segunda-feira, 7 de abril de 2014

MEMBRO: ELAIR CABRAL


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ELAIR CABRAL
Mato Grosso


Nasceu em Lagoa Vermelha Rio Grande do Sul em 1954. No momento reside no Mato Grosso.
Professora, formada em letras, Técnica em direção teatral, montagem de espetáculo e atriz. Escritora: Peças teatrais e contos. Poetisa

Recebeu troféu em honra ao Mérito pela Participação na Direção e  produção do filme Dos Índios ao Algodão 300 Anos de Evolução, filme este, que conta a história de ocupação do Município de Campo Verde - MT.
Recebeu Distinção pelo melhor poema da Semana no Solar de Poetas com o poema SILÊNCIO.
Participou da coletânea do Solar de Poetas, em homenagem ao dia Internacional da Mulher, com três poemas: MULHER, MIL LEOAS E MULHER E PODER http://issuu.com/correiasepulveda/docs/mulher__colet__nea
  Trabalhou com a Terceira Idade e também  com crianças e adolescentes, tem a sensibilidade dos artistas e não suporta injustiças. Gosta de honestidade, humildade, determinação e otimismo.
O que pensa de: FAMÍLIA... A base da sociedade quando bem estruturada. TRABALHO... Estabilidade financeira e realização pessoal. FILHOS... Presentes de Deus. AMIGOS... Essenciais quando verdadeiros. VIDA... Responsabilidade perante o criador.
Elair Cabral respeita o ser humano e acredita que, como disse um certo autor... “Você existe apenas naquilo que faz Tudo sob as bênçãos de Deus”. 

O TEMPO
Hipnótico, divino, destruidor,  algoz...  
Passa como um colorido raio de luz  
 Labirinto de mistérios encanta os amantes sós
Na imensidão dos sonhos, a felicidade seduz,
Olhar perdido num céu pontilhado de estrelas
Lindas, inspiradoras fenecem ao amanhecer
 Efêmero, faz da natureza sua confidente parceira
 Toda vestida de sol vem, para alvas quimeras trazer
Crucial, nas horas penosas passa vagarosamente
Quando o relógio começa o tempo marcar
O sofrimento corrói dilacerando lentamente
Só a poesia rompe essa organização linear
Tempo às vezes implacável tão duro
Leva a morte sem dó um grande amor.
 Dar tempo ao tempo, simples e puro
 Restaura a paz, o equilíbrio, inibi a dor.
Faz recomeçar sem medo
Resgata ilusões perdidas.
Sem tempestades nem segredos,
Cura as mais profundas feridas.
Sem o menor constrangimento invade como um furacão
Angustia pelo fim inexorável no tempo de morrer
Ignorando a definição do eterno retorno, de PLATÃO
Espalha alegria, sorrisos, magia no tempo de florescer
Tempo passado que só fica gravado,
Nos envelhecidos e despercebidos muros 
Apenas no escrito mal desenhado
 Na certeza de que não existe futuro
 Porque vivemos num imenso e eterno presente
Assim, de forma sagaz, o tempo nos absorve
Em busca da beleza que nasce do sentimento tão ausente
Num labirinto de mistérios nos envolve...
                                                       Elair Cabral

SOMBRAS

Mergulho no silêncio...
 A quietude, das horas vagas, envolve-me...
 O silêncio que fala, impregna minha’ alma
 Não me reconheço na imensidão dos ruídos abstratos
Meu espírito titubeante vagueia,
Nesse jogo de luz e sombra, de sonoridade e silêncio,
 De ausência e presença.
 Navegando no barco do destino,
Contemplo meu universo,
E, no espelho das águas da vida
 Inesperadamente,
defronto-me com fragmentos do meu EU...
reflexos de um EU dilacerado envolto num
emaranhado de cacos de: esperança, sonhos,projetos, vida...
 Aos poucos começo a me entender, a me perdoar a me amar
Não consigo calar o silêncio
Vejo-me, então sugada por redemoinhos,
Dos encontros e desencontros.   
 Bailando freneticamente,
vislumbro a magia 
De nascer, ou morrer
Atos inerentes como estar só.
 Por que teria eu,
Medo das chuvas tempestivas,
Se me encontro em profundas e límpidas águas
Num extasiante mar de emoções vigiado por Poseidon,
Cenário de sonhos, povoado por onomatopeias do silêncio
 Interrompe-se  o giro, cessam-se os  sons
Aí, o silêncio mergulha no silêncio...
 Na solidão, imerjo e bebo na fonte da inspiração,
Quando as asas do vento me
 Impulsionam rumo ao vazio.
 São prófugos momentos,
 arrebatado pelo amor à poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da noite
O silêncio abre seus panos  
 e volta a gritar...

                                                     Elair Cabral

 SILÊNCIO

Silêncio...  
Só no silêncio ouvirás a voz de fulgor imenso...
O mágico som de um violino ao longe
A traduzir todas as vozes da falange
 Quatro cordas como uma orquestra no alvor
 Impera nos concertos apadrinhando o amor
Mesmo a mercê da morte no naufrago Titanic, tocado
 Brilhante e estridente som danço, pela música embalado   
 “Violino de Ingres” me contagia a leitura encantada 
 Um clássico viver, numa redoma de vidro me enfada
Nas superações e entraves, do agudo ao grave sofrimento   
 Quero mudanças, trocar o encordoamento
Sentindo um odor de falta de patriotismo, ajuste
Enquanto Nero tocava violino, Roma queimava... Embuste
E assim mergulho num som mais aveludado, singular
Deixa o Erudito imigrar o grito agudo da ânsia popular
Dedilha as canções pautadas de singelezas do amar
Quero ser o maestro e minha orquestra comandar
Crinas dos lindos cavalos que já percorreram seus espaços
Agora dão som as cordas á um violino clássico
Por que eu, criatura dos mais poderosos compassos
Não configurarei um violino ilustrando Picasso?
Não fugirei do côncavo e do convexo e serei Garibaldi?
Não arrebatarei o som de Bach ou de Vivaldi?
Tartine na ilusão do sonho e se sentindo inspirado
Compôs a “Sonata do Diabo”, por mitos enfeitiçado
Pois os mistérios de Stradivari, jamais foram revelados
Ouvirei a sua voz a florescer o mundo encantado
Violino... Sucumbi aos teus sedutores encantos
Só de incomensurável emoção será o meu pranto
Música, divina música das lágrimas em profusão
 Som que seduz a alma  e arrebata o coração...
Silêncio...

Elair Cabral

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