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ELAIR CABRAL
Mato Grosso
Nasceu em Lagoa Vermelha Rio Grande do Sul em 1954.
No momento reside no Mato Grosso.
Professora, formada em letras, Técnica em direção
teatral, montagem de espetáculo e atriz. Escritora: Peças teatrais e contos.
Poetisa
Recebeu troféu em honra ao
Mérito pela Participação na Direção e
produção do filme Dos Índios ao Algodão 300 Anos de Evolução, filme este, que
conta a história de ocupação do Município de Campo Verde - MT.
Recebeu Distinção pelo melhor poema
da Semana no Solar de Poetas com o poema SILÊNCIO.
Participou da coletânea do
Solar de Poetas, em homenagem ao dia Internacional da Mulher, com
três poemas: MULHER, MIL LEOAS E MULHER E PODER http://issuu.com/correiasepulveda/docs/mulher__colet__nea
Trabalhou com a Terceira Idade e também com crianças e adolescentes, tem a
sensibilidade dos artistas e não suporta injustiças. Gosta de honestidade,
humildade, determinação e otimismo.
O que pensa de: FAMÍLIA... A
base da sociedade quando bem estruturada. TRABALHO...
Estabilidade financeira e realização pessoal. FILHOS... Presentes de Deus.
AMIGOS... Essenciais quando verdadeiros. VIDA... Responsabilidade perante o
criador.
Elair Cabral respeita o ser humano e
acredita que, como disse um certo autor... “Você existe apenas naquilo que faz
Tudo sob as bênçãos de Deus”.
O TEMPO
Hipnótico, divino, destruidor,
algoz...
Passa como um colorido raio de luz
Labirinto de mistérios encanta os
amantes sós
Na imensidão dos sonhos, a
felicidade seduz,
Olhar perdido num céu pontilhado
de estrelas
Lindas, inspiradoras fenecem ao
amanhecer
Efêmero, faz da natureza sua
confidente parceira
Toda vestida de sol vem, para
alvas quimeras trazer
Crucial, nas horas penosas passa
vagarosamente
Quando o relógio começa o tempo
marcar
O sofrimento corrói dilacerando
lentamente
Só a poesia rompe essa organização
linear
Tempo às vezes implacável tão
duro
Leva a morte sem dó um grande
amor.
Dar tempo ao tempo, simples e
puro
Restaura a paz, o equilíbrio,
inibi a dor.
Faz recomeçar sem medo
Resgata ilusões
perdidas.
Sem tempestades nem
segredos,
Cura as mais profundas
feridas.
Sem o menor constrangimento invade
como um furacão
Angustia pelo fim inexorável no
tempo de morrer
Ignorando a definição do eterno
retorno, de PLATÃO
Espalha alegria, sorrisos, magia
no tempo de florescer
Tempo passado que só fica
gravado,
Nos envelhecidos e despercebidos
muros
Apenas no escrito mal
desenhado
Na certeza de que não existe
futuro
Porque vivemos num imenso e eterno
presente
Assim, de forma sagaz, o tempo nos
absorve
Em busca da beleza que nasce do
sentimento tão ausente
Num labirinto de mistérios nos
envolve...
Elair
Cabral
SOMBRAS
Mergulho no silêncio...
A quietude, das horas vagas,
envolve-me...
O silêncio que fala, impregna
minha’ alma
Não me reconheço na imensidão dos
ruídos abstratos
Meu espírito titubeante
vagueia,
Nesse jogo de luz e sombra,
de sonoridade e silêncio,
De ausência e
presença.
Navegando no barco do
destino,
Contemplo meu universo,
E, no espelho das águas da
vida
Inesperadamente,
defronto-me com fragmentos do meu
EU...
reflexos de um EU dilacerado
envolto num
emaranhado de cacos de: esperança,
sonhos,projetos, vida...
Aos poucos começo a me entender,
a me perdoar a me amar
Não consigo calar o
silêncio
Vejo-me, então sugada por
redemoinhos,
Dos encontros e desencontros.
Bailando
freneticamente,
vislumbro a magia
De nascer, ou morrer
Atos inerentes como estar só.
Por que teria eu,
Medo das chuvas
tempestivas,
Se me encontro em profundas e
límpidas águas
Num extasiante mar de emoções
vigiado por Poseidon,
Cenário de sonhos, povoado
por onomatopeias do silêncio
Interrompe-se o giro, cessam-se
os sons
Aí, o silêncio mergulha no
silêncio...
Na solidão, imerjo e bebo na
fonte da inspiração,
Quando as asas do vento
me
Impulsionam rumo ao
vazio.
São prófugos momentos,
arrebatado pelo amor à
poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da
noite
O silêncio abre seus panos
e volta a gritar...
Elair
Cabral
SILÊNCIO
Silêncio...
Só no silêncio ouvirás a voz de
fulgor imenso...
O mágico som de um violino ao
longe
A traduzir todas as vozes da
falange
Quatro cordas como uma orquestra
no alvor
Impera nos concertos apadrinhando
o amor
Mesmo a mercê da morte no naufrago
Titanic, tocado
Brilhante e estridente som danço,
pela música embalado
“Violino de Ingres” me contagia a
leitura encantada
Um clássico viver, numa redoma de
vidro me enfada
Nas superações e entraves, do
agudo ao grave sofrimento
Quero mudanças, trocar o
encordoamento
Sentindo um odor de falta de
patriotismo, ajuste
Enquanto Nero tocava violino, Roma
queimava... Embuste
E assim mergulho num som mais
aveludado, singular
Deixa o Erudito imigrar o grito
agudo da ânsia popular
Dedilha as canções pautadas de
singelezas do amar
Quero ser o maestro e minha
orquestra comandar
Crinas dos lindos cavalos que já
percorreram seus espaços
Agora dão som as cordas á um
violino clássico
Por que eu, criatura dos mais
poderosos compassos
Não configurarei um violino
ilustrando Picasso?
Não fugirei do côncavo e do
convexo e serei Garibaldi?
Não arrebatarei o som de Bach ou
de Vivaldi?
Tartine na ilusão do sonho e se
sentindo inspirado
Compôs a “Sonata do Diabo”, por
mitos enfeitiçado
Pois os mistérios de Stradivari,
jamais foram revelados
Ouvirei a sua voz a florescer o
mundo encantado
Violino... Sucumbi aos teus
sedutores encantos
Só de incomensurável emoção será o
meu pranto
Música, divina música das lágrimas
em profusão
Som que seduz a alma e arrebata
o coração...
Silêncio...
Elair Cabral
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