginação para contar uma história,

um conto de amor,

um relato de traição,

fantasias dantescas de uma criação ilusória...

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Serenamente o pensamento desliza pelos mares da imaginação,

e o encanto vem como um susto, um sobressalto,

inteligente, intermitente, presente, sem um senão,

e a cor do poema se forma como uma contralto...

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Não..., não era isso que estava querendo escrever.

Quero escrever sobre vestido, blusa, saia, rosto,

cabelos, olhos, sorrisos que dá gosto;

preciso por outras vielas minha mente percorrer...

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Qual é a cor do vestido que estás usando agora?

E o tom do seu batom?

A cor do impacto!?

Tá bom.... tá bem... tudo são cores... todas são delas...

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