Nena Sarti

O eufemismo aplicado (in)devidamente.

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Em minhas garimpadas diárias deparei-me com um pensamento de Jorge Amado, no qual ele comenta que: “A solução dos problemas humanos terá que contar sempre com a literatura, a música, a pintura, enfim com as artes. O homem necessita de beleza como necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura será sempre a arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade.”

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Fico feliz quando encontro esses tesouros para renovar o que meus pensamentos incomodam. Houve um dia em que fui obrigada a ouvir de um cidadão que: literatura não leva a nada a não ser ao ostracismo, ou para alimentar “egos”. Tudo bem que o cidadão era um fazendeiro forte, que tem boi no pasto, que rumina para engordar sua conta bancária. Nada contra, muito pelo contrário, os fazendeiros preservam a cultura rural, de forma que são também, ativistas culturais atuando silenciosamente, com certa ignorância quanto a sua importante parcela de dados para escritores. Chego a entender que mister se faz um movimento para que os ruralistas se sintam enaltecidos por suas vidas dedicadas geração a geração para o registro da história do desenvolvimento humano.

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Agora, demais foi a concordância de sua esposa que é advogada e professora quando afirmou que escritores precisavam trabalhar o “ego”. E sei que essa cidadã também escreve só que o “marido” não permite seu ingresso na literatura uma vez que para sociedade é apenas mais um enfeite, uma alegoria.

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Em qual categoria o “ego” está mais alto?

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E assim caminha a humanidade: os poetas são “criaturas” diferentes. Escritores nasceram para falar o que não se entende. São artistas porque não tiveram capacidade para o trabalho. Sempre serão pobres, etc., etc., etc.

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Existem nos seguimentos de um município, de um estado, de um país: as Fundações de Cultura, Os Fóruns de Cultura, Os Conselhos de Cultura, as Câmaras de Cultura. Existem? Com certeza, porém...

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Para você ser um membro da Academia de Letras há que mostrar uma força literária no conjunto de sua obra, concordo plenamente, porém indago, qual imortal dará o precioso tempo para examinar obras dos “colegas” menores com a devida atenção?

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E “a solução dos problemas humanos terá que contar sempre com a literatura...” inclusive no campo educacional. Só que esse já é um outro assunto.

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Nena Sarti. Escritora, poeta, professora, Cônsul da região do Embiruçu pelos Poetas Del Mundo, Campo Grande, MS, Brasil.