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Renate Leopoldine Gigel
Rio Grande do Sul
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Renate Leopoldine Gigel, nascida na Áustria, fez da língua portuguesa fonte de estudos e inspiração. Administrador Escolar, Diretor de Museu, Gerente Social e Gestor Público foram caminhos percorridos ao longo de sua carreira, onde a comunicação foi uma ferramenta importante, sempre permeada por uma certa nuance poética.Seus trabalhos se resumem a textos, crônicas e poemas, onde os versos brancos e soltos são sua característica.Foi laureada no Concurso Literário do Consulado de Portugal, na categoria crônica.Recebeu o primeiro lugar no Concurso Literário da Fundação Sheffel de Novo Hamburgo,versando sobre a imigração alemã.Recebeu troféu do Centro de Tradições Gaúchas por seu trabalho "Filho de Criação." Várias vezes detentora do Troféu "Pena de Ouro" de Lions Internacional. Tem editadas colunas em jornais virtuais bem como em periódicos regionais. Integrante da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos desenvolve vários projetos para parcerias culturais entre escritores, músicos e jovens talentos de escolas locais. Participou de seis Antologias da Alvales das quais "O Vale em Verso e Prosa", "Aquarela", "Tendências Literárias", "Em Murmúrios" e "Mulher, feminino singular" são alguns títulos. Teve seus textos e versos divulgados em campanhas televisivas de "Campanhas da Fraternidade" e no blog www.alvales.blogspot.com
Sabor Menina Rosa
Dizer - "Até breve" vibra
com tanta intensidade
que não consigo definir
se é misto de medo,
dor ou saudade...
"Até breve" soa como antigo bronze
em água naufragado
ecoa, ressoa e faz sentir
ausência redobrada!
Mas também as águas permitem
que pela luz sejam penetradas
e com ela o bálsamo sereno
da esperança renovada:
retomo, retorno e me aconchego
no abraço da amada!
Abstrato devaneio
Nem sei bem por que essa sensação
de despedida...
Os olhos a passar por todos os recantos,
observando criteriosamente,
se tudo estava em seu lugar,
se a disposição parecia harmoniosa,
se estava agradável a quem chegasse.
Parece cinza o pensamento
como está cinza o tempo!
Tão desejada e acalentada chuva
e tão invasor seu cinza tom sem sol.
Parece que vai até o mais profundo cantinho
de minha alma, se enrosca
e enrola sentimentos,
sobe até anuviar pensamentos
e desce em lágrimas não sei se de tristeza
ou de escondidas saudades.
É, parece que esta seria uma razão
quase que aceitável:
saudades sentidas, retidas
e acumuladas e que não tem mais a esperança
de serem resolvidas por um afago,
um beijo esperado ou um simples olhar...
São tantos momentos
que de repente se espremem
pela pequena fresta que se abriu,
que jorram imagens em célere velocidade,
como que a querer atropelar o tempo
e resgatar tanto de bom
que já se foi, e junto com eles,
as mãos carinhosas e os olhos cheios de afeto,
que, por mais difíceis que fossem
os embates ou as dores,
sempre pareciam as rochas
em que tinha segurança e a maciez de plumas,
para deitar consolado.
Com certeza é apenas um momento!
Com certeza, é um pensamento...
Com certeza, é a clareza de que podemos sentir,
ao mesmo tempo, dor e conforto,
solidão e desdobramento,
insegurança de filho e firmeza de mãe,
busca e resposta das belas coisas
vividas, divididas, muitas das quais
não gostaríamos de ter que abrir mão,
mas tantas outras, fortes e persistentes,
que temos pertinho de nós.
Abstrato devaneio em torno
do que é tão concreto: a vida.
E todos os dias a busca
de novas respostas às novas emoções.
E tornará a brilhar, em mim, o sol...
Arautos da natureza.
Adormecida a beleza,
como que por encantos embalada,
se espreguiça, lânguida,
Parece em deleite,
sabe-se esperada...
Em áridas terras
o primeiro sinal
é verde, pujante,
é vida, afinal!.
Por gelo coberta,
o sol a faz despertar.
Ressurgem ,frágeis,
a nos acenar...
Suaves aromas se espalham,
delicadas pétalas a desdobrar.
Rosáceas, alvas, farfalham
à brisa, em murmúrios cantar.
Primavera,
Nova era,
Que encanta!
Os sentidos aguça
Sonhos acalanta!
Renascer...
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