sábado, 17 de julho de 2010

Nelci Nunes - O FALADOR.

É NOITE...
.
Ouço distante,
O barulho que vem de fora.
Confesso, tenho medo.
Parece que alguém se descuidou ao caminhar.
Perdeu a sutileza feito algum bicho esquivo na noite.
Permaneço quieto,
O vento não faz ritmo com o meu célere arfar.
Neste sepulcral silêncio, permaneço.
Sei da presença de alguém.
Sonolento, continuo imóvel.
Os cães não ladram,
Temo deixar minha silhueta na janela.
.
Estou só,
O pensamento em outros mistérios.
Sem o ruído que há pouco me despertou,
[apenas o vento...
.
Existe algo acontecendo lá fora,
O foco intenso de alguma luz aflorou na janela.
Puxo o cobertor, procuro não pensar em nada.
Ao raiar do dia, próximo à porta da sala, o ramalhete branco.
Quando vou buscar o pão; na fila, na rua, o burburinho,
[em todas as casas, flores...
.
Nelci Nunes - O FALADOR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário