sábado, 24 de março de 2012

11-12 - DIVULGANDO POETAS ASSOCIADOS

11-12 - DIVULGANDO POETAS ASSOCIADOS

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Toda semana divulgamos nossos poetas aqui no blog.
Basta que voce,  associado,  - envie o material pelo  e-mail  brppoetasdelmundobrasil@gmail.com
Procuramos divulgar a todos.
Cada RE - ( Representante Estadual ) pode nomear um membro de sua diretoria para divulga-los no blog.
È so me comunicar quem sera para que eu possa ativa-lo.
Vamos então aos trabalhos enviados na semana:
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DIA MUNDIAL DA POESIA*
            Teresinka Pereira
Aclamamos o dia da poesia,
o dia das maes, da paz,
da patria, da Terra
e de tudo o que e' bom
e que amamos.
Fizemos campanha para
um dia especial para a poesia
e ja' o estamos celebrando!
Agora temos que comec,ar
a campanha para o dia do livro,
esse precioso objeto ja' nos
estertores da morte,
exterminado pelos blogs
de poesia
que todos apresentam
e que ninguem le^...
O que fazer com a poesia
sem a possibilidade
de coloca'-la na eternidade
dentro de um livro
impresso no papel?
                     *A UNESCO declarou que o 21 de marc,o
                        e' o DIA MUNDIAL DA POESIA
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Nesse Dia Internacional da Poesia, quero parabenizar a todos os poetas, que levam suas mensagens de amor ao mundo, através da poesia. Que possamos levar sempre uma mensagem de amor e sensibilidade.
Lúcia Laborda
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Saudações literárias e saudações acadêmicas,
Esta quarta, 21 de março, foi publicada minha coluna Vozes do Silêncio na Revista Contemporartes, ISSN 2177-4404, coordenada por Ana Maria Dietrich e Rodrigo Machado.
O texto da coluna deste mês é intitulado "Literatura (nada) infantil" e versa sobre literatura e história brasileira recente, mais especificamente sobre a literatura produzida para crainças.
http://revistacontemporartes.blogspot.com.br/2012/03/literatura-nada-infantil.html
O texto do mês passado (http://revistacontemporartes.blogspot.com/2012/02/anos-verdes-verde-lodo-e-verde-musgo.html) sobre a produção de Luiz Fernando Emediato recebeu comentários que merecem ser lidos. Fiquei grato, surpreo, feliz pelo fato do próprio autor ter deixado um comentário.
Até a próxima,
Abilio Pacheco
www.abiliopacheco.com.br
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Amigos,
Atualizei meu blog, como acontece todas as sextas-feiras.
Agradeço imensamente a sua visita.
Abrs
Mardilê Friedrich Fabre
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Show!!! Vídeo incrível de um filhotinho e da mamãe beija flor, demais!
Eu ainda não tinha visto nada parecido, homem e animal juntos .
 

 FILHOTE DE BEIJA-FLOR - CAMPO GRANDE - MS

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FALEI CONTIGO

Quando contigo falo  tudo

a minha volta se transforma,
pode ser noite, mas a luz
que irradias mesmo a
distância, a tudo ilumina.
Estrela maior  de um firmamento
que só eu vejo, vem rápido
e perto fica,  faz de mim
teu querer constante, me trata
como se propriedade tua fosse.
Se só minha deusa de um céu,
que só prá nós existe,
permite sempre que eu te veja,
deixa essa distância, no nunca.
Vive junto a mim o hoje, bem
mais perto, e que esse, presente
nunca volte ser o ontem
e muito menos vire, um passado
permanente.

(Roldão Aires)
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OS MEUS CUMPRIMENTOS

O Os poetas… Que tenham, hoje, um lindo dia…

D Desejo aos poetas do Mundo e arredores
I Intenso dia poético e cheio de música e alegria
A A guerra que seja esquecida e lembrados os amores…

D Dediquem, hoje, à Paz, ao amor e à poesia do bem
A A nossa vida que seja bela em tudo que ela contem
S Sempre ofendemos os nossos… Os meus que me desculpem!

P Provavelmente um dia de Poesia é muitíssimo pouco
O Ou talvez não… Somos animais comprovadamente de vícios
E E se viciarmos com a Paz e o amor e… É… Lógico
S Sairmos por ai fora a esquecer… E assinar armistícios?
I Imaginação, utopia, sonhos lindos num mundo louco
A A verdade, acho eu, que com guerra e seus desperdícios
S Suficientes seriam para termos a felicidade… Homem mouco!

João Furtado
Embaixador dos Poetas del Mundo para Cabo Verde

Praia, 20 de Março de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com
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Poesia

O dia da poesia é todo dia.
Quando olhamos o por do sol,
E o nascer então!
Aquele mar transparente,
Azul pela natureza.
E bem longe uma bola de fogo;
Mergulha para dormir no Japão.
E a noite então!
A POESIA muda;
Escurece; cheia de estrelas em seu coração.
Um manto escuro com tons de azul anil.
Chove!
E os raios iluminando o céu do planeta!
Vem a bonança e tudo acalma.
Poesia é você mulher...
Luis Roberto Alves Meira
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Fulinaimagem
1

por enquanto
vou te amar assim em segredo
como se o sagrado fosse
o maior dos pecados originais
e a minha língua fosse
só furor dos canibais
e essa lua mansa fosse faca
a afiar os verso que ainda não fiz
e as brigas de amor que nunca quis
mesmo quando o projeto
aponta outra direção embaixo do nariz
e é mais concreto
que a argamassa do abstrato

por enquanto
vou te amar assim admirando o teu retrato
pensando a minha idade
e o que trago da cidade
embaixo as solas dos sapatos

2

o que trago embaixo as solas dos sapatos
bagana acesa sobra o cigarro é sarro
dentro do carro
ainda ouço jimmi hendrix quando quero
dancei bolero sampleando rock and roll
pra colher lírios há que se por o pé na lama
a seda pura foto síntese do papel
tem flor de lótus nos bordéis copacabana
procuro um mix da guitarra de santana
com os espinhos da rosa de Noel
Artur Gomes
TV Fulinaíma
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Saudações Literárias,

A Editora LiteraCidade convida autores a participarem de sua primeira publicação temática: a antologia poética Versos Enamorados.
O envio de poemas é gratuito e a antologia não será cooperativada.
Embora haja seleção, não se trata de um concurso.

Não deixe de ver a chamada para nossa Antologia Cidade Volume 10, na qual cada autor terá dez páginas (www.literacidade.com.br/projetos/antologia-literaria-cidade/chamada/) e nossas opções de impressão para baixa tiragem (http://literacidade.com.br/servicos/baixas-tiragens/).

Um caloroso abraço desde Belém do Pará.

LiteraCidade
Caixa Postal 5098 - CEP 66645-972 - Belém - Pará
CNPJ: 12.757.748/0001-12 - Código na BN: 64488
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O Mestre
Quando morre um mestre;
O sol se esconde e a terra entristece por tamanha dor...
Todo humor parece  perder o sentido
Diante deste quadro pintado sem nenhuma cor.
A dor contradiz nossa alegria
Pois se foi do mundo, Raimundo o nosso professor
E sei lá como dizer adeus,
Se foi Deus quem o criou e tomou pra si.
Rapaz, o Chico nem se deu por conta
Que sua vida foi mais que um faz de conta,
Era quase um conto de fadas à nos fazer sorrir.
A terra não será mais a mesma
Sem sua presteza pra nos divertir....
E do que adianta brilhar o sol se nunca mais te veremos aqui.
Cesar Moura
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 IMAGINAÇÃOClóvis Campêlo

Numa atitude de coragem,
atirei no presidente
(na vitrola, Bob Marley
atirava no xerife).

Neste sangrento cenário,
entre heróis e patifes,
as balas do imaginário
alimentavam meu rifle.
-
Como você mesmo sabe,
não sou malandro malvado
e, como Kid Morengueira,
hoje estou regenerado.

Porém, se a autoridade
declina do seu papel
de acabar com a impunidade
mando-lhe pro beleléu.
-
E não tenho piedade
dessa gente sem moral
pois o povo brasileiro
merece um grande final.
-
Acordei sobressaltado,
findando a revolução
pois o combate travado
fora na imaginação.

Recife, 1995

A MAIS NOVA COMPANHEIRAClóvis Campêlo

Conheci-a há alguns anos atrás e, de início, não imaginei o que ela pudesse me propiciar.
Achei apenas que seria mais uma companhia para essa vida da qual eu tenho certeza que já vivi mais da metade.
Essas coisas são assim, simplesmente acontecem, não mandam aviso, não sinalizam, não deixam que nos preparemos para recebê-las.
No entanto, não me fiz de rogado. Aceitei-a, não digo que com o coração completamente desarmado, mas com a serenidade necessária.
A primeira crise, porém, mostrou-me que a nossa convivência não seria necessariamente pacífica. Senti-me atingido e, o que é pior, privado de exercer algumas das coisas das quais mais gosto.
A crise passou e voltamos a conviver, ou melhor, coexistir pacificamente. Tive consciência, porém, de que alguns limites estavam definitivamente estabelecidos. Eu não mais seria o mesmo. Mesmo assim, a coisa não me pareceu tão trágica.
A crise seguinte aconteceria ao retornar de uma viagem a São Luís do Maranhão. Sabia que havia exagerado e extrapolado alguns dos limites durante a viagem. Mas, sabem como é: a gente viaja, fica longe do nosso habitat natural, perde algumas das referências diárias e termina saindo da linha. Não imaginava, porém, que a sua manifestação seria tão violenta. Confesso que assustei-me com o que tive de suportar. A partir daquela data, sabia que teria de tomar mais cuidados. Guardei tudo na memória. Precisava não mais me esquecer. Mas, como todos nós sabemos, a memória é pragmática e utilitária e precisa sempre reciclar os seus arquivos para puder acumular as informações que realmente são necessárias naquele momento vivido. E todo aquele conhecimento acumulado pela experiência do sofrimento saiu de cena. Mesmo assim, dois anos se passaram e nada aconteceu. Eu inocentemente com a guarda aberta e ela calada, quieta, como se nada tivesse a reclamar.
Domingo passado, amigos, inesperadamente para mim, a coisa estorou novamente. Nunca a vi tão violenta, descontrolada, raivosa, vingativa. Temi perder o controle da situação, coisa que nunca havia acontecido antes. Hoje, alguns dias depois, posso dizer que se situação ainda não se normalizou. Arrefeceu, porém. E estamos mais uma vez naquela fase de negociação, procurando estabelecer de maneira conveniente o espaço que cada um pode ocupar em paz. Confesso que desta vez passei a respeitá-la muito mais, tive a percepção exata da sua força. Não quero mais o confronto, juro. Quero viver em paz com ela. Deixo isso bem claro e evidente. Não dá para suportar a dor. Terrível. A partir de hoje, farei tudo o que ela disser. Agora eu sei quem é que dá as ordens. Não sou louco.
Rendo-me, portanto, à artrite gotosa.

Recife, 2009

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NO FIM     -   luizcarloslemefranco

de um trabalho é que vê se ele foi bem feito?
do dia é que se sabe se ele foi vivenciado com proveito?
do  caminho é que se percebe se ele foi bem transcorrido?
do livro é que se observa se valeu ser lido?
do caderno de notas é que vê se se estudou à contento?
da vida é que se conhece se viveu bem?
de um relacionamento é que se verifica se mal companheirado?
do curso é que verifica se ele foi útil?
de uma música é que se sente se  ela foi agradável?
do canto de um pássaro é que se ouve se ele foi canoro?
da rua é que se dá conta se ela é transitável?
do freio é que se verifica se ele funciona?
das férias é que se sente se descansamos?
de uma viagem é que revela que se foi?
do lápis é que se percebe o quanto se escreveu ?
da missa/do culto é que conhece o que/quem é Deus?
 da comprar é que se anota o que se deveria comprar?
Por fim, pratique um bom começo para se ter um fim de que se orgulhar.

 
No começo
luizcarloslemefranco

No começo deste  mundo era um caos, que depois  luz e vida.
No começo da vida, existiam micróbios que evoluíram para seres multicelulares.
No começo da luz era umas treva , que desaparecera quando se introduziu eletricidade.
No começo da eletricidade era elétrão, prótão e nêutrão, que é energia viva de certa forma.
No começo da nossa existência  nesta vida era choro terroroso que deu vida a ser maravilhoso.
No começo da  infância nossa era surdez,.mudez e cegueira e depois temos uma criatura participativa, criativa, ativa.
No começo  da adolescência de todos nós é tartamudez, inquietude, ,intransigências. Depois temos um  jovem de  muitos sonhos e  mudanças de atitudes.
No começo desta juventude é só incertezas do futuro, busca  do que vir a ser e ter e que depois desembarca numa poderosa pessoa adulta.
No começo  de vida de adultez há dúvidas sobre o que fazer, produzir, e depois  vem um empresário maduro de bom sucesso em alguma cousa.
No começo desta madurez há preocupação com a família, com o futuro da vida, com os bens; depois, até certo ponto há felicidade  até a velhice
No começo da velhice é ansiedade pelos filhos, alguns transtornos de saúde e , ás vezes, decepção com a vida que se teve e que poderia ter sido outra e  vem a senescência.
No começo desta senectude e fim da velhice, volta-se a  surdez inicial, cegueira idem e
se evolui para o passado em pensamentos- pensa de novo  no futuro:
o futuro o que será? Virá o quê, além deste ponto?
Tudo começou do caos e ao mesmo caos volta-se, agora chamado de vida além da vida. È para lá que tudo volta.
Vem-se de onde?  De um caos. Vive-se em um caos ( de preocupações). Termina-se em caos ou há algo novo? para outro
No começo...
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Se me apaixono

                                  O que faço,
                                  Que digo,
                                  Se me apaixono,
                                  Para tão só
                                  Relativizar
                                  A memória,
                                  Os ais das sombras
                                  À procura do verso
                                  Sublime, o que me toca
                                  O rosto, aquele
                                  O qual o berço revelou,
                                  Fosse numa noite fria,
                                  Ou na volta do funeral
                                  Das ilusões da juventude,
                                  Quando pensava não veria
                                  Fêmea sem a madre,
                                  Homem sem a honra,
                                  Deus coberto na parede
                                  Em semana santa sem perdão!


                                           Daladier Carlos
                                           19 março, 2012
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 Certa poesia
                     Ainda há tempo, no meio onde vivo,
                     Para produzir um discurso novo,
                     O que faça boas e más considerações,
                     Ou seja, o que o esporte da sociabilidade
                     Considera um mínimo necessário
                     Para constituir exemplos e relevâncias?
                    Aqui, aonde cheguei, comemoro andanças
                    Desconcertado, embora, com a imprecisão
                    E os devaneios de muitas vésperas,
                    Quando me pensava um sujeito singular
                    O bastante para conjecturar em versos
                    A perspectiva estética de certa poesia.
                    Quem me autorizou a chamar de anjos
                    Ou demônios os tipos que passaram,
                    Fizeram sala em meio à minha espera
                    Em acreditar que afastaria o intangível,
                    Morderia as costas dos zelos apressados,
                    Tão só para fruir uma estética pessoal?
                    Hoje, não me recomendo aos atritos,
                    Quer com o mundo das esperanças
                    Quanto contra os que postulam
                    Um vernáculo deveras símplice,
                    De modo que adquira consanguinidade
                    E possa ser lembrado para sempre.
                                  Daladier Carlos
                                  23 março, 2012
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Logos Interior
Eu sou a imagem daquele que deseja vencer
aquele que tropeça
várias, várias e várias vezes
e enxergo uma luz alógena
cada vez mais distante.

Eu sou aquele que caminha
por um caminho largo
onde cumulam bolhas
cansando cada vez mais meus pés.

Vencer ou morrer
estar distante de Deus
é estar mudo
com uma oração em pausa
e o coração frio.

Eu sou o vir a ser do que não tem forma
pois meus erros me escondem
atrás de dentes enfileirados
num sorriso de esperança vaga
diante da fome de dentes famintos.

Eu sou o que nunca virá a ser
longe de uma verdade
distante de um Deus
distante do vir a ser.

Dimythryus
20/03/2012
23h05m.




Os candeeiros da mente
                                    Carlos Lúcio Gontijo

             
                A poesia não é uma opção para o poeta verdadeiro, pois ele a traz em si. Ou seja, ainda que não escreva verso algum, a poesia nele estará. Os bons professores também são assim; professores por vocação. Talvez pareça estranho ao nosso casual leitor o fato de estarmos tratando de tema não referente à política, que se nos apresenta como fonte de destilação de ódio e posicionamentos tão extremistas quanto radicais. Muita gente anda se aproveitando do espaço democrático possibilitado pela liberdade de expressão para propagar ideias golpistas e até mesmo, vestida de verde-oliva, bater à porta dos quartéis.
                Sob a certeza de que quando morre um grande humorista até a lona dos circos verte lágrimas, estamos mais para reviver o saudoso Chico Anísio, na canção “Como nos velhos tempos”, que ele compôs em parceria com Nonato Buzar: “Eu quero ver o show do Walter Pinto/Com mulheres mil/O Rio aceso em lampiões/E violões que quem não viu/Não pode entender/O que é paz e amor”. Cansamo-nos das moscas do lamaçal político, pois sabemos de onde elas vêm e do fétido lodo de que se alimentam. Preferimos então louvar os professores, que são vítimas das ações políticas, que a eles reverenciam apenas no transcorrer das campanhas eleitorais.
                Temos a glória de manter, até os dias de hoje, uma relação de apreço e amizade com a nossa primeira professora, Clélia Souto, que está na luta pela impressão de seu livro em prosa e verso. Clélia foi prefaciadora de nossa obra “Pelas partes femininas” e agora nos concedeu a prazenteira honra de prefaciar seu lírico “Casa grande”.
                Entrar em contato com os professores, os candeeiros da mente de nossas crianças, adolescentes e jovens, é o mesmo que contatar, ao vivo e em cores, o descaso de nossos governantes em relação ao ensino, que não pode receber a devida atenção porque o Estado precisa ostentar caixa suficiente para pagar e garantir o privilégio dos que nada fazem e nada produzem em prol da sociedade.
                O escritor norte-americano Malcolm Gladwell grafou que “O sucesso é uma soma de inteligência, esforço, contexto histórico e oportunidade”. Indubitavelmente, cidadão que não for premiado com a sorte de acesso a ensino de qualidade assistirá, pela vida afora, à diminuição de sua possibilidade de atingir ao grau de bem-sucedido, em ambiente socioeconômico tão seletivo e competitivo no que diz respeito ao mercado de trabalho.
                Nossa querida professora aposentada Clélia não obteve do governo mineiro a merecida contrapartida salarial por seu empenho na busca de aprimoramento profissional, predicado que a levou a cursar faculdade de pedagogia. A única recompensa de Clélia Souto, assim com a de praticamente todos os professores, é o reconhecimento de seus ex-alunos.
                Infelizmente, pelo andar da carruagem, os professores deste aclamado tempo novo, no qual os pais terceirizaram a educação de seus filhos, repassando tal incumbência e obrigação às escolas, vistas como simples depósitos de crianças, não poderão contar nem com a gratidão de seus alunos, que por eles não nutrem a menor consideração.
                Entretanto, apesar dos pesares e das dificuldades, o livro da professora Clélia Souto está a caminho. Cuidamos, recentemente, de procurar o apoio de Nivaldo Marques Martins, diagramador e ilustrador de cinco de nossos 14 livros, que não se fez de rogado e nos emprestará seu talento, facilitando por demais a edição, que conta com o caloroso incentivo de muitas outras pessoas amigas.
                Ao passo que nossos governantes optam por deixar os professores ao deus-dará, fica cada vez mais evidente para os estudiosos da educação que o conceito de inteligência não é apenas uma questão de QI dos estudantes, mas sobretudo um conjunto de habilidades que necessita ser trabalhado por escolas de expressiva qualidade, um fenômeno totalmente dependente de bons (e bem remunerados) professores, além de didática consistente, uma sociedade participativa e famílias bem estruturadas, que se unam em torno das unidades escolares em benefício da preparação dos alunos, como futuros agentes da construção de um mundo melhor.
            Carlos Lúcio Gontijo
           
      Cantos do corpo e a lâmina poética
                                                                          Carlos Lúcio Gontijo

          No último dia 15 de março deste ano de 2012, a poetisa Brígida Selene lançou mais um livro de poesia, sob o título de “Cantos do Corpo”. Como resido em Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas Gerais, e o evento seria em Betim (município da Região Metropolitana de Belo Horizonte), solicitei ao poeta Antônio Fonseca que me representasse na sessão de autógrafos e adquirisse um exemplar para mim.
          Não me sentiria bem deixando de atender ao convite da Brígida Selene, que sempre prestigiou os meus lançamentos. Além do mais, defendo ardentemente a ideia de que não existe solenidade mais importante nem mais eterna que o lançamento de um livro. As pessoas casam e descasam; são batizadas em determinada religião e a abandonam por outra; entram e saem de partido político e assim por diante.
          Contudo, a palavra escrita é registro imorredouro que nem o próprio autor pode desdizer ou negar, como aconteceu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que um dia pediu que fosse esquecido o que havia escrito no passado, ao abraçar o receituário neoliberal, ideário econômico em que o rosto humano não passa de mero detalhe e que, por isto mesmo, provocou recordes de desemprego, arrocho salarial e precarização do trabalho, tratando preceitos e normas sociais sob o prisma de que tudo é relativo e transitório, segundo as necessidades do momento.
        Dessa forma, não há nada mais sério que a palavra grafada no papel. É o livro um indispensável batismo de fogo e sangue para poetas e escritores, servindo-lhes de fonte de humildade, uma vez que as dificuldades em torno de uma edição são tantas que o descabido glamour se esvai ou se esmaece diante da dura realidade em que o mundo cultural se encontra alicerçado. O produto impresso é caro, não há incentivo e os leitores são escassos. Ou seja, tudo sinaliza contrariamente ao desejo que todo escritor alimenta de editar seu livro.
          A minha experiência de escriba de 14 livros me leva a aplaudir os que se permitem ser guiados por uma luz divina acima da razão, priorizando a edição de seus livros, como agora acabou de fazer a poetisa Brígida Selene, num tempo em que a poesia sofre um processo de corrosão provocado pelo descalabro de se elevar qualquer simulacro de criação ao patamar de manifestação poética ou obra prima que é logo registrada em cartórios oficiais das letras.
          Vislumbro na internet poesia aos montes e vários entreveros públicos entre poetas, grupos e as idiossincráticas “igrejinhas” literárias. Claro que as exceções de praxe existem, mas elas não desmentem a regra de conjuntura tão prejudicial à condição de arte que a poesia ganhou nas mãos de grandes artistas da palavra escrita ao longo de anos e séculos a fio.
          É por essas e outras que me resguardo em meu canto de luta solitária, protestando contra os avanços da discórdia, da discriminação, do racismo e do radicalismo generalizado, que sob o manto de democrática liberdade de expressão, na base do é proibido proibir, invadem principalmente as ondas da internet, onde muita gente se agiganta ou se sente segura para propagar obscuridades ideológicas e comportamentais capazes de nos reconduzir a barbáries vexatórias, que colocam em xeque nossa decantada e moderna civilização.
        Em minhas mãos, pulsa a obra poética “Cantos do Corpo”, materializada em livro graças ao esforço de mais uma autora independente, que sabe que o trabalho literário é escravo do tempo, ou seja, nada tem a ver com o imediatismo exigido em nossos dias de competição selvagem. A navalha do processo da lavra literária corta na carne de quem se entrega à construção poética, como nos alerta Brígida Selene em seu poema Lâmina:Pois é,/ não é mesmo?/ É o raio da hora/ vai desembestado/ vai desabotoando ares de mofo,/ vai caçoando dos choros/ vai levando os penicos de xixi/ vai catando as sobras... / enxugando os pingos.../ O testemunho calado/ calejado/ minado em furos/ fica  parado/ olhando e/ vendo/ o prédio/ em obras:/ poeira para todo lado/ escadas/ cimento/ medidas/ algum sonho/ saído do papel/ flameja... flameja.../ cantoneiras nos lugares/ ganham formas/ preconizam a morada/ que vem/ ainda.../ Ainda! “             .
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*Dia Internacional da Poesia

Escrevo-te assim no silêncio dia,
Nas horas do ocaso me confesso,
Trazendo na saudade, que ironia!
Os anos que se foram e professo...
Que o mundo veste letras e bramido,
De notas em bailado desvairado,
Regendo em cada canto o gemido
De amores solitários e abafados.
Quem dera ao poeta não mentir,
Não fingir que o amor e infinito,
Roubar da palavra sonho e grito,
Mas levo na mão tinta e pensar,
Que brota tão somente no olhar,
Serena eu me rendo, não me demito.

Sonia Nogueira
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OS OLHINHOS AZUIS DE ANASTÁCIA     
            Antonio de Campos
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Só os jovens se matam.
Até anteontem, data em que Anastácia Khoreva,
uma anciã russa, resolveu tirar a vida como quem arranca batatas,
porque estava farta de aguardar a Senhora do Bonfim.
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Entendo o desejo de Anastácia de, com um século e cinco anos
de quebra de vida vivida, cumprida e comprida,
ir ao encontro da derradeira Mestra sem Pastoril,
sem azul, nem encarnado.
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Continuar vivendo àquela idade
num Mundo Cada Dia Mais Desencantado como este que está aí fora,
apenas para ficar brincando de estou-viva,
não vale a pena,
ainda que sua alma fosse grande como sua velhice.
.
Anastácia, com seu nome de grã-duquesa russa,
simplesmente cansou-se. Quis pegar o trem que passa a qualquer hora,
sem bilhete. Era como um girassol que à falta do sol, não mais girava,
quis ir dormir e sonhar em outra cama,
.
talvez com colchão dágua
e travesseiros de plumas de cisnes do lago cujas águas,
aquele outro grande procurador pela Senhora do Olvido,
Tchaikovsky,
espera por ela para um colorido happy hour na eternidade.
.
Com Anastácia foi assim.
.
A busca de seu happy hour em outro plano,
já que neste, todas as suas horas felizes
tinham sido gastas, moídas pelo Tempo, que passa,
e, como a mulher de Ló, não olha para trás
e segue girando a roda de seu moinho.
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Seus pequeninos olhos azuis
viram, com esperança, a chegada
da Revolução Russa, Revolução de Outubro em 17,
.
seus pequeninos olhos azuis
viram a insanidade da Primeira Guerra Mundial,
.
seus pequeninos olhos azuis
viram os milhões de mortos que Stálin assassinou
em nome do que o supremo Sahara de sua alma,
se a possuía, supunha ser socialismo, marxismo, comunismo
ou o que for que não era e nunca será,
.
seus pequeninos olhos azuis
viram quando o irmão siamês deste
mostrou que a alma de alguns muitos deles dos dois “cordões”,
como a dele, não era um Sahara supremo,
mas um buraco negro!
.
Seus pequeninos olhos azuis
viram a União Soviética
se tornar mais um peão no tabuleiro cuja madeira
o cupim rói incessantemente e a polia não deixa dormir.
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Ela foi como o cavaleiro que volta duma santa assassina cruzada “cristã”,
em O Sétimo Selo, de Bergman,
e se depara com a Senhora de Negro e tomando-a
por um visitante inesperado,
.
lhe propõe uma negociação, uma partida de xadrez,
para que possa ganhar tempo e indagar sobre o sentido da Vida
e, durante o jogo,
percebe que não seria possível vencer a última Senhora.
.
Com uma diferença, Anastácia já sabia o sentido da Vida
.
um Sonho traído,
dois pesadelos realizados
e um país submetido às bestas que o Apocalypse não previra.
.
Pedir-lhe que esperasse mais,
seria pedir-lhe que seus olhinhos azuis
continuassem a ver o mesmo filme dirigido
por outros idênticos sádicos diretores
deste mais do que cínico – pós-cínico – film noir.
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Preferiu fechá-los.
Já vira demais. Nenhum xadrez tem sentido.

Descansa em paz, Anastácia.
.
E que pra onde vais,
tudo seja azul como os teus olhinhos
cansados de ver tédio e enfado sobre a Terra.
Olinda, março 21, 2012.
..
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¿ QUÉ ES POESÍA?

Por Héctor José Corredor Cuervo


Es la idea que embriaga los sentidos
en fiesta donde danzan sentimientos
con arpegios de sones preferidos
que propulsan  la vida con su aliento.

Es el aire que transporta  ilusiones
con ideas de amor y de  esperanza
en espacios de grandes dimensiones
donde anida el deleite  y la confianza.

Es el trinar alegre de las aves
que colman la mañana de alegría
y que lloran el viaje de las naves
cuando parten sobre olas de  falsía

Es susurro en la mente de recuerdos,
de dichas, de penas y decepciones
que se esconden en cándidos cerebros
con caretas de múltiples pasiones.

Es templo  donde el alma se refugia
para enfrentar fatales desengaños
para tapar señales cual arrugias
que quedan  con el paso de los años.

Es la sonrisa inocente de un niño
tendido bajo sombras de la tarde
en medio del afecto y del cariño
que le ofrece la madre sin alarde.

Es  elixir del amor que embriaga
con traumas  de visión y de sordera
cuando  queda en el corazón la llaga
envuelta con pasiones sin frontera.

Es  jardín donde brotan las ideas
con aromas de flores de ficción
donde posan las musas con sus teas
para alumbrar caminos de la unión.

Es el grito del agua de los ríos
cuando entran a su vientre los desechos
porque dejan morir  los caseríos
y sufrir por la sed a los barbechos.

Es el sueño de paz de las naciones
que naufraga en el mar de la indolencia
entre  vientos de crueles vejaciones
de gente con poder y sin conciencia.

Es la obra colosal de un arquitecto
que construye con finos materiales
para orgullo del  pueblo predilecto
sin temor al olvido de mortales.

Es el escudo, el himno, la bandera
que dejaron mayores por herencia
como signos de patria en primavera
para honrarlos con luz de transparencia. 
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  PERO ESTARÉ EN ESPÍRITU

Cuando el cuerpo no llega, el alma encoje
y se mustian de pena los deseos,
la luz entorna párpados y el aire
retuerce en remolinos lo que inspira.

No llegué al abrazo en la mirada
ni al oído en la frase cariñosa,
soy hoja otoñal en la ventisca
cuando quisiera ser retoño en flor.

Hermanos de UNILETRAS, esta vez,
me sufro a contrapié de mis anhelos
y Córdoba, tan dentro de mi espíritu,
me resbala  rodando en una lágrima
de impotencia y nostalgia cariñosa.

La Luz que irradia Villa Carlos Paz
alumbra el corazón de mi Poesía.
Copyright-José María Lopera
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SEM FIM
 
 
Theca Angel
 
Por que acabou?
Existia o sentimento?
Então não pode terminar assim
um amor que não cabe
no peito
tão intenso é seu palpitar em mim...
 
A porta não bateu,
a página não se rasgou...
Se ela foi voltada pelo vento
pode também retornar, basta o sopro de um momento!
 
Basta deixar que a suave da brisa
realize o seu incansável trabalho
 Recoloque tudo no lugar
E o amor ressurja do malho! ...
 
A trilha que a esperança levou,
ainda não se apagou...
As chuvas não dissolveram as pegadas
nem a água do rio da saudade transbordou!
 
Nosso livro não foi terminado, 
 nem as cinzas do cinzeiro jogadas...
Sob elas ainda há o fogo
que crepita incandescente
Como o coração a bater   ardente!
 
Um interlúdio se fez presente,
mostrando o que hoje nos é consciente.
Uma nova visão principia...
Dos sentimentos estamos mais cientes,
Um outro momento na vida foi dado...
Aceitemos!
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MEUS VERSOS MORREM
Sá de Freitas
 
A noite escreve um poema de estrelas,
Na página do Espaço,
Como se quisesse alegrar a lua,
Que vaga triste a procura do sol.
 
A Terra adormece, mas o povo não para
E nas cidades as luzes se acendem,
Procurando dar vida aos que andam pelas ruas
E não olham para cima.
Mas eu, poeta, ignoro as lâmpadas
E namoro o brilho do alto,
Vagando a procura de um verso
Que fale de paz.
 
Mas de lá onde estou mentalmente,
Ouço os rumores das guerras,
Sinto o cheiro fétido dos crimes
E observo a frieza do desamor,
Que congela a bondade,
Aniquila a fé
E animaliza os homens...
 
Mas preciso voltar
Para  contemplar apenas o céu estrelado
E aí, meus versos morrem,
No impacto com a realidade que vivemos.
 
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil
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