EDSON PAULUCCI
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O Escritor Edson Paulucci, paulistano, residente em Campo Grande (MS), é formado em Comunicação Social pela Faculdade de Artes Plásticas e Comunicações da FAAP-SP.
Paulistano de nascimento e campograndense de coração, Edson Paulucci formou-se em Publicidade em Propaganda na FAAP e dedicou grande parte de sua vida ao mercado publicitário. Ocupou cargos de destaque em agências de publicidade e em bancos em São Paulo, administrou sua própria agência em Campo Grande-MS e ganhou diversos prêmios na área.
Grande admirador da literatura, é autor de três livros - Humanor Ser, Doce Febre e Taça de Cristal. Há alguns anos, escreve regularmente no Recanto das Letras.
A criatividade sempre esteve presente em sua vida, seja através da publicidade, da literatura ou das artes plásticas.
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Nestes tempos de fim de mundo
nem tenho tido tempo de pensar no Apocalipse.
São tantos projetos para derrubar o planeta
que nem sei a qual dou mais atenção.
No entanto, quando o mundo acabar, e da forma
que acabar, vou procurar estar feliz e
me divertir muito com a cara dos magnatas,
dos construtores de cartéis e dos pobres banqueiros.
Os materialistas de plantão vão tentar salvar
dólares, euros e outros papéis altamente combustíveis.
O petróleo vai alimentar a chama da grande fogueira.
Não haverá bombeiro suficiente, mesmo porque,
como são anjos, serão os primeiros a subir.
Os pais vão querer todo o tempo possível para
estar com os filhos e, pelo menos nessa hora,
o DNA fará algum sentido.
Os traficantes vão tentar sair das prisões
que eles mesmos construiram e não haverá
"terezas" porque não existirá mais muro pra saltar.
Os gays estarão lembrando da tragédia de
Sodoma e Gomorra e, envolvidos em bandeiras
de arco-íris, entonarão seu hino colorido.
Fico perplexo com a clareza da visão que me ocorre.
Vejo religiosos blasfemando. Alguns malucos soltando
rojões e outros sem-cérebro, bombas atômicas.
Mais uma vez a barata vai se salvar.
Afinal, ela também é filha de Deus. Ou não?
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FAZENDO ANIVERSÁRIOS
Brincando de existir,
fui fazendo aniversários.
Um atrás do outro...
Um atrás do outro...
Era uma coisa divertida,
que inebriava, embriagava
e não me deixava perceber
que já era refém do tempo.
Quando me dei conta, os cabelos
grisalhos deduravam minha idade.
As gatinhas chamavam-me de tio.
Os empregos rareavam, assim como
os cabelos começaram a fazê-lo.
Amores se esconderam no passado.
E foram muitos. E foram-se todos.
Os bolos já nem tinham mais velinhas.
E o tempo riu de mim e riu da brincadeira.
Brincando de existir,fui brincando.
Brinquei tanto,que nem sei mais que horas são.
Nem vou perguntar.
Alguém vai dizer que já é hora de dormir.
EDSON PAULUCCI
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COISAS IMPORTANTES
Importante não é fazer aniversário.
É ficar mais sábio.
Importante não é pensar na morte.
É não esquecer da vida.
Importante não é declarar amor.
É cair na sua malha fina.
Importante não é a solidão planejada.
E a reunião casual pra se discutir...
abobrinhas...pepininhos...batatinhas...
de preferência...fritas.
EDSON PAULUCCI
Concordo.
Fazer poesia é como
fazer omelete.
Mistura tudo.
A gema do teu ser.
A clara do teu saber.
O beicon do teu lado
mais gordo.
O alho da tua pressão
baixa.
O sal da tua hiper
tensão.
Enche de outros bagulhos.
Uma pimenta vai bem...
Ajinomoto pra reviver o sabor.
Cebola pra chorar de amor.
Depois, mexe bem.
Depois mexe, bem.
E deixa que o fogo frija tudo
no escorregadio azeite
que odeia o teflon.
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