À MARGEM DA SOCIEDADE.
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A sociedade de mim se fez prenhe
da gestação aos nove meses, me pariu
ou melhor, simplesmente me abortou...
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O seio da família me banalizou
sou moleque solto ao vento
da liberdade bem conheço o tormento
fui lançado ao perverso cotidiano
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minha profissão, furtos
quando não, assaltos...
meu vicio era sorver cola
isso me deixava alheado da realidade
mas por ventura, esse vicio abandonei...
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Fui apresentado ao acintoso e destruidor “crack”
sou faminto, maltrapilho e às vezes agressivo
sou o veiculo do trafico, mas, ainda sou criança
e tenho um estatuto que fala de proteção, educação...
no entanto só conheço descaso, omissão.
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O dia das crianças conheço como lucro dos comércios
mas gostaria de pedir a mãe sociedade um presente...
pode ser revestido em papel de seda e laço, ou simplesmente
embrulhado em folha de jornal, mesmo assim ficarei feliz!
o futuro agradecerá meu presente... DIGNIDADE!
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.Lúcia de Fátima Guedes
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