Em nome de Deus
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Desde que o homem deu conta de si, a vaidade e a ganância estão entre as predileções humanas, invadindo a passos galopantes o mundo dito civilizado. Basta dar uma olhadinha na História. É assim mundo afora e em nosso quintal, na terra brazilis que tudo frutifica a coisa não é diferente e no campo chamado religioso frutifica a cem por um.
Em nome de Deus mata-se, corrompe-se, frauda-se, engana-se, faz-se o que se bem entende do jeito mais conveniente a quem o faz.
É bem verdade que só há o enganador por permissão ou tolerância do enganado, no entanto, o que se vê é uma realidade deprimente, sofrível, assustadora e muito longe da verdade creditada ao autor. Não só é lamentável como escandalizador assistir homens que se dizem ‘pastores’ acumularem verdadeiras fortunas além de benefícios incompatíveis ao oficio que dizem exercer. É o que temos visto com pesar e muita freqüência, em publicações e noticiários diversos e recentes. Qualquer sacerdócio por essência deve ser exercido por pessoas cuja conduta seja digna do mesmo, sendo exemplo em primeiro plano. No caso evangélico significa nada mais que promulgar a salvação do homem sem qualquer custo, pagamento, indulgência ou algo similar. O céu não tem preço, não está e nunca esteve a venda. Não importa o credo, qualquer sacerdócio deve honrar sua titularidade.
O vetor apresentado por algumas igrejas ‘evangélicas’ mostram certo desequilíbrio em suas pregações, focando exclusivamente na prosperidade , o que neste caso deixa de ser Deus o sujeito da ação, tornado-se servo e não Senhor. Seria este o evangelho legítimo?
Não se tem noticia de qualquer apóstolo que tenha seguido os passos de Jesus torna-se rico, quiçá milionário, aliás o exemplo maior vem do próprio Cristo que segundo a bíblia ‘ não tinha onde repousar a cabeça’, cuja dedicação foi valorizar pessoas, em especial as excluídas. Mais uma vez na História o homem quer valer-se de Deus para ser maior e melhor que o próprio, acima de princípios e conceitos, do bem e mal. Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo, eis a questão. A quem servem? O tempo se encarregará de mostrar mas resta-nos ao saber de desvios denunciar sim! Ficamos também com a certeza consoladora de saber que contra fatos não há argumentos, quem viver verá o gran finale, para bem de todos e felicidade geral, em nome de Deus.
Rogéria Gomes / Jornalista e escritora
Membro Associação Internacional Poetas Del Mundo
Dica : " As Grandes Damas E Um Perfil do Teatro Brasileiro" - Ed. Tinta Negra
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