sábado, 9 de outubro de 2010

Théo Drumond

 
 

SONETO DO NÃO SABER
Théo Drummond
 
Penso no longo tempo que vivi
E as lembranças que guardo são tão poucas.
Todo tempo passado eu me senti
Cercado de tristeza, idéias loucas..
 
Ah, por que foi que eu mesmo me encolhi
Falando nessa voz sempre tão rouca,
E nunca, em todo tempo, percebi
Que a morte vem - como um foguete espouca?
 
Importa pouco a mim quando chegado
O momento final que enfrentarei
Sem medo do que for, bem preparado.
 
E assim, sem me dar conta do esperado,
Faça a morte o que for, pois já nem sei,
O que fui, o que sou, ou o que serei.
 
DESINTERESSE
Théo Drummond
 
Eu sei que a nuvem passando
Não é minha ou de ninguém.
E o vento que a vai levando
Me faz pensar de onde vem.
 
A nuvem me lembra alguém
No meu coração chegando,
E como a nuvem, também,
sumiu, como que voando.
 
Agora nem olho o céu,
Nem quero saber se o vento
Vai levar nuvens ao léu.
 
Nem me interessa, também,
se quem sumiu tem o intento
De não mais vir, ou se vem.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário