domingo, 13 de junho de 2010

EDSON RIOS

CLANDESTINIDADE

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Os mares conduzem as suas próprias tempestades.

Os ares suportam os seus próprios ventos.

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Quero sentar-me em um canto qualquer,

abraçar meus joelhos,

deitar a minha cabeça sobre os braços

e suspirar profundamente,

deixando-me levar pela magia dos sonhos e sonhar,

com qualquer coisa que me agrade,

porque o meu suspiro está quase sem fôlego,

e não quero sonhar outros sonhos...

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Os sóis aquecem as suas próprias invernadas.

As luas clareiam os seus próprios caminhos.

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Navegantes nômades de outras esferas,

corsários sedentos por revelações prateadas,

teimam em encontrar e revelar o nosso segredo,

adormecido naquela ilha sem nome...

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As chuvas lavam as suas próprias impurezas.

Os ventos transpõem os seus próprios obstáculos.

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Sei que nenhum nada será diferente de tudo,

porque o tudo que vier já foi dito, já é passado.

Mesmo que o minuto de antes seja igual ao que virá,

mesmo que todas as canções,

consentirem que todos os sorrisos sejam aceitos,

teimo em me permitir ser diferente,

mesmo que seja deglutido pela razão...

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Tempestades se unem,

para apagar a brasa que precisa do vento para estar viva.

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Por quais caminhos errantes,

trilham as nossas necessidades,

que a cada dia,

incansavelmente,

torturamo-nos mais e mais,

para descobrir suas pegadas,

invisíveis,

indeléveis,

pecaminosas...

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Poderia estar chovendo,

para que a chuva molhasse a tua roupa,

para eu abraçar o teu corpo molhado,

para que assim tu não visses minhas lágrimas,

misturadas com as águas desta chuva...

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Sei que existe uma rua clara,

iluminada por diamantes azuis,

por onde passam e repassam os seus passos...
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EDSON RIOS

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