quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Cesar Augusto Ribeiro Moura

Flor Temporã
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Não sei se verei o amanhã,
Mas, se eu acordar pela manhã já será bom por demais;
Se colher desta flor temporã.
 .
Vejo-me neste paradoxo normal
Latitude zero na linha do tempo,
Se houver tempo... Penso e logo quero,
Viver cada dia sempre o melhor!
 .
O meu passado vivido é só um elemento
Nesta equação temporal,
Constituído entre dor e alegria
Foi na via da vida destituído de toda ilusão.
 .
Se eu pudesse viajar ao passado;
Ficaria pasmo ao me olhar...
Quem sabe pensando nos passos errados que dei nesta vida!
Não mudaria uma vírgula se quer em minha lida
E nos pontos onde errei.
 .
Choraria novamente pelos meus dissabores.
Aos amores que se foram, daria um olhar por comoção!
Veria as paixões dissolvidas...
Observaria melhor aquelas questões mal resolvidas.
Entraria no quarto e beijaria com muito mais carinho
A face de meu pai, antes que fosse tarde demais...
 .
Não mudaria nada no mundo,
Deixaria correr livre através da ordem natural...
Pois, no fundo o tempo do expansivo relógio universal,
Subsiste a cada fração de segundo
E condiz com a dimensão alienada a nós.
 .
O tempo tem a sua própria voz,
Mas segue calado por esta via estranha e desconhecida;
Em seu elemento maior;
Sendo o tempo apenas o real propulsor.
 .
Vagaria então perdido nesta vã alusão
Revivendo os bons momentos de paz,
Como quem refaz com ternura
A doce aventura de viver por amor,
Para que em todo tempo que me resta;
Seja o louvor de glória ao criador.
 .
Neste momento presente, sou alguém!
Que somente pensa em sobreviver às intempéries da vida...
Sonho com amor, esperando o futuro chegar!
E sei que somente o tempo trará para o meu deleite,
Este prazer de viver, em minha vida esta flor temporã.
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Cesar Moura

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