Que a solidariedade esteja sempre presente em nossos corações!
Brumas
Nas brumas da vida,
Encontrei o meu caminho.
Aonde andei e por onde eu fui;
Encontrei Sol, chuva e um porto da vida.
Onde ancorei o meu coração
E fiquei para aprender com o tempo
E conversar com o vento,
Os planos do meu amanhã.
Nas brumas da vida,
Encontrei o meu caminho.
Aonde andei e por onde eu fui;
Encontrei Sol, chuva e um porto da vida.
Onde ancorei o meu coração
E fiquei para aprender com o tempo
E conversar com o vento,
Os planos do meu amanhã.
--
Luis Roberto Alves Meira
NATAL EM CADA LAR
Carlos Celso Uchoa Cavalcante
(23/novembro/2011)
Que a paz, a harmonia,
a solidariedade,
abundância de bondade,
se irmanem neste dia.
Que o entendimento humano,
com amor, ocupe as mentes
e que não só os presentes
traduzam o gesto ufano.
Que a fé, com humildade,
em cada ser possa estar
esquecendo a vaidade.
E que Jesús, afinal,
comemore em cada lar
o seu dia de natal.
Queridos amigos
No dia dia 1 de dezembro, 5ª feira,
às 19 horas, foi o lançamento da Antologia para uma Mundo de Paz,
livro escrito por alunos meus, na UVA. Foi um lindo Sarau.
POESIA, ALEGRIA E PAZ.
.
Laura Maria Miranda
“Conscientização negra... a luta continua”
Salve o Quilombo de Palmares,
Fortaleza do negro no Brasil
Que até hoje é motivo de conscientização,
Salve Ganga Zumba... salve Zumbi
Salve todos os negros que viveram na escravidão.
Negro era açoitado no pelourinho,
Muitas vezes não chorava
E não gemia,
No silêncio da senzala
Só preces para quem sofria.
De sofrimento em sofrimento,
Os escravos viram a abolição
Mas nunca viveram a sua libertação,
Ficaram as marcas no corpo e na alma
De quem passou pela vida na escuridão.
20 de novembro,
Dia da Conscientização Negra
Para superar o preconceito e a descriminalização,
Tenho orgulho de ser negro
E de lutar pelos direitos de ser um cidadão.
(amaropereira)
Salve o Quilombo de Palmares,
Fortaleza do negro no Brasil
Que até hoje é motivo de conscientização,
Salve Ganga Zumba... salve Zumbi
Salve todos os negros que viveram na escravidão.
Negro era açoitado no pelourinho,
Muitas vezes não chorava
E não gemia,
No silêncio da senzala
Só preces para quem sofria.
De sofrimento em sofrimento,
Os escravos viram a abolição
Mas nunca viveram a sua libertação,
Ficaram as marcas no corpo e na alma
De quem passou pela vida na escuridão.
20 de novembro,
Dia da Conscientização Negra
Para superar o preconceito e a descriminalização,
Tenho orgulho de ser negro
E de lutar pelos direitos de ser um cidadão.
(amaropereira)
Postei no blog o rondó, um antigo poema francês.
Sentir-me-ei honrada com a tua visita.
.
Mardilê Fabrê
NATAL EM CADA LAR
Carlos Celso Uchoa Cavalcante
(23/novembro/2011)
Que a paz, a harmonia,
a solidariedade,
abundância de bondade,
se irmanem neste dia.
Que o entendimento humano,
com amor, ocupe as mentes
e que não só os presentes
traduzam o gesto ufano.
Que a fé, com humildade,
em cada ser possa estar
esquecendo a vaidade.
E que Jesús, afinal,
comemore em cada lar
o seu dia de natal.
POETAS EN ZOOCRIADERO DE COCODRILOS - TUMBES - PERU
Estimados amigos les invitamos a ver nuestro blog con información y un video de la visita al ZOOCRIADERO DE COCODRILOS, actividad realizada en el marco del III Festival Mundial de Ecopoesia 2011 “Ecopoesia: raíz y voz de la tierra” desarrollado en la ciudad de Tumbes – Perú, del 14 al 17 de julio del 2011,
Lo pueden apreciar en el siguiente enlace:
Realizamos estas actividades porque consideramos que los poetas que escriben ecopoesia deben conocer aspectos básicos sobre la biodiversidad, especialmente de las especies que están en vías de extinción.
Agradecemos sus visitas y comentarios.
POETAS UNIVA – Consejo Directivo.
TUMBES - PERÚ
CONSTATAÇÃO
Clóvis Campêlo
Pra sempre ser "gauche" na vida
não me foi por um anjo dito,
foi minha opção escolhida,
foi o meu destino bendito.
Desfolhar sempre a realidade
como quem procura na essência
a busca de toda a verdade,
verdade de toda existência.
No entanto, resistia o mundo
a este sincero e profundo
desejo de o ver transformado.
E embora guerreiro na luta
investisse com força bruta,
eu é que fui sendo mudado.
-
Clóvis Campêlo
Pra sempre ser "gauche" na vida
não me foi por um anjo dito,
foi minha opção escolhida,
foi o meu destino bendito.
Desfolhar sempre a realidade
como quem procura na essência
a busca de toda a verdade,
verdade de toda existência.
No entanto, resistia o mundo
a este sincero e profundo
desejo de o ver transformado.
E embora guerreiro na luta
investisse com força bruta,
eu é que fui sendo mudado.
-
DELÍRIO AZUL
Clóvis Campêlo
Entre os rios e o mar, Recife é um delírio azul. Dos sonhos dos homens, fez-se a cidade que sempre encantou poetas e imperadores. Dos sonhos dos homens e dos aluviões, matéria orgânica semeando o futuro sobre as águas.
Entre risos e bares, Recife é um transe etílico. Do porre dos poetas, fez-se a literatura nem sempre bem comportada que alicerçou a sua fama de reduto de bardos e bêbados. Em bandos ou solitários, a margear as águas nem sempre límpidas do mangue.
Sobre rios, pontes e overdrives, Recife é sinuosidade, é extravagância, superação de limites. Na sua concepção, em nada, porém, difere de todas as outras cidades do mundo. É equívoco, prisão, neuroses, contenção. Recria-se sempre sob a ótica do pragmatismo capitalista, a grana erguendo e destruindo coisas belas, sequelas.
Entre o passado e o futuro, Recife é o presente nem sempre bem compreendido. Onde estarão os botos do Capibaribe, espantados pelo vinhoto das suas usinas de açúcar e pelo murmúrio incessante das suas máquinas modernas? Recife perde-se na sua própria contemporaneidade. Que cidade é essa? Deitada para sempre no berço esplêndido da planície aluvional, a esperar com paciência o beijo libertador do cavaleiro do futuro.
Quantas vezes nos renderemos à luz do luar secular? Quantas paredes se ergueram entre ela e o seu solo úmido? Quantos séculos ainda esperaremos pelo que nunca existiu, pela essência para sempre perdida do passado, dos casarões malassombrados, do vento morno do verão que nunca nos açoitou as faces?
A gente precisa ver o luar!
Amor e Arte
.
Amor
Este termo florido
Um desejo querido
Antes que o pé de vento
Mate o coração desatento
.
Amor é arte?
Se não for, será o quê?
A flor do ipê?
Um estranho querer?
.
Amor sabe de quem?
Faz troça de mim
E já o fez de você?
.
Que gozado!
Ora, há algo gozado nisso?
Sim, talvez o que não sei de mim!
Daladier Carlos
Clóvis Campêlo
Entre os rios e o mar, Recife é um delírio azul. Dos sonhos dos homens, fez-se a cidade que sempre encantou poetas e imperadores. Dos sonhos dos homens e dos aluviões, matéria orgânica semeando o futuro sobre as águas.
Entre risos e bares, Recife é um transe etílico. Do porre dos poetas, fez-se a literatura nem sempre bem comportada que alicerçou a sua fama de reduto de bardos e bêbados. Em bandos ou solitários, a margear as águas nem sempre límpidas do mangue.
Sobre rios, pontes e overdrives, Recife é sinuosidade, é extravagância, superação de limites. Na sua concepção, em nada, porém, difere de todas as outras cidades do mundo. É equívoco, prisão, neuroses, contenção. Recria-se sempre sob a ótica do pragmatismo capitalista, a grana erguendo e destruindo coisas belas, sequelas.
Entre o passado e o futuro, Recife é o presente nem sempre bem compreendido. Onde estarão os botos do Capibaribe, espantados pelo vinhoto das suas usinas de açúcar e pelo murmúrio incessante das suas máquinas modernas? Recife perde-se na sua própria contemporaneidade. Que cidade é essa? Deitada para sempre no berço esplêndido da planície aluvional, a esperar com paciência o beijo libertador do cavaleiro do futuro.
Quantas vezes nos renderemos à luz do luar secular? Quantas paredes se ergueram entre ela e o seu solo úmido? Quantos séculos ainda esperaremos pelo que nunca existiu, pela essência para sempre perdida do passado, dos casarões malassombrados, do vento morno do verão que nunca nos açoitou as faces?
A gente precisa ver o luar!
Antares
Guardiã da minha noite,
Meia noite te vejo bela anfitriã!
Ao te tocar com os meus olhares, Antares,
Reflito com clareza o desejo de também ser estrela.
Me vejo perdido nos ares deste espaço estrelado,
Errante sem um destino certo,
Cada vez mais perto das incertezas deste universo.
Meu verso Antares é para ti
Pois parece de tão longe me olhar
Mergulhando o seu brilho nos lugares
Que a muito ficam de tua constelação.
Entendi ser tu vivida incandescente
Luz distante, porém sempre presente
Os milhões de anos que nos separam
Provam o quanto a vida é radiante,
Por isto como ti apenas sigo adiante.
Cesar Moura
Viaja o Pensamento
Noite, reclinado na poltrona fico,
olhos voltados para o céu, parados.
Aos poucos ,num crescente sem
que perceba ao espaço vão.
Entre as poucas nuvens, surges
com o ar alegre jovial , sorrindo
me beijas, eu abraço-te e juntos
caminhamos soltos,felizes.
Um fio do amor nos conduz, pelos
céus afora, somos livres em todos
os sentidos, temos um ao outro,
de que mais precisamos.
Se testemunhas há do que fazemos,
não as vemos.
E entre beijos e abraços ficamos,
juntos ligados, dessa forma somos um,
e como mágica, pelo éter vamos.
cada vez mais distantes, até sumirmos.
As nuvens ficam mais densas,
já não há estrelas, e o vento já frio
sobre a poltrona sopra, aí me vejo só,
onde estarás?
Agora, em quem será que pensas?
(Roldão Aires)
Noite, reclinado na poltrona fico,
olhos voltados para o céu, parados.
Aos poucos ,num crescente sem
que perceba ao espaço vão.
Entre as poucas nuvens, surges
com o ar alegre jovial , sorrindo
me beijas, eu abraço-te e juntos
caminhamos soltos,felizes.
Um fio do amor nos conduz, pelos
céus afora, somos livres em todos
os sentidos, temos um ao outro,
de que mais precisamos.
Se testemunhas há do que fazemos,
não as vemos.
E entre beijos e abraços ficamos,
juntos ligados, dessa forma somos um,
e como mágica, pelo éter vamos.
cada vez mais distantes, até sumirmos.
As nuvens ficam mais densas,
já não há estrelas, e o vento já frio
sobre a poltrona sopra, aí me vejo só,
onde estarás?
Agora, em quem será que pensas?
(Roldão Aires)
Não sou economista.Aliás tenho uma certa dificuldade com números.Só sei as quatro operações e olhe lá!Geralmente não preciso mais que isso.E quando preciso de um pouco mais, uso a calculadora.Mas gosto de raciocinar, de observar as notícias de todas as áreas do conhecimento.E vez por outra fico intrigada com o notíciário quando vejo fatos que para mim não se encaixam, são ilógicos.
No momento, o que está me intrigando é o fato de o Dólar, a Libra esterlina e o Euro estarem se valorizando sem parar em relação ao Real.Gente:
Os EUA e a EUROPA não estão numa recessão lascada? Não estão à beira da bancarrota? Não estão devendo as cuecas?Não estão com o desemprego graçando solto? Não estão com a credibilidade em queda livre?Não somos nós, os brasileiros que estamos por cima da carne seca, oferecendo até ajuda em dinheiro para os coitadinhos?Não somos nós que estamosw atingindo todas as metas propostas para o ano pelo atual governo?
A mídia brasileira ficou maluca ou sou eu que sou ignorante demais para compreender este paradoxo? Tem aí algum economista de plantão para me explicar tudo isto?Eu agradeceria demais!!!
Texto de Rita Velosa
No momento, o que está me intrigando é o fato de o Dólar, a Libra esterlina e o Euro estarem se valorizando sem parar em relação ao Real.Gente:
Os EUA e a EUROPA não estão numa recessão lascada? Não estão à beira da bancarrota? Não estão devendo as cuecas?Não estão com o desemprego graçando solto? Não estão com a credibilidade em queda livre?Não somos nós, os brasileiros que estamos por cima da carne seca, oferecendo até ajuda em dinheiro para os coitadinhos?Não somos nós que estamosw atingindo todas as metas propostas para o ano pelo atual governo?
A mídia brasileira ficou maluca ou sou eu que sou ignorante demais para compreender este paradoxo? Tem aí algum economista de plantão para me explicar tudo isto?Eu agradeceria demais!!!
Texto de Rita Velosa
No meu site: http://www.facebook.com/l/7AQHMiDzf/www.marlybrasiliense.com.br já está o e-book com fotos. Querendo conhecer mais um pouco da minha biografia é só acessar.
Muito grata.
Marly"
Muito grata.
Marly"
A ANELCA e sua história: 12 anos de existência
Por Mauro Morais
Quando a Academia de Letras foi fundada, veio como um presente cultural, oferecido com carinho ao povo de Ribeirão das Neves.
No ano de 1.999, promovemos algumas reuniões preliminares, visando oficializar a fundação da antiga ANEL, hoje ANELCA, com o patronato da falecida Educadora Ilka Maria Munhoz Gurgel.
Fomos identificando as pessoas que gostavam de escrever e tivemos uma grata surpresa ao constatar a existência de muitos escritores de excelente qualidade em nossa sociedade.
Antes, contudo, este que vos subscreve, teve uma experiência muito interessante, pois no exercício de sua missão como professor de Português e Literatura na Escola Estadual Pedro de Alcântara Nogueira, em Ribeirão das Neves, fez diversos estudos sobre o funcionamento de Academias de Letras e projetou a Academia Escolar de Letras Pedro de Alcântara Nogueira – AELPAN, e ali descobriu muitos jovens talentosos na arte de escrever.
Abraçando este ideário foi com muita determinação e afinco, juntamente com o Dr. Maurílio Laureano da Silva, que promoveram uma reunião histórica em 02 de outubro de 1.999, realizada na Câmara Municipal de Ribeirão das Neves.
Quantas lembranças das presenças dos amigos e Acadêmicos Danilo Horta, Adão Ventura, Aquiles Marciano Cordeiro, já falecidos, de Anette Ceci Peixoto, Lourdes Brandão, Silvânia Bento, Marisa Nascimento e tantos outros que vieram e posteriormente decidiram por não mais trilhar na fascinante estrada de uma recém criada Academia de Letras em Ribeirão das Neves.
Mais tarde houve a expansão, em 2005, passando a entidade denominar-se Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes – ANELCA, que de 40 ( quarenta ) cadeiras foi ampliada para 100 ( cem ), designando 30 (trinta) para o segmento científico e 30 ( trinta ) para o artístico.
Transpostos 12 (doze) anos, hoje encontramos a instituição firme em seu propósito de continuar crescendo e desenvolvendo, com um vasto número de dezenas de obras literárias publicadas, 05 (cinco) Coletâneas, ANELCA EM PROSA E VERSO, site disponível na internet, obtenção dos Títulos de Utilidade Pública Municipal e Estadual, convênios importantes e necessários como os com a Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves, Editora Literato, Editora Cultural Brasileira, Metalplac, Centro Sócio Educativo de Justinópolis, entre outros.
Assim é imperioso reconhecer e agradecer o apoio de grande parcela da sociedade nevense, mineira e brasileira. É necessário ainda registrar fatos relevantes que pertencem à história de uma instituição voltada para mostrar ao mundo inteiro, escritores, cientistas e artistas de excelente qualidade cultural.
Ribeirão das Neves é uma cidade que acolhe com tanto carinho esta instituição formada por Acadêmicos que plantam o amor, a literatura, o desenvolvimento científico, a expressão, enfim cidadãos que exercem com zelo e consciência as suas atividades culturais e literária.
A ANELCA é um Patrimônio Público Municipal, porém pertencente à toda humanidade.
Um abraço a todos!
Mauro José de Morais
Presidente da Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes - ANELCA
Acabo de postar um soneto no blog O Imaginário – http://poemasdemarciasanchezluz.blogspot.com/ e ficaria imensamente feliz com sua visita e comentário.
Obrigada
Márcia
Convocatoria al Segundo concurso de poesía en castellano "El alba volante"
El tema de esta segunda versión es la antipoesía. La importancia de este subgénero, género, o quizás práctica poética, va de suyo en tiempos en que las adscripciones religiosas, raciales, nacionales, lingüísticas e institucionales—quizás respuesta antitética a la expansión global capitalista—se exacerban hasta el infinito y ejercitan una ceguera suicida y homicida. Se hace necesaria la distancia—irónica, paródica, humorística— frente al cliché, el lugar común, el lenguaje manido, cuya productividad la antipoesía rescata, pero que en su forma natural tienden a mellar el filo de la mayoría de las manifestaciones poéticas/literarias del compromiso, la resistencia, la solidaridad y la paz. Así como la vanguardia, la antipoesía es una fuente de recreación y renovación de la productividad del lenguaje poético. Una cuña de distancia y por ende de conciencia frente al friso de la realidad. Creada o acuñada por el poeta chileno Nicanor Parra, la antipoesía se despliega por el mundo bajo distintas interpretaciones o concepciones.
Este concurso ofrece un premio único de 500 dólares estadounidenses y por lo menos la publicación virtual del ganador. La extensión es libre y los trabajos se recibirán desde el primero de diciembre de 2011 al primero de marzo de 2012. Todos los envíos se harán al correo electrónico jorgeetcheverry@rogers.com
Jorge Etcheverry
O que posso esperar
.
O menos é o que posso reparar
Nas nuvens que vejo da janela,
A mínima saudade, o resto de ti,
O beijo amassado em boca vadia,
Na companhia inusitada do verso,
Este que não componho com gênio.
.
Se falta gozo, ó, céus, que faço!
Quando enfrento a minha vileza
Ao confessar um amor esquerdo,
Algo escondido na mão fechada,
Entre variações de palavras,
Sempre com a imodéstia do riso.
.
Será a minha loucura comparável
A alguma outra que, enfim, se atreva,
Senão enfrentá-la, ao menos encará-la,
Para reparar que nossos corpos inflam,
Perdem a direção do natural descanso
E amanhecem em cama apenas morna!
.
Estou farto dos versejos sem causa,
Então, não conto a minha poesia,
A porção tão necessária do que é fundo,
Ao invés de uma figura esmaecida,
Nas urdiduras do que me acomoda
E me oferece a perspectiva do poeta.
Daladier Carlos
23 novembro, 2011
.
O menos é o que posso reparar
Nas nuvens que vejo da janela,
A mínima saudade, o resto de ti,
O beijo amassado em boca vadia,
Na companhia inusitada do verso,
Este que não componho com gênio.
.
Se falta gozo, ó, céus, que faço!
Quando enfrento a minha vileza
Ao confessar um amor esquerdo,
Algo escondido na mão fechada,
Entre variações de palavras,
Sempre com a imodéstia do riso.
.
Será a minha loucura comparável
A alguma outra que, enfim, se atreva,
Senão enfrentá-la, ao menos encará-la,
Para reparar que nossos corpos inflam,
Perdem a direção do natural descanso
E amanhecem em cama apenas morna!
.
Estou farto dos versejos sem causa,
Então, não conto a minha poesia,
A porção tão necessária do que é fundo,
Ao invés de uma figura esmaecida,
Nas urdiduras do que me acomoda
E me oferece a perspectiva do poeta.
Daladier Carlos
23 novembro, 2011
Amor e Arte
.
Amor
Este termo florido
Um desejo querido
Antes que o pé de vento
Mate o coração desatento
.
Amor é arte?
Se não for, será o quê?
A flor do ipê?
Um estranho querer?
.
Amor sabe de quem?
Faz troça de mim
E já o fez de você?
.
Que gozado!
Ora, há algo gozado nisso?
Sim, talvez o que não sei de mim!
Daladier Carlos
Lembranças e Saudades
Manoel Virgílio
.
Lembranças, para mim, são companhias
Que seguem minha vida, meu viver.
Às vezes uma fonte de alegrias
Mas n’outras só me levam a sofrer.
.
Recordo experiências mal vividas
E sinto não podê-las esquecer.
Assim, não é saudade em minha vida,
Lembrança que não quero reviver.
,
Saudade é só o que traz boa lembrança,
Fazendo-me sentir grande prazer.
Vivê-las, novamente, esperança,
Que faz com a saudade conviver.
.
Saudade em sua essência é prazerosa:
Passado quando visto em cor de rosa.
.. TRIPUDIAR
Luíza Benício
Tem vários significados, mas iniciou-se como dança usando sapateado (movimento com
os pés). Muito usada em festas folclóricas como no carnaval, em peças teatrais e era muito comemorado nos festejos dos escravos e nas suas reuniões religiosas de descendência africana,
nos cultos religiosos afro-brasileiros ainda hoje muito concorridos em várias
regiões do nosso País. (Recife, Bahia, Rio de Janeiro. E muitas cidades do interior
do Brasil onde a população de descendentes africanos mais se estabeleceram.
Há quem use a palavra tripudiar também como sinônimo de “menosprêso”. As
crianças pequenas “sapateiam” quando se contrariam e/ou recebem correção ou
castigos.(tripudiam) porém é mais usado em atitudes de mal comportamento de adultos.
No caso do sapateado das crianças “mal criadas”, como se costuma dizer com elas,
não deixa de ser um ato de repúdio infantil.
Delercy Adler - de São Luiz, no Maranhão - informa:
Lançamento da Antologia da Associação Internacional Poetas Del Mundo e outros trabalhos meus e parceiros.
04/12 (DOMINGO)
CASA DO ESCRITOR
15h – 1º Antologia da Associação Internacional Poetas Del Mundo
Delasnieve Daspet (Org.)
Todos no mesmo balaio
Carlos Lúcio Gontijo
Claro que as exceções pessoais ou individuais existem, mas antes de elas reivindicarem ser citadas e eximidas de culpa, quando se denunciam os descalabros no mundo político e nos setores públicos, compete a elas mesmas se comportarem como “parte boa”.
Adilvo Mazzini – Dourados – Mato Grosso do Sul -2004.
.
ORQUÍDEAS
Odenir Ferro
.
A cada ano se desperta de dentro de ti,
O que vivo reside sempre dentro de mim!
Estas reflorescidas belezas em pétalas!
Deixando na brisa esse florido dançando
Aos acariciantes toques destes perfumes
Exóticos. Saidos de dentro desta seiva,
Ativa na composição exuberante química.
Habitante dentro deste interior singelo
Que compõe toda a floração que é de ti!
ORQUÍDEAS
Odenir Ferro
.
A cada ano se desperta de dentro de ti,
O que vivo reside sempre dentro de mim!
Estas reflorescidas belezas em pétalas!
Deixando na brisa esse florido dançando
Aos acariciantes toques destes perfumes
Exóticos. Saidos de dentro desta seiva,
Ativa na composição exuberante química.
Habitante dentro deste interior singelo
Que compõe toda a floração que é de ti!
.
Orquídeas! És duma beleza tão orvalhada!
Pelos noturnos enluarados serenos caidos
Onde os brilhos respingados das estrelas
Dão ênfases aos toques florais e mágicos
Destas belezas clássicas assim compostas
Dentro destes aveludados olores, pétalas,
Que dançantes, voam sóbrias neste embalo
Orquídeas! És duma beleza tão orvalhada!
Pelos noturnos enluarados serenos caidos
Onde os brilhos respingados das estrelas
Dão ênfases aos toques florais e mágicos
Destas belezas clássicas assim compostas
Dentro destes aveludados olores, pétalas,
Que dançantes, voam sóbrias neste embalo
Vindo dos ventos, espalhando fragrâncias
Saidas do suave eterno aroma caido de ti!
Saidas do suave eterno aroma caido de ti!
.
Premiado romance amazônico já lançado em Portugal ganha versão em e-book
Escrito por Carlos Correia Santos, "Velas na Tapera" tem como pano de fundo o polêmico projeto que a Cia. Ford desenvolveu em plena Amazônia nos anos 20. Livro está à disposição de leitores da França, Alemanha e Reino Unido.
A literatura produzida na Amazônia chega ao suporte virtual de modo pioneiro. O premiado romance "Velas na Tapera", do escritor Carlos Correia Santos acaba de ganhar versão em e-book publicada pela Pubon Soluções Editoriais. Já lançada em Lisboa, no início deste ano, a obra agora pode ser adquirida por internautas na loja virtual Amazon.com. O e-book está disponível na Amazon francesa, alemã e do Reino Unido.
E-mail: carloscorreia.santos@gmail.com
*Natal 2011
Correu rápido o ano de 2011. É assim em cada ano. A esperança se instala no coração das pessoas, na crença de mudanças. Somos seres frágeis, onde maldade e bondade gritam no decorrer da vida. A necessidade de felicidade, amor, saúde e realização profissional são buscas permanentes que nos trazem realizações, mas, independentes de nossas vontades ou provocadas por nossas ações, os conflitos existenciais nos perseguem.
Diante das circunstâncias inevitáveis procuramos fazer promessas, renovar nossa vida com achegada do Natal. Aniversário do Jesus menino. A casa ganha fardamento novo, as flores se mostram mais coloridas, vestuário novo, jantar com iguarias variadas, abraços, beijos, pedidos, de perdão, reconciliação. Para uns. Noutros, onde destino, ou incapacidade de mudança não estende à mão, a sorte permanece no prato vazio.
Segundo a literatura Bíblica, na Epístola de São Paulo, há esta citação: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a grandeza de sua misericórdia, nos regenerou para a esperança da vida, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”.
É através da esperança, que nossa luta se estende no decorrer da vida. O homem sem esperança é luz apagada, navio sem timoneiro, sem rumo certo. Os sábios fazem do fracasso, aprendizado, experiência, lição de vida e para vida.
Quando conhecemos nossos erros, somos réu confesso; quando abraçamos o irmão isto é carinho; quando estendemos a mão ao desprotegido é fraternidade; quando compartilhamos nossos segredos, encontramos o verdadeiro amigo; quando sentimos necessidade de mudanças isto é ressurreição; quando somos cúmplice do outro na formação do lar, encontramos o amor.
Estamos nos preparando para as festas Natalinas. A cidade ganha claridade exuberante com luzes coloridas, pisca-pisca de alerta ao nosso olhar, propagando de produtos diversos, lucros comerciais extraordinários condizentes com investimentos e fruto do trabalho, todavia não esqueçamos o aniversariante.
O nascimento de Jesus, história registrada, na história do cristianismo, que veio pregar, perdão, fraternidade, igualdade, justiça e amor, mostra que a humanidade, independente de religião, sente necessidade destas forças para limpeza e purificação das nossas falhas e defeitos.
Façamos em cada Natal corrente interminável de abraço, renovação e mudança com o pensamento voltado para no encontro do ano vindouro, estarmos de mão dadas na força e na fé em nosso Criador, artista maior do Universo e nós pobres mortais inferiores e imperfeitos esperando a Glória e o perdão Divino.
Amém.
SoniaNogueira
Novembro, o mês que antecede à data mais comemorada do ano, polêmico pela própria essência entrou gloriosamente e já começamos a refletir em tudo que se passou.
Parece que o sol é mais luminoso e quente, as árvores frondosas dão a impressão de estarem vigorosas e emplumadas e o céu intensamente azul nos chama atenção. Ao mesmo tempo as crianças e famílias pobres trazem a tristeza não liberta de uma impotência que tira em parte o brilho do momento.
Tivemos todos nós acontecimentos tristes ou notícias vibrantes, contrastes que nos fizeram atônitos e ao mesmo tempo, incofessavelmente fascinados por esse mistério dentro do qual sentimos cada minuto desejando que ele se perpetue.
Já nem sei qual o momento mais alegre, sinto apenas que a primavera resolveu me brindar com sensações maravilhosas, compensadoras como segredar que o ano de 2011 valeu a pena pelo imprevisto, realização e felicidade que surgiu ainda mais firme e inesperado. Experimentando as emanações dessa estação misteriosa, sinto que o ideal de levar e divulgar o brilho de tantos talentos nos leva a continuar e seguir o caminho mesmo em épocas difíceis e incompreensíveis.
Como é bom sentir corações batendo uníssonos aqui dentro do Portal Vânia Diniz, enunciando o editorial que nos faz mais unidos, deixando nossos links nítidos e prontos para serem usados e divulgando textos, sites e páginas com um cuidado detalhista e com que ternura estamos todos juntos em cada linha que deixamos marcadas ali.
Parece um trabalho simples, mas na verdade é a expressão de um amor e de intenso carinho, a certeza de vê-los divulgados na arte e na literatura, e isso nos transborda o peito de orgulho e felicidade.
Ali estão inseridos projetos de pessoas que cantam suas inspirações, representam ou compõem, lutam por ideais e se sacrificam no dia a dia por um mundo melhor e além de tudo notícias de utilidade pública que podem contribuir para o bem estar de todos nós. E por isso continuamos, sem interrupção, orgulhando-nos de todos os amigos unidos, em cooperação absoluta com o movimento do universo.
E agora novembro nos permite um retrospecto, lembranças que marcaram o ano de 2011 e sonhos para o um novo ano que esperamos seja ainda mais colorido.
Sofremos perdas de pessoas que partiram, vimos outras sofrerem e continuamos a lamentar vários acontecimentos dolorosos em nosso país. Mas tivemos dias de felicidade intensa, realizações e nesse mesmo momento sentimos antecipadamente a luz aquecida do sol de dezembro.
Atravessamos no mesmo ritmo muitos sonhos tendo a cumplicidade de todos os nossos leitores, artistas e escritores amigos que admiramos e enaltecemos.
Somos assim, seres humanos fascinados pelo que “há de vir” envolvidos sempre em maiores conquistas e admirando o brilho que surge a cada ano.
Vânia Moreira Diniz
Parece que o sol é mais luminoso e quente, as árvores frondosas dão a impressão de estarem vigorosas e emplumadas e o céu intensamente azul nos chama atenção. Ao mesmo tempo as crianças e famílias pobres trazem a tristeza não liberta de uma impotência que tira em parte o brilho do momento.
Tivemos todos nós acontecimentos tristes ou notícias vibrantes, contrastes que nos fizeram atônitos e ao mesmo tempo, incofessavelmente fascinados por esse mistério dentro do qual sentimos cada minuto desejando que ele se perpetue.
Já nem sei qual o momento mais alegre, sinto apenas que a primavera resolveu me brindar com sensações maravilhosas, compensadoras como segredar que o ano de 2011 valeu a pena pelo imprevisto, realização e felicidade que surgiu ainda mais firme e inesperado. Experimentando as emanações dessa estação misteriosa, sinto que o ideal de levar e divulgar o brilho de tantos talentos nos leva a continuar e seguir o caminho mesmo em épocas difíceis e incompreensíveis.
Como é bom sentir corações batendo uníssonos aqui dentro do Portal Vânia Diniz, enunciando o editorial que nos faz mais unidos, deixando nossos links nítidos e prontos para serem usados e divulgando textos, sites e páginas com um cuidado detalhista e com que ternura estamos todos juntos em cada linha que deixamos marcadas ali.
Parece um trabalho simples, mas na verdade é a expressão de um amor e de intenso carinho, a certeza de vê-los divulgados na arte e na literatura, e isso nos transborda o peito de orgulho e felicidade.
Ali estão inseridos projetos de pessoas que cantam suas inspirações, representam ou compõem, lutam por ideais e se sacrificam no dia a dia por um mundo melhor e além de tudo notícias de utilidade pública que podem contribuir para o bem estar de todos nós. E por isso continuamos, sem interrupção, orgulhando-nos de todos os amigos unidos, em cooperação absoluta com o movimento do universo.
E agora novembro nos permite um retrospecto, lembranças que marcaram o ano de 2011 e sonhos para o um novo ano que esperamos seja ainda mais colorido.
Sofremos perdas de pessoas que partiram, vimos outras sofrerem e continuamos a lamentar vários acontecimentos dolorosos em nosso país. Mas tivemos dias de felicidade intensa, realizações e nesse mesmo momento sentimos antecipadamente a luz aquecida do sol de dezembro.
Atravessamos no mesmo ritmo muitos sonhos tendo a cumplicidade de todos os nossos leitores, artistas e escritores amigos que admiramos e enaltecemos.
Somos assim, seres humanos fascinados pelo que “há de vir” envolvidos sempre em maiores conquistas e admirando o brilho que surge a cada ano.
Vânia Moreira Diniz
CIRANDA DAS CORES, DAS FLORES, DOS AMORES.
- Não! Não posso entender! Não quero entender! Nego-me a aceitar!...
Assim foi minha reação num Congresso de professores da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), realizado em Dourados, MS , no início do segundo semestre de 2004.
O motivo da minha indignação se deveu à reação do público, no caso formado especificamente de professores, diante de duas apresentações de dois corais.
Uma, de um grupo que trouxe um repertório totalmente em língua estrangeira (inglês). Outra, cujo grupo trouxe um repertório genuinamente regional, com músicas envolvendo a cultura local.
No primeiro caso, o teatro quase desabou com a eufórica e até exagerada recepção. No segundo, os aplausos não passaram de demonstrações de obrigatoriedade, de formalidades. Aplausos por educação, digamos.
Nada contra a qualquer demonstração. O público tem o direito de escolha.
O que preocupa, no caso – e é este o enfoque principal – é que o público-alvo era formado somente de professores, responsáveis diretos, portanto, pela informação e formação de tantas crianças e jovens.
Ficou a pergunta, levada a questionamento à coordenação do evento:
- Em que mãos está entregue a educação do nosso Estado, que valoriza ao extremo uma cultura importada, deixando em plano totalmente inferior o que é NOSSO?
Esta pergunta, sem resposta aparente, preocupa.
Sou regente de um coral (Coral Guaraoby – ex-Santa Cecília- Centro Cultural Guaraoby) que, no ano de 2004, completou seus 25 anos de fundação, diverso e diversificado em seu caminho, mas coerente em sua proposta, diante da responsabilidade que tem, como entidade local e regional.
Exatamente na ótica desta coerência, surgiu o Projeto Waradzu (Civilização, em Xavante) que, muito mais que título de música (Grupo Acaba, Campo Grande, MS), passa a ser um grande grito de alerta.
O projeto mostra que é perfeitamente possível caminhar-se, de maneira condigna e em profundidade, pelos caminhos sertanejos e pantaneiros deste Estado, ainda ecologicamente amante.
“Cidade de muitas cidades de uma grande região; depois virou Dourados, terra da poeira, que aprendeu a tomar tereré ‘com los hermanos paraguayos de nuestra forntera’”. (Dourados, terra da poeira, de José Ronald). Assim se expressa o poeta-compositor, numa apologia à sua terra.
“ Lá vai uma chalana, bem longe se vai, cortando o remanso do rio Paraguai”, levando a gostosa saudade de um amor que se vai (A Chalana – Arlindo Pinto e Mário Zam), ou percorrendo cidades do Mato Grosso, com seus amores, suas danças, suas paixões (Cidades do Mato Grosso, ou Rasqueado Apaixonado – Mário Zam) e a ouvir, nos cerrados, o nostálgico canto, estridente e marcante, da seriema (Seriema do Mato Grosso – Nhô Pai e Mário Zam).
Quem não gostaria de poder sentar-se às margens do Lago Azul de Ypacaraí e compartilhar com a suave brisa a ausência da “cuñataí”? (Recuerdos de Ypacaraí – Demétrio Ortiz e Z. de Mirkin).
Pantanal! Sonho! Mistério! Mística visão de um santuário ecológico! Lendário “Mar de Xaraés”, banhado e fecundado pelo rio Paraguai e seus afluentes, que vive a pulsar sob o ritmo das águas...
“Este pulsar dos campos pantaneiros é inerente à própria sobrevivência do homem, dos pássaros e dos animais” (CD Última Cheia – Grupo Acaba- Campo Grande, MS)
“Enquanto este velho trem atravessa o Pantanal, meu coração está batendo desigual”, na esperança de tornar mágica a viagem rumo a Santa Cruz (Bolívia) (Trem do Pantanal- Paulo Simões e Almir Sater), e poder encontrarem-se as comitivas, tangendo o gado, numa viagem sem pressa, por estradas boiadeiras, enfrentando o pó, o sol, as chuvas e as cheias, numa convivência “com a gente boa e hospitaleira”, nas festanças alegres, de música contagiante e sonhadora (Comitiva Esperança – Paulo Simões e Almir Sater)
Bem ali, no galho florido, o cuitelinho (beija-flor) parece querer contar uma linda história de garças brancas, de flores, mas também de guerras e não gosta de que “o botão de rosa caia”; história de saudade que “corta como aço de navaia”, fazendo o coração disparar e “os ói se encherem d’água” (Cuitelinho – floclore- recolhida por Paulo Vanzolini).
Que cena mais admirável! Dois parceiros de música e poesia, romanticamente decantando nostálgicos momentos de homens e bichos! “Tudo é sertão, tudo é paixão, se um violeiro toca...a viola e o vileiro e um amor se tocam!” Um Violeiro toca –Almir Sater e Renato Teixeira)
Às margens daquele rio de águas límpidas e frescas, a “cuñataí”, seminus os seios, cantarola “canções que não se ouvem mais” (Cuñataí – Geraldo Espíndola).
“Mato Grosso encerra em sua própria terra sonhos guaranis; se não fosse a guerra, quem sabe hoje era um outro país...cego é o coração que trai aquela voz primeira que de dentro sai...” (Sonhos Guaranis – Paulo Simões e Almir Sater)
O galope dos cavaleiros Guaicurus, em seus imponentes cavalos puro-sangue, num pacto de profunda amizade com a coroa portuguesa, relembra o Mar dos Xaraés, na verdadeira história da consolidação deste território fantástico, de sonhos, de lutas, de buscas e desencontros, onde o homem nativo pisou primeiro.
A luta insana com a Nação Guarani (Paraguai) enalteceu a simbiose do homem com o seu cavalo, mas também a dura e triste realidade do “filho chora e não nasce”, numa lamentável perda da identidade nativa ( Nos Mares de Xaraés - Moacir e Chico Lacerda – Grupo Acaba- Campo Grande – MS).
“ Índia Velha, se lembra tantos brancos que chegaram? Tantos, que até perdeste as contas...Hoje andas tonta pelos bares...Olha a côr do teu vestido encardido, quando andas pela rua...” (Índia Velha – Emmanoel Marinho).
Índia Velha. Nativos tantos. Nativos tontos, sem rumo e sem norte, entregues à própria sorte na busca, quem sabe, de uma utópica “civilização superior”...
Waradzu! Waradzu! (Civilização, em Xavante)...
”Sonhei um dia com outro sol e nova lua...Águas do rio em oporé (mar) vi transformar...Vi separar irmãos de pais; waiá (religiosidade) não mais! Perdi meu arco. Perdi meu retrato e a onça warã (preta) já não houve meu cantar...Aivé de paná! Aivé de paná!(canto de tristeza na volta da caça, sem caça, cujo resultado é a fome)...Só resta na mente um ‘wapté, mel de abelha’(criança dócil, pura, ingênua) com canta da raça e cheiro da caça”.
A utópica busca de uma civilização “mais avançada” (Waradzu) resulta exatamente na figura do rio que se funde com o mar (águas do rio em oporé vi transformar): a simbiose rio-mar jamais permitirá que o rio volte a ser rio. Uma vez mar, sempre mar. (Waradzu – Chico e Moacir Lacerda Grupo Acaba- Campo Grande – MS).
Eis, pois, que temos bem à nossa mão a gostosa garapa, o doce melado e a rapadura da cana. Por que preocuparmo-nos com o bagaço? Embora ele tenha as suas bio-funções, não passa de bagaço.
Que o nosso canto, num misto de sons, de tons, de passos, compassos e descompassos se transforme num “grande grito de alerta” (Moacir Lacerda) e gire e rode e gire e rodopie na contagiante Ciranda Pantaneira, onde “o pantaneiro sente o cheiro da fruta, anda em águas barrentas, rema em águas correntes, fugindo da morte, na busca da vida”, no gostoso cheiro do camalote, no doce-acre saboroso do tarumã...
Então, sim, “pantaneiro, chegou a horade você cantar; pantaneira, chegou a hora de você dançar! E mostre esta ciranda, nascida no Pantanal.”
E mostre esta CIRANDA DAS CORES, DAS FLORES. CIRANDA DOS AMORES. DOS MEUS. DOS TEUS. DOS NOSSOS AMORES. CIRANDA DE TODOS OS AMORES.
Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas O MENINO DA MANJEDOURA
.
Nasceu um menino,
O menino da manjedoura.
Olhar alegre e semblante risonho...
O coração em sua pequenez,
Convida todos a serem felizes.
O menino cresceu...
Hoje, homem formado
Saiu pelo mundo a pregar:
... O amor, a partilha, a verdade...
Passou-se o tempo,
Pelo nome de Cristo ficou conhecido,
Conquistou milhares de seguidores e admiradores,
E também poderosos e renomados inimigos.
Por fim começou a incomodar
Decidiram que não mais deveria viver!
Condenado a morte, pregaram-no em uma cruz,
Aquele que só fez e desejou o bem!
...Acabou-se?!....
Mas, quem é o Rei dos reis?
E o Senhor dos senhores?
Que está à direita do Pai,
Mesmo tendo nascido,
Numa pobre, simples e humilde manjedoura,
Alegre, sorridente e feliz
.
ANTÔNIO FRANCISCO CÂNDIDO
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Nasceu um menino,
O menino da manjedoura.
Olhar alegre e semblante risonho...
O coração em sua pequenez,
Convida todos a serem felizes.
O menino cresceu...
Hoje, homem formado
Saiu pelo mundo a pregar:
... O amor, a partilha, a verdade...
Passou-se o tempo,
Pelo nome de Cristo ficou conhecido,
Conquistou milhares de seguidores e admiradores,
E também poderosos e renomados inimigos.
Por fim começou a incomodar
Decidiram que não mais deveria viver!
Condenado a morte, pregaram-no em uma cruz,
Aquele que só fez e desejou o bem!
...Acabou-se?!....
Mas, quem é o Rei dos reis?
E o Senhor dos senhores?
Que está à direita do Pai,
Mesmo tendo nascido,
Numa pobre, simples e humilde manjedoura,
Alegre, sorridente e feliz
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ANTÔNIO FRANCISCO CÂNDIDO
informações: Deia Leal
Um olhar de outro prisma
.
Esse pequeno texto apresenta uma visão pessoal da autora sem a pretensão de ser uma verdade absoluta, mas "olhar de outro prisma" sobre alguns concursos realizados com o objetivo de premiação.
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Esse pequeno texto apresenta uma visão pessoal da autora sem a pretensão de ser uma verdade absoluta, mas "olhar de outro prisma" sobre alguns concursos realizados com o objetivo de premiação.
Falamos tanto em cidadania, direitos e deveres, discriminação, mas nem sempre agimos com a maturidade para análise desses assuntos quando o emocional é tocado na forma de participação.
Há alguns anos, tive a oportunidade de participar de um concurso, promovido por um provedor gratuito.
A falta de respeito com os participantes foi tão grande que o site vencedor tinha uma faixa de pornografia e censurado.
No entanto, eles instalaram um programa de votação para ganhar o concurso e o mesmo ia votando e acumulando pontos.
Os participantes sérios também ficaram indignados e no final não havia dúvida de que o mesmo não era confiável. Fizemos papel de "bobos da corte" durante o processo.
Depois dessa data, me dei o direito de pensar mais com a razão. Não participo de alguns concursos manipulados por firmas que usam o sentimento de pessoas, famílias e amigos para divulgar seus produtos.
Para terminar deixo o meu carinho aos que lutam para colocar no topo algo seu ou de amigos e recebem a frustração de uma colocação pequena diante da magnitude dos outros.
Amor e afeto não medimos por colocação ou premiação, mas pelo batimento do nosso coração.
Nem sempre quem vence é o melhor!
Mas o que pensa....e não permite ser manipulado!
Eliane Gonçalves***
Há alguns anos, tive a oportunidade de participar de um concurso, promovido por um provedor gratuito.
A falta de respeito com os participantes foi tão grande que o site vencedor tinha uma faixa de pornografia e censurado.
No entanto, eles instalaram um programa de votação para ganhar o concurso e o mesmo ia votando e acumulando pontos.
Os participantes sérios também ficaram indignados e no final não havia dúvida de que o mesmo não era confiável. Fizemos papel de "bobos da corte" durante o processo.
Depois dessa data, me dei o direito de pensar mais com a razão. Não participo de alguns concursos manipulados por firmas que usam o sentimento de pessoas, famílias e amigos para divulgar seus produtos.
Para terminar deixo o meu carinho aos que lutam para colocar no topo algo seu ou de amigos e recebem a frustração de uma colocação pequena diante da magnitude dos outros.
Amor e afeto não medimos por colocação ou premiação, mas pelo batimento do nosso coração.
Nem sempre quem vence é o melhor!
Mas o que pensa....e não permite ser manipulado!
Eliane Gonçalves***
VAI, TRISTEZA
Humberto Rodrigues Neto
Por que, tristeza, aqui ainda permaneces
a encher de bruma os horizontes meus,
indiferente ao tom das minhas preces
que ainda insisto em dirigir a Deus?
Não sei por que razão tu me aborreces
com o flagelo dos tormentos teus
se dela bastaria que me desses
a graça de esquecer aquele adeus!
Vai-te, tristeza, desta casa embora,
deixa-me só, comigo mesmo agora
e livra-me, por Deus, deste cilício!
Vai-te, tristeza, vai morar com ela,
leva-lhe os ais que me restaram dela
e os prantos deste cármico suplício!
Humberto Rodrigues Neto
Por que, tristeza, aqui ainda permaneces
a encher de bruma os horizontes meus,
indiferente ao tom das minhas preces
que ainda insisto em dirigir a Deus?
Não sei por que razão tu me aborreces
com o flagelo dos tormentos teus
se dela bastaria que me desses
a graça de esquecer aquele adeus!
Vai-te, tristeza, desta casa embora,
deixa-me só, comigo mesmo agora
e livra-me, por Deus, deste cilício!
Vai-te, tristeza, vai morar com ela,
leva-lhe os ais que me restaram dela
e os prantos deste cármico suplício!
Sou Inteira
[Patricia Montenegro]
Não amarres as minhas mãos,
Ou vendes meus olhos,
Nem cales a minha voz,
Ou impeças os meus passos,
Não censures os meus atos,
Ou critiques as minhas atitudes,
Não cortes as minhas asas,
Impedindo que eu voe,
Pelos caminhos que eu escolher,
Não concordes sempre a minha palavra,
Apenas aceites e respeites a minha opinião,
Como respeito as tuas,
E se abrires a porta,
E me convidares para entrar,
Me aceite por inteira,
Ou me deixe partir,
Pois não sei ser somente metade de mim...
.
SOLIDÃO CONTENTE...
.
O que eu faço quando estou comigo?
Divirto-me com minhas maluquices,
Chego a dar risadas bem altas, a
Ponto de assustar a empregada...
Descobri que os humanos são muito
Engraçados e nem notam, querendo
Serem sérios, portadores de severidade
Doentia, preconceituosa, seletiva, um
Espanto de piada de mau gosto triste!
Eu, faço viagens, visitas a minh'alma,
Medito, fico encantada comigo mesma!
De vez em quando, bate saudade que
Espanto,reconhecendo que não me basto!
Corro em disparada para os colos das
"Meninas", descanso, volto logo, refeita:
Elas lá, vivendo suas escolhas, eu aqui!
Muitos me acham "esquisita", abandonada.
Quando preciso, choro muito, saindo assim
Lavada em alívio de lágrimas que são minhas.
Cheguei em boa idade com aparente saúde,
Leio, faço ginástica pesada, fui beneficiada
Por falta total de inveja e até de ciúme, que
Me fazem pagar micos, passar por boba...
Minhas amigas, são AMIGAS muito queridas!
Preciso muito delas, não sou autosuficiente...
Por não ser dona da verdade, tropeço e cáio!
Amo meu canto, minhas músicas, meus "trecos"!
Negando o usual, já não faço planos a longo prazo.
No mais, agradeço à Luz que vive forte em mim,
Não faço muitos pedidos que só pedi coisa errada,
E se pudesse escolher, partir sem muito sofrer...
"Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim!"
-Marília Bechara-
VILLA FLOR
Sérgio Diniz Barros Guedes
Naquela encosta
vi as belezas do mundo,
no vale fértil da serra
onde chamam de Vila Flor.
O silêncio quebra
o peso da água,
a paz pinta os rochedos
no quebrar da colina.
Tudo é bem feito e delicado,
no piscar dos ares.
Tudo concentra
em dez hectares
que a beleza
leva para os altares....
Sérgio Diniz Barros Guedes
Naquela encosta
vi as belezas do mundo,
no vale fértil da serra
onde chamam de Vila Flor.
O silêncio quebra
o peso da água,
a paz pinta os rochedos
no quebrar da colina.
Tudo é bem feito e delicado,
no piscar dos ares.
Tudo concentra
em dez hectares
que a beleza
leva para os altares....
CARTA POÉTICA A SÍLVIA WAJÃPI.
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Linda, linda, linda, a mais doce índia Wajãpi,
mulher tão nobre e distinta eu jamais vi,
lutando pelas tradições e suas línguas,
Wajãpi, Wajãpi.
Verdadeira nativa indígena, voz embargada,
fiquei emocionada pela honra e tanto brio,
linda linda, a emotiva nativa do rio,
Wajãpi, admirável Wajãpi.
Alma aberta nas águas fundas, amuleto mágico tua pedrinha,
menina corajosa, mãe de treze anos tão sózinha,
Sílvia Wajãpi.
Triste, viste a pouca sorte em ferida,
furada com farpas de madeira na barriga,
no hospital sofres dores profundas,
e em busca do sonho na grande cidade,
foges da mata aos catorze, valente Wajãpi.
Infeliz adeus, pensamentos intímos, beleza, única verdade,
roída fartamente de pobreza, na mais dura tristeza,
estremecida Wajãpi.
Linda, linda, linda criança, dura lembrança,
com valores mais caros, recordas tua terra,
na mágica fé, perdida andas a pé, cruzas as ruas,
longe dos prazeres curas a solidão,
vendes a pedra matas a fome pela tua bandeira,
aliança de luta e vontade Wajãpi, Wajãpi.
O mérito foge da riqueza, és digna guerreira,
a mais linda mulher brasileira, que eu jamais vi.
pura Wajãpi.
Tanto chorou e sensível sorri,
Louco sacrifício, a patriota aprende as letras,
foi na escola de pobre camisola com um só botão,
Wajãpi, ai, Wajãpi.
Delirante desejo, estear a suprema bandeira,
as meninas brancas no oficío e fileira,
em cinísmo professoras magoaram,
te negaram o direito sem razão,
Wajãpi, Wajãpi.
Nervosa puxou as saias das educadoras, implorou,
lúcida e humilhada se machucou a verdadeira menina,
desgostosa, cheia de canseira, chorou desilusão,
na decência o estorvo, é castigo tua existência,
a mais rara mulher que eu jamais vi,
Wajãpi, Wajãpi.
O amigo camelôt, a sobrinha te deu tecto na pobre casinha,
foi caridade e teu pivôt,
linda índia trabalhaste, vendeste livros, desconhecida na vida,
leste poesia dos poetas, estudaste com bolsa de estudo,
e na caça não perdeste atributo.
Livraste-te de rude tarado,
alguém teve cuidado, protegeu-te do mal,
teu corpo de virtude na louca perfeição, ao abandono e desprezo,
astuta menina Wajãpi, leal Wajãpi.
aprendeste a correr foste atleta profissional,
andando por aqui, dançando por ali,
tua boca ardendo em beijos de luz, mulher alma e sentimento,
inconformada, sublime e inquieta,
abraçada a suas crenças, massa de gente inculta,
ninguém logrou desvendar, peça de tabuleiro,
o mistério glorificado na florescência eterna,
exemplo p`ro mundo inteiro,
e no preço da vergonha Sílvia Wajãpi,
és o orgulho imperecível, se distingue de outra raça,
nos teus lábios a família, carácter afectivo, amor por inteiro,
nas bocas da raça de qualquer raça, Wajãpi.
Tão diferentes, na selva, tua tribo,
povo amado pais e filhos, coração leal a palpitar de amor,
escrevem os ventos no teu país Brasileiro,
Wajãpi, distinta jovem Wajãpi,
a linda, a mais invisível que eu jamais vi.
Muitos séculos passaram, indígenas em grupos,
chefes em casernas sem estados constituídos,
seguindo avante, a história das descobertas nos apontam,
que Cabral em vez de visitante, foi assaltante,
o primeiro ladrão e agressor dos primitivos.
Ah... patriota Wajãpi, uma afronta perturbante,
cumprindo ordens do rei, nos males do destino,
navegou em Caravelas os mares das tormentas,
deu as mãos, enfrentou pelo mundo leis e piratas,
jesuítas e cristianismo, irritantes inspirados,
não foram só os portugueses o terror dos diabos.
No culto dos avós espíritos de obidiência se fundem,
aos amigos chefes deuses do futuro, firmes e hábeis anciãos,
graciosa índia Sílvia Wajãpi.
Na submissão ao dirigente de raízes profundas,
baptizam crianças em templos, festejam os valores com alegria,
oferecem presentes místicos, protegem enfermidades,
salvaram-se de males e da droga de inimigos,
vivem de fraternidade e na brisa da solidariedade,
escrevo para ti, mulher de brilho Wajãpi.
A carícia consoladora do entardecer traz saudades,
os canais, a flora mutilada em medonhas convulsões,
trovoadas, chuvas torrenciais, alagando planuras e rios,
instintivas repugnâncias, abandonos e aversões,
senhora guerreira Wajãpi, perfume de rosa,
no drama da criadora e espectacular natureza,
amor passional, soberana Pátria tão grandiosa.
A posteridade libertou a lei da morte,
a morte febril do materialismo afinal ainda mata,
atinge a influência ocidental o injusto e nefasto,
produzido em efeitos e contradições,
estatutos, mitos, Índia Wajãpi.
Outro amigo português no sentimento e gentil cortezia,
vos cingiu e abraçou, se distinguiu a alma cativante,
expulsou invasores espanhóis, chamaram-lhe ignorante,
no trágico desfecho de Manaus pelo Solimões,
salvou com furor a tua selva, no sangue derramado foi vaiado,
no Ocidente bode expiatório,
o poder do conforto nos dias que correm faz velório,
e no idealismo pernicioso afirma o adversário,
a comunidade humana e integração social,
encanto dos mais belos corajosos, Sílvia Wajãpi.
Perante a abolição da morte,
pioneiros exploradores da borracha, traídos nas riquezas,
e no decorrer dos tempos, na sucessão de gerações,
os incidentes dos povos e populares supertições,
manadas de boiadeiros, bois enfeitados com guizos de ouro,
religiosos fazendeiros, poderosos autoritários,
sem justiça financeira, andam os Zé ninguém sem terra,
astros luminosos nas descobertas inigualáveis,
submetem-se ás vontades das rudes ganâncias,
canalhas desumanos esmagam capim, fazem calúnias e horror,
num dia assumem o medo e em Bonfim ofendem Nosso Senhor,
humilharam, mataram Chico Mendes homem de fé e crente,
dão tiro no peito e na tua alma Wajãpi,
monopólios da madeira, disputas disfarçadas em sorrisos,
julgam o procedimento de quem não conhecem,
é crime no mato e em frente matam tanta gente, Wajãpi.
Condenados em contendas e desastres,
a listas de criminosos ou raios de maus olhados,
Oh, Wajãpi a mais linda índia que eu jamais vi,
perspicaz Wajãpi.
Sim, nós conjuntamente no alto reconhecimento,
na linguagem rica, é a língua ilustrada de um povo,
misturada nas origens, Marquês de Pombal distinguiu cada cidadão,
na maravilhosa afinidade de qualquer coração,
tu na cidade ou aldeia, eu a branca Europeia podia ser mestiça,
sou portuguesa e sem vaidade, nem me sentarei á tua mesa,
na dessemelhança emotiva e sem graça,
delicada Wajãpi,
mulher séria, no tempo livre de pecados,
não me escapou o intangível perfil moral,
fulgores de orgulhosa glória fazes história racial,
sem resignação, adoras teus filhos e contemplas o sol.
Ai, o teu lindo sol… sabes? O vejo por aqui no Tejo, meu rio,
Também tenho um rio em Portugal que é teu,
Porque quero para ti sincero prazer, na ilusão sempre senti,
as gaivotas que escrevem no céu a aventura,
traineiras e cacelheiros levam o amor Lusitano,
marinheiros ouvem guitarras diante as estrelas,
cantam de paixão e alegria o fado vadio,
saudades da Pátria recordam a dor em cristais de luar,
e desliza a orgulhosa mensagem da minha solidão,
em ruelas pobres de Alfama, ou nos tristes telhados e janelas,
pois tuas lágrimas chegaram em lenços de fogo,
e acenaram infortúnios e vitórias a este mar.
És arte em destaque, essência de anjo, prémio da vida,
e na opinião pública, o Brasil Civil deve orgulhar-se de ti,
eu muito gostaria de te ter como amiga,
Wajãpi, sincera e honrada Wajãpi.
A graciosa mãe de raíz, legado da terra és tu,
na escala social e existência humana,
de tantas mulheres distintas e cultas,
tu és a mais brilhante e gentil, a mais franca Wajãpi,
quem ri de ti é fútil e não tem vergonha,
são mascarados na podridão e peçonha,
nem vermes ou cães te perseguem,
em orgulho e admiração gentes não te esqueçam,
dancem, elaborem palestras nos sertões sem bajulação,
beijem o silêncio do chão por onde pisas,
Ah... requintada e simples Wajãpi.
Tal como Deus ama e deseja almas no céu,
em homenagem dás o sangue, o amor, a morte,
defendes com a vida e rigor a grandeza do teu país,
unidade incondicional, és a essência do encanto feminino,
a frescura da selva é teu rústico lar, tua sorte.
Sou a gringa de Portugal e se de ti nada mereço,
meu coração português, a minha alma de Lisboa,
a dos reis, rainhas da Monarquia, Ministros tanto faz,
dos humildes poetas Camões e Pessoa,
me redimo pelos crimes da Nação,
não duvides, num adeus te peço desculpa ou perdão,
de culpas, ou erros dos meus antepassados, e sem recados,
este poema restitua á tua Pátria a honra,
sem ofensas aos teus soberanos,
e com respeito te ofereço, meu sentimento, minha paz,
Wajãpi, venturosa Wajãpi, no desafio serás sempre a primeira,
para o serviço da guerra, aspirante a oficial,
no ilustre Exército das Forças Armadas,
a mais brilhante militar que de orgulho fardada,
cumpriu o que jurou e cantou o Hino Nacional,
esteou a bandeira do Brasil, a Wajãpi, Wajãpi.
Uma águia branca, belo vulto cultural,
tuas mãos unidas em fervorosas preces,
desde Porto Alegre, Iguaçu, até Acre, Rondónia e Ceará,
que em Tupi Guarani sejas sempre a mais bela,
haja cânticos de todos os dias, homenagens a tantos índios,
os puros animais, itatiaias do Rio, bandos de pássaros,
garças de neve em Recife, colibris da Bhaía e araras de Minas,
plantas ou insectos de Mato Grosso e Cuiabá,
coroada de amor na chuva garoa e divinas flores do Pantanal,
na vida inteira sejas a mais feliz, hilariante índia do Amazonas,
a mais nobre e corajosa da selva Brasileira,
a sentir meu coração diz do lado de cá,
Deus abençoe teu nome, tua história,
és, a mais linda mulher em glória,
a bem aventurada que eu jamais vi.
Silvía Wajãpi.
Maia de Melo Lopo.
Lisboa - Portugal. 11.
Já dissemos em muitos de nossos artigos que, ao encontrarmos uma impureza qualquer dentro de uma garrafa de refrigerante, por exemplo, nós reclamamos da empresa fabricante como um todo, não nos cabendo detectar o funcionário responsável pela ocorrência.
Assim costuma suceder no julgamento que fazemos de órgãos, entidades e instituições públicas, que devem ser avaliados em conformidade com a prestação de serviço que nos oferecem, não adiantando (e nada resolvendo) a providência de funcionários ou parlamentares se nos apresentarem com o discurso de que não têm nada com isso ou aquilo, que trabalham com dedicação, empenho e amor às causas sociais, pois isso não os livra da pecha.
Afinal, as pessoas que exercem cargos públicos constituídos não são seres inanimados, como é o caso de maçãs sadias que, uma vez colocadas num balaio de frutas podres, não têm como sair nem se livrar de seu destino, correndo o risco involuntário de também se ver atingida pela putrefação. Cabe, portanto, aos nossos representantes públicos a iniciativa de apontar e extirpar as lides congressuais dos parlamentares que desabonam e denigrem a imagem da classe política, ao invés de se entregar a explícito procedimento letárgico, aceitando que denúncias da imprensa pautem a ação depurativa, com os que se dizem honestos e probos fazendo-se de espantados diante do descalabro descortinado no palco político em que convivem (e vivem) amistosamente com os atores da tragicomédia da corrupção e malversação do dinheiro público.
Na maioria dos casos, a imprensa toma ciência dos escândalos através de vazamentos advindos do próprio ambiente congressual e, logicamente, guiados mais por interesses políticos que pela esperada tomada de consciência ou mesmo o desejo idealista de materializar ou encaminhar a busca de um parlamento fechado à atuação predatória dos corruptores, que só existem porque existe o parlamentar sequioso de matar a sua sede pecuniária na rede e nos anzóis da propina.
Por outro lado, devemos tomar o máximo cuidado para não cairmos no conto do denuncismo exacerbado, pois há muita gente amante (e saudosa) de regimes autoritários e disposta a passar a ideia de que a democracia é a causa de todos os nossos males socioeconômicos, quando na verdade o que ocorre é que, sob o chicote discricionário, as mazelas se escondem, enquanto sob o manto do exercício democrático elas afloram e são levadas, pela liberdade de expressão, ao conhecimento público.
Em suma e em síntese, cabe aos parlamentares zelarem pela praça congressual de convivência política, na qual não se pode permitir assento a homens públicos descompromissados com a construção de um Brasil melhor, onde os meios de comunicação não tenham qualquer possibilidade de estampar manchetes nos dando conta da existência de vereadores, deputados, senadores, ministros e governantes se apropriando indevidamente de recursos destinados à saúde, à educação, à cultura, ao turismo, à segurança e até à merenda do escolar.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
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