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Edson C Contar
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Quando eu era menino,
Brincava na rua,
A vista era nua,
Sem os arranha-céus...
No rego de chuva,
Da rua de terra,
Soltava barquinhos,
Feitos de papel...
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Do barro eu fazia
A minha alegria,
Bonecos, carrinhos,
Tudo artesenal...
Eu era um artista,
Como toda criança,
Que teve uma infância,
No tom literal.
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Soltava pandorgas,
Jogava bolitas,
Bete-ombro e botões...
Eram brinquedos sadios,
Sem teclas,sem fios,
Sem pilhas ,baterias,
Sem as tais compulsões.
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Eu era um menino
Que cantava o hino,
Fazia tabuada ,
Decorava a lição...
As regras seguia,
A mestra era guia,
Eu era o aluno,
Sem mais, nem senão...
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Primeiro, os deveres...
Direitos, depois.
Assim era a vida...
Pela ordem, os dois.
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Premios, castigos,
Formatos de um ser,
Que se fazia ciente
Do que era ser gente,
Durante o crescer.
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Quando eu era menino,
Já nem lembro mais....
Os prédios surgiram,
Taparam a visão,
Fez-se a revolução
do "assim que se faz!"
O que era sadio,
Virou doentio,
O que era decente,
se fez delinquente,
E os velhos deveres,
Ficaram pra trás!
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Direitos, direitos,
Carências e traumas,
Meninos sem alma,
Sem fé, sem visão,
O barro fez-se concreto,
O rego passa direto,
Por cima do asfalto,
Sem rua de chão.
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O livro é na tela,
Não tem mais papel,
Meu lindo barquinho,
Foi pro beleléu!
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Direitos, direitos,
Carências e traumas,
Meninos sem alma,
Sem fé, sem visão,
O barro fez-se concreto,
O rego passa direto,
Por cima do asfalto,
Sem rua de chão.
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O livro é na tela,
Não tem mais papel,
Meu lindo barquinho,
Foi pro beleléu!
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Era uma vez...!
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Aos meus amigos e namoradinhas de infância
Aos meus amigos e namoradinhas de infância
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