Jonas R. Sanches nasceu em Catanduva, São Paulo, Brasil no ano de 1982. Tem quatro livros publicados; Trilhas de Luz (2011), Nas Asas da Poesia (2012), Alquimia Poética (2012) e Relíquias da Alma (2012). É membro do Grupo de Poesias "Guilherme de Almeida" em Catanduva, membro da Associação Internacional Poetas del Mundo, membro do Portal CEN, Academico Fundador da Academia Virtual Brasileira AlmaArte e Poesia e Comendador Acadêmico do Município de Catanduva pela Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo.
CATANDUVA-SP
O email é: jonasabramelin@hotmail.com
Os Véus Mágicos da Revelação
Busco me encontrar nesse caos intrínseco
Mesmo distante busco curar as feridas
Remediando o peito rechaçado e ofegante
Com poesias e sonhos inimagináveis
Busco suas mãos quentes e o seu afago
E você mesmo distante me consola
E escrevo até gastar meus dedos cansados
Deixando meus versos insossos com mais sabor
Busco respostas sobre a vida e a morte
Mas a eternidade se nega ao meu apelo
E se demonstra infinita e inexorável
Me deixando apenas vagas explicações
Busco essa luz que se manifesta em tudo
O Todo refletido em cada olhar de esperança
O bafo quente que sopra do ventre do mundo
Que enfático gravou novos caracteres irreconhecíveis
Busco a poesia perfeita e extravagante
Adiciono pitadas de eu mesmo no cadinho
E deixo as operações mágicas manifestarem-se
Nessa infinita metamorfose de palavras
Busco a vontade inabalável e plausível
E os artefatos sagrados do hierofante
A dama lunar me vigia em seu firmamento
E me impõe obstáculos e provações
Mas minha busca é sincera
E determinado vencerei as provas
E com o coração lapidado e puro
Receberei o galardão e a minha espada
Então as portas se abrirão... E a verdade jorrará intacta
Jonas Rogerio Sanches
Inefável
Sou solo... Sou pasto... Repleto de flores
Campestres... De todas as cores... Sou fungo
D’onde surgem mágicos cogumelos dourados
Sou o leão alado que sobrevoa os montes proibidos
Sou o sol e a luz azul que reflete o diamante
Sou o sedento desejo de dois amantes
Que se entregam um ao outro por inteiro
E se degustam e adormecem no celeiro
Sou essa vontade impiedosa de sorrir
Ao peregrino... E gritar com minha rouca voz
Para esse mundo paradisíaco e insano
Que sou anterior há todos os anos
Sou sua eterna gana de alegria
Sou você e você faz parte de mim
Mesmo que não me reconheça
Dentro do seu sagrado templo coração
Entre as pilastras do seu ser eu sou
O alicerce da grande obra
Pois sou o princípio de tudo
E você reside em minha mente
Jonas Rogerio Sanches
Verdades Exiladas
Epifanias enclausuradas em sementes
Na vastidão desse deserto desolado
Onde a chuva se esqueceu de estacionar
Onde os pássaros já não podem mais voar
Conhecimentos escondidos entre as frestas
Dessas muralhas que suspendem até o céu
E o ancião entre as cavernas exiladas
Dorme seu sono enfeitiçado e sem perdão
Por entre as trilhas tortas desse labirinto
Caminha o rei chaveiro do desconhecido
Guardando as chaves de toda sabedoria
O grande arcano reservado ao escolhido
E as transições se acusam por trás das portas
O alienado da loucura planta quimeras
O sol em sangue inocente foi banhado
Para tornarem-se homens dos Deuses aliados
E no escuro de um frio profundo o taciturno
Sem mais palavras em esconderijos noturnos
Olhares duros transparecem ser soturno
Por entre as lápides da campa aonde durmo
Ali calado eu aguardo por meu mestre
Pois nessa vida trago marcas que fortalecem
E as respostas são me dadas ao seu tempo
Vindas ao ouvido sussurradas pelo vento
Somente a lua em cálice à estrela... Brilha opaca
Justificando as cicatrizes e as feridas
Nos pés descalços de uma mente insensata
Nos olhos ávidos de uma busca sensata
Jonas Rogerio Sanches
Jonas R. Sanches
Blogs:
Trilhas de Luz
A Cruz e a Rosa
Jonasabramelin's Blog
Site:
Suricato Site
"Escutando o Silêncio das Transformações"
ResponderExcluirEscuto somente o silêncio do corpo
Mergulhado em si
Imerso em um uni (verso)
Paralelo de uma vida
Outra vida em si vivida
Ou um sonho sem desvelo
Escuto meu silêncio no espelho
E o reflexo de outro eu
Perplexo
Ou outro me olhando
Eu mesmo um reflexo convexo
Ou mesmo um sonho de algo superior
Escuto as vozes em silêncio
Agora eu só
Sombrio comigo mesmo
E cego com a própria luz
Trancafiado em uma bolha
Prestes a romper a casca da carne
Escuto ecos vazios
E vejo a frente um terreno fértil
A terra foi renovada
Eu agora o agricultor da vida
Em plenitude e alinhamento
Como eu fosse a própria semente
Escuto as raízes em vozes caladas
Elas ramificam minhas vontades
Por entre os sulcos da terra
Vejo o universo das vontades
E o Todo renascendo em germinação
Dentro do recipiente de eu mesmo
Agora ouço todas as vozes
Minhas células arquitetam entre si
Meu ser se modifica em equações
E desintegro os sentidos antigos
Agora ouço meu eu em um pensamento
Ele é uma grande vontade prima e cristalina...
Agora eu calo... Nesse grito de vida longo e silencioso...
Jonas Rogerio Sanches
"Os Finais são Apenas Recomeços"
ResponderExcluirOs finais são apenas novos começos
Veja a noite que finda em mais um dia
E o dia terminando na penumbra noturna
No fim da fruta a semente... Início da vida
Os finais nunca terminam e os começos são as continuações
Continuações de almas que iniciam vidas após mortes
Continuações de mortes que se desmancham em vidas
E os ciclos são perpétuos... O movimento é perpétuo
Os finais nunca são tristes nem felizes
São somente transições de opostos
E os começos são somente recomeços
Onde nos é dado outra oportunidade
Onde começa o meu amor por você?
Não tem princípio nem fim
Tem somente o amor... Um amor eterno
E mesmo em nossos finais continuaremos vivos um no outro
Onde termina esse mar infindável?
Deságua nos principio de uma nova maré
É como nosso amor, inexplicável
E os eternos explicam as inalterações
Quando chegarei ao fim?
Eu quero recomeços e novos pássaros
Meu relógio não tem pilhas
Pois meu tempo não tem fim
Quando recomeçarei?
Agora mesmo começo mais um dia
E termino mais uma poesia
Que não tem um final... Continua no próximo devaneio
Jonas R. Sanches
"Sonho-Precipício"
ResponderExcluirDormi
Sonhei
Caí
Gritei
Acordei
Transitei
Redormi
Sonhei
E voei
Precipícios
E inícios
Promíscuos
Eu gritei
Acordei
E dormi
Acordei
Que sonhei
Que voei
Que caí
Que morri
Que sorri
E dormi
Libertei
Alma-Rei
E planei
Sob o sol
Do arrebol
Acordei
E pensei
Se morri
Se vivi
Eu ali
Não dormi
Só sonhei
Que acordei
Jonas R. Sanches
"Crepúsculo de Inverno"
ResponderExcluirAh! O crepúsculo...
Hora tão mágica
Detentora de todos os risos e lágrimas
É aonde me vejo transparente em reflexo
E a alma balbucia limiares lilases
Quando dessa hora cega aos olhos
Anjos assistem divinais corais transcendentes
E os ecos Eclesiásticos retumbam poeticamente
Pois é o beijo da luz nas trevas
O ciclo harmônico em plenitude
Fogareiro se acende nos crepitantes corações
E uma angustia sorrateira aperta a garganta
É a mágica... É o crepúsculo...
Rendendo espíritos livres elementais
E na floresta dos sonhos herméticos
Os Arcanos se multiplicam entre os cadinhos
Se fosse o sol meu guia... Adormeceria
Mas a Luz de minh’alma é o lampejo
E estrelas jorram dos pensamentos sutis
Produtos de evoluções e choques convulsivos
E nos meus sentires ríspidos
Degusto olores e olhares introspectos
Faminto das cores frias que cedem o entardecer
Pintando uma tela de autocompreensão com todas as nuances
Então resta um esboço de mim... No leito d’água
Se desmanchando junto ao dia... Alimentando a noite
E o fim é somente uma passagem natural entre começos...
Jonas R. Sanches
"O Poeta, a Poesia e o Arrebol"
ResponderExcluirUma poesia perene
Entre o poeta e o arrebol
Um olhando o outro
Entre resquícios de um sol
Então o mergulho na penumbra
E o astro-rei mergulha na noite
Cedendo lugar a sua comparsa
E acendem-se as estrelas
E a poesia segue
Até se deparar à aurora
Poeta noturno e diurno
Amante das rosas
E dos olores à poesia
Dos pássaros trinares
Das cores as pétalas
E do poeta o observar
Sereno e singelo o olhar
E a brisa amanhecida
Retocando o rosto em ventania
Incessante o coração vibra
Um poeta e um arrebol
E as nuances divinas
Violetas e purpurinas
Refletidas nos sentimentos
E a poesia adormece mergulhando à noite...
Jonas R. Sanches
"Dias e Mortes... Gritos de Vida..."
ResponderExcluirTodos os dias são os mesmos dias
Todas as mortes são inalteráveis
Todos os sentimentos estão ocultos
E os medos correm dos pesadelos
Todos os dias já terminaram
Todas as mortes já viveram
Todos os sentimentos desfeitos
E os medos já temem aquele que não veio
Todos os dias eu morro e renasço
Sentindo que a ferida não cicatrizou
E meus medos são somente insanidades
Solidão é companheira de jornada
Todos os dias mortos em solitários cadafalsos
Todas as sensações frias em um coração gelado
E já não temerei o futuro incerto
Somente caminharei sem maldade alguma
Pois os dias são somente os gritos do tempo
E meus gritos serão os ecos dos meus dias
Não vou mais me sensibilizar pelos inícios
Vou tatear os meios e degustar os finais
Todos os dias são continuações de noites
Todos os gritos são continuações de vozes
E as mortes são as minhas continuações
Dos sacrifícios fúnebres na montanha
Todos os dias são de feitiços e mágicas antigas
Que morreram e foram sepultados em meu coração
Que petrificado pela vida tornou-se inacessível
Agora já não adormeço pelos cantos
Todos os dias eu acordo sem dormir
E vagueio pelo limite das realidades
Buscando as peças perdidas dos meus quebra-cabeças
Buscando um cálice de elixir ou de sangue sagrado
Todos os dias são devaneios
E as mortes são inevitáveis
Somente uma centelha restará
E meu olhar já não é o mesmo
Todos os dias eu vou morrer...
Todas as mortes eu vou nascer...
Todos os medos eu vou vencer...
Todas as noites em solidão necessária...
Jonas R. Sanches
"Tetragrammaton"
ResponderExcluirVejo em ti estrela
meu ser resumido,
o universo embutido
homem-micro em ação,
imagem da reação
Deus no Tetragrammaton;
um acrônimo do mistério
onde o solo estéril
em vidas ressurgirá.
Minha flamejante estrela
que esconde e revela
os segredos do Todo,
que da nome as coisas.
Todos os nomes de Deus...
Venha estrela e desvele
Iehovah ou Yahweh,
o princípio e o final.
Guarde estrela ao profano,
todas as combinações
que ao vulgo é velado,
e ao digno iniciado
o amor revelado;
o Macro em Micro é plasmado
na imagem da totalidade do Ser.
E a esfinge que olha e cala,
aguarda e guarda àquele que adentra
calado, os sete véus de Ísis...
Jonas R. Sanches
"Meu Amor por Você"
ResponderExcluirTantos os motivos para eu sorrir
Seu amor o maior deles... Essencial
Faz-me continuar minhas lutas
E os sonhos nunca se desfazem
Batalho os dias... Batalho vidas inteiras por você
Pois almas afins se buscam
E as tristezas se esvaem com um único olhar em seus olhos
E novamente nos sentimos vivos... Únicos...
Jonas R. Sanches
"O Conhecimento"
ResponderExcluirO conhecimento manifesta-se
Ao buscador humilde e sereno
Mas àquele que se vangloria
Ele torna-se veneno
A luz ilumina os que buscam de coração
Se libertar dos grilhões da escuridão
Mas aquele que tenta enxergar além da luz
Cegar-se-á diante de sua condição
A vontade límpida e sincera
Acompanha aquele que espera
Mas aquele que caminha para além da compreensão
Perder-se-á em quimeras e na ilusão
Sê paciente a cada passo seu
Liberta-te da ânsia de grandeza
Acolhe em sua mente com destreza
A verdade manifestada na natureza
Jonas R. Sanches
"E se eu partir..."
ResponderExcluirE se eu partir cuide das minhas flores,
elas são tão belas e sensíveis
e suas cores refletem o divino.
Cuide-as e regue os jardins com meu sangue...
E se eu partir cante com meus pássaros,
eles vigiam minha janela na alvorada
e fazem seresta sempre em festa de alegria.
Cante com eles a marcha fúnebre do meu vazio...
E se eu partir guarde meus livros,
e as palavras ríspidas que proferi, tente perdoar
pois, na vida as vezes temos que ser duros.
Guarde minha poesia mais bela no seu coração...
E se eu partir, por favor, não chore
lembre do meu sorriso tímido e sincero
naqueles momentos que superamos o real.
Não derrame suas lágrimas por mim, somente me recorde...
E se eu partir espalhe minhas cinzas ao vento
regue as flores de inverno e alimente os pássaros;
transmita minhas poesias aos seus filhos e netos.
Pois se eu partir irei feliz e deixarei na escrivaninha meus costumes...
Somente não pranteie sobre os pergaminhos
onde gravei os sonhos em tinta nanquim...
Jonas R. Sanches
"Finais Inacabados"
ResponderExcluirEu vejo no fim do dia
o fim do mundo
e no final da estrada
minha visão é turva
me privando o amanhã.
Eu vejo sombras
e o final do túnel
em um mundo renascido
sem mais caminhos,
uma única porta que convida.
Eu vejo luzes morrerem
e vejo luzes nascerem
andorinhas vem e vão
e eu calo nesse final
velando o pobre mundo.
Eu vejo no fim do dia
o fim da caminhada
e o nascer da estrela
filha do crepúsculo,
e a penumbra mágica.
Eu já não tenho final
e meus olhos não veem
só sei sentir com a alma
meu corpo esta inerte
e a mente já é sem limites.
E o mundo acaba mais uma vez
e o sol da manhã é o novo dia
nesse vida e morte contínuo
onde só o amor é real
e é o que permanece eterno.
Jonas R. Sanches
"O Jardineiro Real e as Papoulas Imaginárias"
ResponderExcluirEu não sei plantar sóis
mas sei regar as plantas
e sei ser feliz e amar
mesmo que seja egoísta esse amor.
Eu já não sei o próximo passo
deixarei ventos e tempestades
indicarem o caminho
e não temerei as quedas.
Eu não sei plantar galáxias
mas alimento sonhos
meu arado enferrujado
sulcou as terras do pensamento.
Eu já não sei o próximo passo
deixarei cascatas e oceanos
carregarem minhas velas
e contemplarei as ondas.
Eu não sei plantar tristezas
mas sacio a sede dos pássaros
com lágrimas e olhares
e no meu jardim há beija-flores.
Eu já não sei o próximo passo
deixarei a sinfonia cardíaca
pulsar vida no meu âmago
e seguirei por entre os opostos.
E a rainha cigana alucinada
plantou campos de papoulas
agora serei o jardineiro espacial
e os canteiros estão floridos novamente.
Jonas R. Sanches
"Anjos Caídos"
ResponderExcluirMe deixe falar com o coração
e na poesia copiar de minh’alma
toda grandeza que se esconde e desconheço
mas sei que habita aqui dentro do peito.
Me deixe lançar as luzes do meu olhar
ante seus passos que trilham na escuridão,
estenda sua mão e vamos juntos nessa senda
se permitires te ajudar minha alegria será tremenda.
Mas se eu fraquejar faça por mim o que eu te fiz
não tenha medo de deixar sua luz brilhar
somos irmãos com o objetivo de amar;
então vamos caminhar lado a lado em cumplicidade.
E no estreito do caminho estaremos fortes
todos esses espinhos nos levarão as rosas,
então nossos sonhos serão nova realidade
e já não seremos anjos caídos nessa cidade.
Mas se quiser somente a minha prece
caminharei solitário e estenderei minhas asas
para amenizar esse sol que desnorteia
e refrescar os seus pés cansados pela vida.
Então voarei em minha jornada de retorno
e levarei todos os aprendizados e recordações...
Jonas R. Sanches
"Desalentos Lançados ao Vento"
ResponderExcluirO que restou foram os cacos
eu os recolhi e guardei no peito
eu me recolhi mergulhando ao leito
sussurrando a voz levada pelo vento.
Hoje sou apenas mais um transeunte
caminhando a esmo nessa via escura
juntando os pedaços dessa vida crua
seguindo descalço nessa eterna rua.
Hoje me esqueci de regar os jardins
esqueci da vida e esqueci de mim
os meus pensamentos que são só você
marcam minha história nesse não viver.
Dores e amores às vezes vêm e vão
mas o meu amor foi feito pra durar
quem dera fosse sonho e um acordar
lembrando aqueles dias lindos de verão.
Hoje recolhi os cacos dessa história triste
amanhã estarei de novo com a espada em riste
pronto pra batalha da jornada eterna
pronto pra curar a minha alma enferma.
Jonas R. Sanches
"Ciclo das Luzes"
ResponderExcluirMais um dia que nasce
ou renasce em aurora
e o sol não demora
reflexos de recomeços.
E a poesia e o poeta
que novamente desperta
para deixar sua marca
sua assinatura eterna.
Vendo e descrevendo
todas as cores e flores
também amores e dores
e sua sorte e morte.
E os pássaros de plateia
trinando letra por letra
acompanhando essa luz
que sombreia o planeta.
E lá vai mais um dia
esse astro que brilha
nos deixando o cariz
e as cores do crepúsculo.
Essa é a labuta
dessa alma que luta
contra o tempo e o vento
buscando inspiração.
E a noite acaricia os sonhos
banhando o espírito com estrelas...
Jonas R. Sanches
"O Ancião dos Dias"
ResponderExcluirE o ancião dos dias seguiu
por entre as frestas do tempo
e fez cessar os ventos
para continuar pelas dimensões.
E ele carregava o livro dos dias
e escrevia com a pena de ouro
deixava as vozes falarem em sua mente
deixava os atos dizerem tesouros.
E o ancião dos dias seguiu
por entre as vias intergalácticas
com suas pálpebras pragmáticas
bebendo mundos e girassóis.
E ele carregava todas as vidas
todas as mortes e todas as flores
todas as dores e os amores
pela própria criação concebida.
E o ancião dos dias seguiu
contando os minutos do infinito
gritando verbos de sua vontade
bebendo os anos da sua idade.
E ele carregava os filhos dos filhos dos filhos
em seu ventre de universos infindáveis
e seu pensamento era de incógnitas
e seu amor era pela humanidade.
E o ancião dos dias dormiu
e se instalou o caos na terra
sede de sangue e calor de guerras
e até hoje se espera a cura dessa animalidade.
Jonas R. Sanches
"Deuses e Diabos"
ResponderExcluirTantos são os deuses e os diabos
que abençoam e amaldiçoam
mas, o homem é o escolhedor dos passos
e eu na poesia sou mais que embaraço.
Tantos são os amores e os desafetos
que louvam e matam os corações
mas, há paixões que rasgam eras
e o homem que ama de verdade rouba sóis.
Eu aqui me resguardando da chuva ácida
que sulforosa corrói todos os guarda-chuvas
mas, os meus castelos não são de areia
eles são de sonhos petrificados em um grão-vizir.
E eles me olham ociosos pelas janelas do trem;
trem da vida, trem da morte, trem descarrilando
e eu aceno com minhas asas de topázio
e eu ofereço açucenas e begônias a menina órfã.
Tantos deuses e diabos eu conheci na estação
e eram comuns e tinham tristezas e alegrias
mas, o homem construiu céus e infernos
e ali adormeceram todos os momentos e vidas.
Eu olhava tudo pasmo desse precipício sem chão
e eles voaram para longe e abandonaram os homens
e, eu quero ir morar junto com os anciãos de Marrakesh
e, eu quero morrer uma vida de cada vez e deixar fluir.
Jonas R. Sanches
"Causa e Efeito"
ResponderExcluirLuzes e plenitudes
pulverizando as vicissitudes
irradiando nova juventude
iridescente nesse breu.
Ventos e trovoadas
transmutando a madrugada
que acontece no interior do ser
esperando um novo amanhecer.
E os sons são tremores de harmonias
onde repousam todas as escalas
e cada nota emanada é nova cor
e cada passo dado é um novo existir.
E os dias já são todos os anos
a eternidade é regente e fiel
enquanto estrelas nascem e morrem
a alma segue transitando as dimensões.
Eu queria dormir nessa cama cósmica
e beber no cálice do fogo do sol
beber da incompreensão para me libertar
desse fardo que se torna pesado a cada nova palavra.
Mas eu sou o escrivão dos pergaminhos
e todos os atos eu registrei sem alteração
e todas as páginas seguem a lei imutável
dessa ação causando reação... Dessa lei de causa e efeito.
Jonas R. Sanches
"Vertigens de um Poeta Arrebatado"
ResponderExcluirSão maestros os poetas regentes
das penas e dos amores platônicos
e, em vestes augustas guardam candura
e misturam-se a olência das flores.
São de estirpe alienígena os versos
e remetem-se a todas absorbâncias
de sensações e observações das cercanias
e, os seus olhos são de minuciosidades.
Queria ser poeta também e poder beber
dessa luz que embriaga os pensamentos
então seria a mais bela impressão
e os sentidos seriam ápices fleumáticos.
Poetas ascetas e de todos os gêneros
impondo e transpondo as realidades
e, o que era nulo já se tornou empírico
nessa ciranda de bonitezas esdrúxulas.
Queria ser um poeta e sobrevoar os sonhos
e cantar a liberdade em plenitude atemporal
mas, eu ainda cultivo rosas no parapeito da janela
e não posso partir nessa aventura sideral.
São somente poetas que brindam as dores
e se entregam aos auspiciosos devaneios;
me entregarei a poesia por inteiro
e minhas rosas eu levarei em um cesto de galáxias.
Jonas R. Sanches
"Observando Todas as Letras"
ResponderExcluirVejo os próprios erros
vivo os próprios erros
e a cada dia um novo sorriso
e a cada noite um aprendizado.
Vejo as noites engolirem os dias
e vejo os dias renascendo do ventre da noite
e a cada estrela um novo sol
e a cada sol um novo despertar.
Vejo as páginas da vida se espalhando
e vou juntando, e vou morrendo e vivendo
em cada letra dessa poesia
em cada olhar de soslaio que me observa.
Vejo o amor se dissipando
e vejo discórdias inacabáveis
queria ver o oposto e a paz
mas, o mundo segue a deriva.
Vejo em seus olhos azuis a bondade
e vejo uma amizade inquebrantável
que cresce e floresce com os dias
e com as noites e suas flores noturnas.
Vejo muitas coisas que não queria ver
mas, tudo é um incessante aprendizado
que vai se entranhando no meu âmago
e se acumula na minha bagagem estelar.
Já não vejo muita coisa além das sombras
e não vejo mais além dos sonhos fragmentados
minha retina é purpurina e tão profunda
que se cansou de tanto olhar para si mesmo.
Então cobrirei os espelhos e adormecerei
e verei pelos campos astrais todas as maravilhas
e os meus olhos serão as visões da alma
e meu maior motivo é o querer ser feliz.
Jonas R. Sanches
"Os Cálices que Eu Provei Tinham Sabor de Amor"
ResponderExcluirEntão provei do cálice da sabedoria
e abriram-se infinitas hipóteses
e o sol brilhou como nunca vi
e a lua fez meus olhos mergulharem na noite.
E foi necessário continuar a busca
e foi prazeroso galgar os degraus
pois a cada nova revelação foi vida
e cada palavra compreendida foi amor.
Então provei do cálice da dúvida
e os caminhos foram estreitando-se
e o sol foi a sombra do eclipse
e a lua minguou e a noite foi de trevas.
E foi necessário continuar a busca
e foi uma nova provação a ser superada
e as novas revelações foram de mortes
mas, o amor que conheci fortaleceu-me.
Então provei o cálice dos iniciados
e os caminhos tornaram-se dourados
o sol e a lua derramaram seus mistérios
então reconheci minha tamanha ignorância.
E foi necessário continuar a busca
e a cada novo renascimento uma surpresa
e reconheci que a vida e a morte eram analogias
e que com as armas do amor eu poderia evoluir.
Então provei o cálice de um novo tempo
e o gosto era de feitiços ritualísticos
e agora o sol brilhou no meu próprio intimo
e a lua tornou-se companheira no sanctum.
E a busca tornou-se prazerosa e sutil
e o silêncio se fez presente no cotidiano
a vida e a morte já não causam temor
e a minha senda tornou-se a filha do amor.
Então provei o cálice do puro amor
e o gosto era daqueles intransponíveis
e as palavras já eram desnecessárias
e o sol e a lua se completaram no céu.
E a busca tornou-se radiante e plena
e a cura do mundo tornou-se possível
a vida transpôs a morte e era a eternidade
de um processo contínuo de aprendizados.
Jonas R. Sanches
Oferenda dos Sentimentos
ResponderExcluirNas vozes tão doces do coração
ouço sussurros do seu nome
ecoando e fortalecendo minha missão
apaziguando e dulcificando meu olhar.
Pode ser amor ou apenas ternura
essa forte sensação de brandura
que nasce à amizade que é pura
que cultiva flores nos seus jardins.
Mas calar-me-ei e seguirei a senda
e alimentarei sonhos e sentimentos
por ti e contigo no seu abraço amigo
que me acolhe e afaga meu querer.
Nas manhãs cultivarei rosas a ti
e serão das mais raras espécies
e serão para perfumar seu leito
com as pétalas do meu carinho.
Aceite em seu coração minha oferenda
que é paz e que é um carinho sincero
que eu posso doar e sentir com você
que é o que eu tenho pra te oferecer.
Jonas R. Sanches
Vago
ResponderExcluirNas velas formidáveis que navegam
pelas vidas, pelas vias
onde o vento toca a pálpebra
entreaberta, entrecortada
por alguns devaneios, sonhos
quase, ou um amanhã somente
um sol, ou um asceta observador
que finge as estrelas pelas eternidades.
Jonas R. Sanches
Folhas ao Vento em Tarde Solitária
ResponderExcluirFolha leve ao vento de flor
vai e carrega o pranto do amor
que a tardinha deixou-me e se foi
sereno e calmo a parir solidão.
Vai folha pétala branca de paz
fazer a verve de um homem sem lar
que jogou fora a dor do coração
e navegou nas águas límpidas do mar.
Folhas voando pelos sertões dessa lida
de solo seco e de semblantes gastos
buscando arrego em fugaz regaço
e um afago no olhar que partiu.
Faça seresta em brisa e farfalhar
que acalma as folhas e o vento soprando
tão triste a sina do amor sem amar
tão triste o peito tão só suspirando.
Folhas das rosas saudosas nostálgicas
de uma lembrança e de um beijo vazio
folhas em branco em malsãos devaneios
nas poesias das águas de um rio.
Jonas R. Sanches
Pé na Estrada da Vida Sofrida
ResponderExcluirNa jornada é o passo dado
com a humildade da fome
que corrói o artista nato
que ama o que faz, por isso faz,
e sobrevive as línguas
e sobrevive a escória
que exclui e corrompe
as imagens incompreendidas.
Na jornada o pé na estrada
e a dor do preconceito real
escondido em imagem social
que nada sabe, nada vive
só critica quem sobrevive
as custas dos seus pés, do seu suor
que atravessa toda culpa que há em nós;
artistas que elaboram seus caminhos.
Jonas R. Sanches
Resgatando os Erros da Lida
ResponderExcluirMinha dor é o labor do resgate
cavalgando nesse disparate
de insanos risos e provações
retorcendo o corpo em alucinações.
Minha dor é a trilha que fervilha
numa dívida de outras vidas
ou então uma voz tão gritante
na cabeça velha de um infante.
Minha dor é cruz e galardão
que carrego na estrada infinita
e nas noites vislumbres da lida
quando a fera interna a sós grita.
Minha dor é a flor do destino
nesse nascer e morrer contínuo
é o fruto maduro da renovação
dos pecados guardados no coração.
Minha dor é o labor do resgate
pelos crimes impunes da insensatez
se preciso de tempo renasço outra vez
e me dissolvo em coragem a quitar o meu soldo.
Minha dor é a flor daninha do jardim
que cultivei no passado esquecido
mas agora eu espalho-a nas folhas do livro
que guardou minhas palavras e sensações.
Jonas R. Sanches
A Espreita da Morte
ResponderExcluirÉ a morte espreitando na esquina
do tempo e o vento é o lamento
da chacina que assistida alucina
todas as almas que caminham.
É a morte espreitando na esquina
da vida que é frágil e eterna
e do outro lado da rua a lanterna
que é o guia na passagem antiga.
É a morte que espreita o presente
e é o presente que a vida oferece
quando o corpo tardio arrefece
e a barca nos leva a travessia do rio.
É a morte espreitando os meninos
e meninas que a vida transborda
e que os passos caminham na borda
desse precipício que leva ao início.
É a vida espreitando a morte consorte
que leva e releva os motivos precisos
de um viver de limites qu’eu não preciso
e conciso eu caminho para me libertar.
Jonas R. Sanches
Letras Antigas e Esquecidas
ResponderExcluirNos nomes dos anjos guardados
segredos dos sábios hebraicos
e histórias funestas da transmutação
da vida em vida seguida por evolução.
Nas folhas de chá foram vistas imagens
dos tempos que paragens de estrelas
ocultavam na fronte o limiar do horizonte
e nas letras douradas segredos de ontem.
Parece que um tanto passou e deteriorou a luz
mas é vero que o lume é eterno de olhar sempiterno
e cuida da sombra em um tal equilíbrio exato
que é o traço que é nato do cosmo na transfiguração.
Nos nomes secretos dos deuses antigos
gritados em silêncio do peito em abrigo
e da roda que quadrada gira um ciclo que segue
e ao Tudo se refere como a forma em manipulação.
Nas folhas as linhas de uma poesia antiga e repleta
de versos dispersos pelos ecos do mundo oriundo
dos astros que crio e recrio nas coisas da imaginação
que é a força e vontade que impele essa continuação.
E os mistérios continuarão sob as areias cálidas
e minha pena continuará como se fosse um membro
esguio que derrama do âmago das existências
lágrimas mágicas exorbitantes como letras de paixão.
Jonas R. Sanches
Versos Inadequados
ResponderExcluirSandices inóspitas inadequadas
de uma estrela tola vagante
que cansada orbita sem parada
espalhando poeira de gente errante.
Velhos cacos cósmicos desvirginados
pelas carícias meteóricas pragmáticas
que geram filhas e filhos alados
que parem anjos caídos inanimados.
E da poesia-ácida-explosiva
átomos desintegrados de uma cerveja
noturna em uma roda de alegações conclusivas
sobre o penúltimo bocejar do último sol.
E lá vai... E lá vem... O crepúsculo da aurora
que sem demora desorvalha minhas pétalas caídas
e de sobreaviso desnuda os caules da vida
calando num espaço vazio as vozes do amanhecer.
Já não quero algures novamente renascer
só quero passear por essas vias siderais
e espalhar com alguns versos as chaves do nunca mais
ou quem sabe implodir minhas partículas numa velha supernova.
Jonas R. Sanches
Adequação
ResponderExcluirVou me adequando
de vez em quando
ao bucolismo de domingo
nas paragens do ribeirão.
E a linguagem flui
em cantos fúnebres
de boca em boca
e a mente segue a transfiguração.
Vou me adequando
ao inadequado pensamento
e a poesia é como um vento
que refresca o meu contemplar.
E a linguagem influi
nos entendimentos
ou até um lamento
da mente que se dissipou.
Vou me adequando
e deixo a continuação
sem padronização
somente subjetivos devaneios.
E a linguagem explana
e inflama as imaginações
e incendeia paixões
com um simples beijo da caneta.
Jonas R. Sanches