quinta-feira, 5 de abril de 2012

MEMBRO - YVES HENRIQUE CARDOSO SERPA

YVES HENRIQUE CARDOSO SERPA

Artista plástico e poeta.
 Maricá.- RJ


O DESTINO DAS ORQUÍDEAS

Yves Serpa


Ele está se aproximando de mim,
Aqueles olhos parecem faiscar em minha direção.
Sinto minhas pétalas tremerem,
Preciso buscar algo para me defender.
É tarde, ele chegou.
Agora é aguardar os acontecimentos.
Observa-me tão atentamente que chego a tremer.
Fala sobre o rajado colorido de minhas pétalas,
Diz parecerem barreiras contra inimigos.
Sinto não poder bradar, estás errado, são adornos.
Diferencio-me por eles, para ter minha identidade.
Sua mão vem em minha direção,
Estou tremula com o porvir, sinto muito medo.
Ele me ergue cuidadosamente,
Sinto neste contato um afago, muito carinhoso.
Busco entender este relacionamento repentino.
Uma brisa passa balançando todo o meu ser,
Aproveito para exalar meu perfume no ar.
Um sorriso foi sua resposta.
Depois, carinhosamente se aproximou,
Fixou-me os olhos e sorriu largamente,
Sentenciando.
És tão linda que se fará sempre presente
Junto à mulher que amo!



ASSIM CAMINHA A VAIDADE 2

YVES SERPA


         Certo dia há muito tempo atrás em um lugarejo muito pobre, onde faltava praticamente de tudo, nasceu em um dos casebres locais um menino, que vem a ser hoje um homem feito e chefe de família.
         O menino que nasceu naquele lar humilde, em um local sem estrutura básica para uma vida saudável, cresceu e com sua força de vontade foi abrindo caminho entre as dificuldades que a vida lhe apresentava quase que diariamente.
         A sua luta para melhorar sua vida, acabou por ser notada por parentes e amigos da família, e, com isso passou a ser ajudado por todos os que de alguma maneira podiam ajudá-lo a vencer algum obstáculo.
         O menino foi crescendo, aprendendo com a vida a lutar por cada objetivo a ser alcançado e com este procedimento foi amadurecendo e aprendendo a lutar cada vez mais pelo que precisasse alcançar.
         Durante seu aprendizado foi cristalizando em seus pensamentos que as ajudas que recebeu, não só serviram para que ele conseguisse as coisas como também para mostrar o quão importante foi ter aqueles amigos lhe oferecendo ajuda sempre que podiam, independente de seus pedidos de ajuda.
         Hoje já um homem formado, com um bom padrão de vida economicamente falando, e com muito conhecimento armazenado, em função de ter podido estudar, e tendo feito muitos cursos de aperfeiçoamento, ele está pronto para oferecer aos que precisarem a retribuição de ajuda que recebeu quando começava sua vida.
         Este homem que hoje está pronto para ser um benfeitor da humanidade, por ter surgido de uma origem humilde, e, ter recebido tanta contribuição de pessoas iguais a ele que pouco ou nada tinham, também incorporou a sua personalidade o orgulho do sucesso atingido, pena que não ficou apenas orgulhoso das suas vitórias, mas também passou a acreditar que chegou no ponto que chegou por seus méritos, estudando muito e se aperfeiçoando em muitos cursos, e com isso conseguido bons empregos que acabaram por lhe proporcionar bens materiais de grande valia.
         Este homem, começou a falar da sua vida com muito orgulho de suas vitórias, passou a se colocar como exemplo de que mesmo com origem humilde quem não quer permanecer nesta condição pode vencer as dificuldades para subir na vida e tornar-se um vitorioso.
         Este homem vitorioso só esqueceu de dar crédito nas suas vitórias aqueles que o ajudaram nas suas batalhas, pessoas que pouco tinham, mas que acharam que podiam ajudá-lo nas lutas que enfrentaria, pessoas que foram e continuam humildes vendo nele ainda aquele menino batalhador.
         Ele quando fala de sua trajetória em momento algum divide suas vitórias com os outros soldados que formaram com ele o seu exército de luta, e com este procedimento demonstra ter também se formado um homem orgulhoso e vaidoso.
         Espero que quem o ouça falando de sua vida veja como caminha a vaidade para a personalidade das pessoas.
         Devemos ter em mente que sempre que dividirmos as vitórias com quem tenha nos dado alguma ajuda, por menor que tenha sido, teremos o prazer de retribuir aquele sacrifício que nos foi ofertado e quando nos furtarmos deste procedimento estaremos regando a planta da vaidade.
         Enquanto alimentarmos a vaidade, não teremos tempo para vermos aqueles que podemos ajudar, e se não praticarmos este gesto de amor, não vamos evoluir.

                      
         MULHER
Yves Serpa


Mulher, eu não te quero
Andando ao meu lado.
Eu te quero junto a mim,
Em todos os momentos.

Mulher, eu não te quero
Em meus braços.
Te quero, com nossos corpos
Se entrelaçando em abraços.

Mulher, eu não te quero
Deitada em minha cama.
Te quero, em meu ninho
Dizendo que me ama.

Mulher, eu não te quero
Para fazer sexo com ardor.
Te quero, para gerar
Sementes de um amor.

Mulher, eu não te quero
Como um troféu para mostrar.
Te quero, como taça de mel,
Para minhas palavras adoçar.

Mulher, eu não te quero.
Sim, eu não te quero.
Até que eu lhe entenda,
E você diga que me ama.


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