Vamos nos dar as Mãos?
Vânia Moreira Diniz
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Desejaria dar as mãos a todas as pessoas que estão sofrendo no meu Rio de Janeiro, minha terra natal da qual estou distante neste momento e que está passando por dores e calamidades.
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Todos os anos ao ver o espetáculo doloroso dessas chuvas que causam tantos problemas principalmente às famílias pobres em todo o Brasil imploramos que as autoridades se sensibilizem não apenas falando mas principalmente fazendo um trabalho de prevenção. Do ano passado para cá vários estados passaram por tormentos assim.
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Claro que as famílias resistem de sair de suas casinhas e quem não resistiria sabendo que ficarão ao desalento ou no máximo irão para abrigos enquanto não encontram outra solução? E que solução?
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A atuação do governo deveria ocorrer ainda na seca assegurando espaços para que essas pessoas fizessem suas casas e até ajudando nas construções. Longe de encostas, longe de rios e procurando organizar uma campanha de esclarecimento ao povo para que não joguem nada na rua para que esses lixos não entupam os bueiros e os rios não transbordem com os detritos que se acumulam lá.
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Como foi dito pelo Escritor Raymundo de monte Arraes, meu avô, em seu Livro Cidadão de Dois Mundos edição, que “o problema do Brasil não decorre da deficiência do seu meio físico, pois riquezas, se não as temos no limite admitido pela fantasia de muitos, temô-las, no entanto, suficientemente, para, uma vez exploradas com inteligência e técnica, transformá-las em mananciais geradores de bem estar e de grandeza geral.”
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Claro que a copa do mundo é importante para o país, mas não mais do que vidas humanas e por isso o principal agora é pensar nessas pessoas que estão sofrendo e perdendo em desespero seus entes queridos. Quando conseguirmos dar apoio e salvar o máximo de vidas, pensaremos na copa. Mas agora se trata de gente, gente como nós que estão ficando soterrados, feridos ou perdendo a vida.
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Não podemos deixar que isso se torne um espetáculo de cinema como filme de suspense, onde esperamos cada cena e, apenas ansiosos, o final. O que estamos passando, o que neste momento o Rio de Janeiro está sofrendo não é ficção, mas uma triste, nua e infeliz realidade.
Precisamos hastear uma bandeira também para que isso não mais suceda nessas proporções como também para muitos outros fatos que estão torturando não só nosso povo brasileiro, porém toda a humanidade.
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Para prever as chuvas os especialistas precisavam de um equipamento que não existe no Brasil e quem sabe diminuindo as despesas de excessivo conforto dos órgãos públicos em todos os poderes e esferas não poderíamos comprá-la? Elas são mais necessárias que viagens ou gastos que não são imprescindíveis.
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Vamos nos dar as mãos e compreender que só com a união verdadeira conseguiremos minorar os desastres, provenientes da natureza sim, mas com uma prevenção eficaz e sistemática.
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Não é possível assistir tanta agonia e permanecermos inertes ou simplesmente assistindo emocionados esses espetáculos macabros.
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Precisamos mais uma vez nos dar as mãos por que tenho convicção absoluta que só a solidariedade é capaz de minorar acontecimentos como este e juntos poderemos pelo menos suavizar tanta dor.
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A vida é finita, vamos lutar por ela e entender que a indiferença só pode nos trazer uma sensação de impotência e depressão profundas?
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Estamos aqui estreitamente ligados pelas intempéries e percalços e nessa hora a única coisa que aliviará esses sentimentos é nos unirmos e procurar entender que precisamos reinvindicar direitos, principalmente no que concerne à segurança e ao mínimo direito à dignidade da vida.
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Vamos nos dar novamente as mãos? Vamos dar às mãos aos nossos irmãos do nosso belo Rio de Janeiro que está precisando de nosso carinho e apoio? Vamos pedir, implorar, insistir, acompanhar, exigir, ficar atentos aos mínimos desastres e estender nossas mãos forte e carinhosamente para todos que passam por esses desastres terríveis.
Vânia Moreira Diniz
08-04-2010
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