Eu, Mãe... (Maeternidade)
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Dirceu Thomaz Rabelo
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Por que teimas tanto, pequeno, com voz terna,
Em clamar de mim, homem, posição materna,
Se não obtive, com súplicas, permissão Divina,
De vir agora ao orbe, com roupagem feminina?
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Estranho sentimento, no entanto me invade,
Que deixa minh’alma confusa, sou metade!
Foste, como num sonho, um anjo mui amado,
Nalguma época em minhas entranhas gerado.
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Meu puro amor será colostro a saciar tua fome.
Pois agora, nem pude doar-te meu sobrenome,
Mas algo me acalma o peito já cansado e aflito:
A certeza de encontrar-te de novo pelo infinito.
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Então poderei, enfim, tua mãe querida vir a ser,
Mais uma vez, quando juntos voltarmos a viver,
Uma nova vida, de grande felicidade inabalada,
Naquela “casa” que o Pai nos der como morada.
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(Aos meus netos João Arthur e Luiz Fabiano, que me chamavam de Mãe, quando tinham entre um ano e um ano e meio).
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Dom Joaquim, 22 de novembro de 2008.
Vidas Passadas
Dirceu Thomaz Rabelo
Desde tenra idade
Ele tinha clara percepção
De que algo transcendia
Sua chegada a este orbe.
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Uma saudade intensa
Às vezes se abatia sobre si;
Criança ainda,
A soluçar tristemente.
Um pequeno coração
A clamar, não sabendo o quê...
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A vida foi passando célere
E tentativas de amar e ser amado
Foram feitas com pouca eficácia.
Amores volúveis, paixões levianas;
Acabou por desdenhar o próximo.
A colheita veio farta de fracassos múltiplos
E a autocondenação corroendo o íntimo.
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Só depois, com a mente aclarada,
Pela Doutrina Consoladora,
Já no crepúsculo do viver,
Comprovou que muito, muito pequeno ainda,
Já percebia, e, portanto sofria, sem saber,
Que outras vidas tinha vivido;
E que lá deixara o seu doce bem querer.
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Dom Joaquim, 30 de setembro de 2010.
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