Um Outro Você
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Ó devotada estrela!
Insistes em me iluminar,
Falar algo de mim, dizer a todos
Quanto fiz e faço para traduzir
Quem, afinal, sou, além de mim,
Ate a poeira descansar sob meus pés.
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Há um outro você, sensível, fixado em mim,
Possuído das minhas tramas, envolto na rede,
Desautorizando qualquer das minhas negativas
Para pôr-me ao amparo da face virtual,
Esta a qual nego, mas que insiste em me fotografar,
Pousando sobre mim uma imagem inevitável.
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Tuíta-se por todos os cantos e quintais,
A horas e fora das horas, porque isto parece pouco,
Muito pouco - quem o dirá? - para celebrar o inútil,
Aquilo tão desejado pelo louco espírito desta época,
Entre criadores de heróis e comedores de angústias,
Diante da tela plana, almas zapeadas em profusão.
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Sou mínimo, todavia posso me enganar do contrário,
Não exatamente à custa da curta produção poética,
Porque esta me sangra, me expulsa e sanciona,
Traçando um corte definitivo das minhas possibilidades,
Lembrando ao máximo princípio da consciência
A rota provável da história capaz de dizer de mim.
Daladier Carlos
05 abril, 2010
http://www.poetasdelmundo..com.80/verInfo.asp?ID=4323
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