sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nelci Nunes O FALADOR

A ESTRANHA
Nelci Nunes - O FALADOR.
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Tudo está triste,
Nesta repentina surpresa,
Quando minha mãe,
Estreitou-me junto ao peito,
Pobre menino!...
Não sabia onde estava.
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A casa pequena ficou vazia,
Havia música, nostalgia?
Pessoas, amigos ou objetos,
Largados em qualquer canto,
Onde alguém escondido,
Fosse enxugar o pranto.

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Eu não possuía cavalo,
Capaz de vencer,
Incontáveis batalhas...
Hoje escorrego por aí,
Sem braço forte que ampare,
Mas não choro ao som das trovoadas.

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Minha infantil tristeza,
Descobriu a guarida alheia,
Numa imensa estrada,
Que nela estilhaçada se espalha,
Oculto e amargurado coração.
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No silêncio das noites vazias,
Sem a coruja que pia,
Alguém há de juntar os fragmentos,
No espaço devastado do peito,
Pela falta que ela me faz.
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Nelci Nunes O FALADOR

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