domingo, 20 de maio de 2012

MEMBRO: Newton Emediato Filho


Newton Emediato Filho
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É autor de vários ensaios sobre a obra de um dos maiores escritores latino-    americanos, João Guimarães Rosa, tendo participação ativa em seminários internacionais realizados pela PUC/Minas sobre Guimarães Rosa.
Um Carro de Bois que Transportava Logos é o seu primeiro romance com comentários (orelha) feitos por Luís Giffoni: [...] Já disseram que Minas são muitas. A literatura também. Um Carro de Bois que Transportava Logos viaja por algumas delas [...].

O conto intitulado: Um Papagaio Palimpséstico recebeu prêmios como: Projeto Manuelzão/UFMG e Menção Honrosa pela Editora Guemanisse/Teresópolis/Rio de Janeiro/RJ.
O autor também participa da antologia Asgard: A Saga dos Nove Reinos  que foi lançada em maio de 2011 pela Editora Jambô, com o conto Em Transe. Deste projeto sobre mitologia nórdica fazem parte vários escritores e ilustradores do Brasil e do exterior. 
O conto O Tempo de Um Livro acaba de receber prêmios na IV Jornada Guimarães Rosa 2011 – evento realizado pela Sobrames/MG, Sociedade Brasileira de Médicos Escritores de Minas Gerais. Comemorando o centenário da Faculdade de Medicina/UFMG. O conto foi publicado no livro: Anais IV Jornada Guimarães Rosa, novembro/2011.
Todos os Dias de Ontem será o segundo livro solo do autor com vinte contos inéditos. A edição deste livro é um projeto aprovado pelo Ministério da Cultura – Lei Rouanet – Lei de Incentivo Cultural/2011. E também pela Lei de Incentivo Cultural/Secretaria de Cultura de Minas Gerais/2012.
Newton é o fundador e Presidente da Amove – Associação dos Moradores Vítimas das Enchentes de Belo Vale que tem como objetivo prioritário construir moradia popular para as vítimas ribeirinhas de terceira idade.
Ele acaba de tomar posse como Governador da Seccional da Representação da Associação Internacional dos Poetas Del Mundo de Minas Gerais. 
Embaixador Universal da Paz  pelo Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - Suisse / France

BELO HORIZONTE - MG


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Cosmopolita

Asas
sem aspas
voam em PAZ
buscam casas
penas que chocam
no concreto das paredes
redes humanas
asas sem penas
asas sem voo
abrigadas em casas
casas com aspas
outras sementes da PAZ assanham
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HAIKAIS

cheiro bom de manacá
na manhã rural
belo sorriso

numa guermesse
o rosto iluminado
com a luz que lua traz

mataram o homem,
querido de Havana,
por amar o mundo!


altruísta verbal
poliglota mineiro
não escreve mais

rio vermelho
montanha sem cangalha
homem cinza

vento ao rosto
veneno no rio
incendio na serra

passaram por mim
personagens voláteis
sem nenhum leitor
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Ruínas

Logo acima depois do Brejão, perto da nascente d’água, numa fazenda quase abandonada, é o local do velho engenho incrustado nos morros. Ali, tempos passados, pessoas mil o trabalho atraia no fazer de açúcar preto, melaço e rapadura.
Agora, nem mesmo pessoas estranhas passam querendo esse trabalho. Estão furtando ou então praticando vandalismo.
Caminhantes que seguem a estrada comprimida e plana, arenosa de terra úmida, onde borboletas coloridas se refrescam e aterrissam na friagem beira mina, vão dar ali bem na aguada, água mineral mata a sede de qualquer um.
Mas antes da chegada a esse velho engenho, a estrada não contribui para outro tipo de transporte. Estrada não ajuda. Usavam uma tropa de mais de meia dúzia de burros conduzia cana-de-açúcar, vinda da Fazenda Pessegal. Seus proprietários entram em acordo e combinados, um cedia o engenho, outro a matéria-prima. O produto final era dividido entre eles.
Os produtos de subsistência – a rapadura simples, a rapadura misturada com outros ingredientes, o açucrão e o melado – eram carregados pela mesma tropa, só agora com latas de 50Kg.  
Daí o encontro de velhos companheiros e outros encontros fortuitos foram o modo de refazer antigas amizades, deixando rixas e rusgas abandonadas.
Casos novos, brincadeiras, gargalhadas. Mentiras e verdades... nos dias de hoje o velho proprietário do engenho sente o tempo pesado, deixando-o patife e braquiado, muito correu na vida, e não obteve resultados favoráveis.
O engenho de boas histórias seria desta vez a última moagem, a última barganha de mercadoria. Não foi vendido. Ninguém mais o quis, lá naquelas bandas. Dele restou apenas uma paisagem de pedras invadidas pela grama e mato ordinário. E os espaços de terra, agora, estão ocupados pelos troços da engenhoca enferrujados no meio de juá, carqueja e picões. Voam borboletas no azul da sombra mínima.  
Fragmento do romance lírico infantojuvenil Um Carro de Bois que Transportava Logos; pg72; segunda edição Emooby 2011; Portugal
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2 comentários:

  1. Olá Newton!
    desejo boas vindas à associação. Somos companheiros conterraneos de BH. Espero cruzar com nossas poesias.
    J.Hilton
    http://a-internacionalpoetasdelmundo.blogspot.com.br/2012/04/membro-jose-hilton-rosa.html

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  2. Parabens, excelentes versos.
    Abração
    www.luizalbertomachado.com.br

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