domingo, 14 de outubro de 2012

MEMBRO:Ivo Darci Mahlke

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IVO DARCI MAHLKE
nasceu em 19 de dezembro de 1940, em Agudo/RS. Filho de Ada Sabin Mahlke e Ricardo Mahlke. Reside há muitos anos em Restinga Sêca/RS. Comerciante e compositor. Membro Fundador da Academia Regional de Artes e Letras Condorcet Aranha, de Restinga Sêca/RS – ARALCARS; e Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, do Balneário de Camboriú/SC - AVSPE. Foi vereador em Restinga Sêca por seis Legislatura; Presidente da Associação Cultural e Tradicionalista do Município; Sócio Fundador dos CTGs "Estância do Mirim” e dos “Vaqueanos”; Presidente da Fundação Educar de Restinga Sêca/RS; Autor dos Hinos do “GRUPO DE BOLÃO ROHDE’ e do “SPORT CLUB SECO”; e das Letras das Músicas "PEÃO ERCI", "NACOS DE SAUDADE", “IMIGRANTES” , “MEU CANTO PARA RESTINGA” e “ESTAÇÕES”, integrantes dos CDs do 6°, 7°, 9º e 10º "CANDEEIRO DA CANÇÃO NATIVA”. Suas composições e poemas são baseados em fatos e personalidades que fizeram parte da história do município de Restinga Sêca/RS. É detentor de vários prêmios. E-mail: barazzutti.mahlke@hotmail.com
 

ESTAÇÕES
Ivo Darci Mahlke
 
Quando a saudade se achega no rancho
Traz na garupa uma paz de tapera
Pode ser que a madrugada triste
Desperte a vida pra uma primavera
 
Ah, se a viola mostrasse o caminho
Para nunca sentir solidão
Eu não teria que ficar .sozinho
A esperar por mais um verão
 
Na revoada das aves em bando
Vai a tristeza do abandono
Para buscar uma nova morada
Fugindo das noites frias de outono
 
Longas noites junto ao braseiro
Sinto o inverno chegar sorrateiro
E no silêncio fica a esperança
Para que chegue um novo janeiro
 
E aos poucos o corpo adormece
Nada resta senão sonhar
E pedir que o tempo não esqueça
Pra que a vida assim aconteça
Permitindo que eu volte a amar
 
 
MIRIM
Ivo Darci Mahlke
 
Mirim, rio da minha infância
Eu te recordo com carinho
Descobrindo muitos pesqueiros
Moleques dando de arteiros
Nunca esqueceram o caminho.
 
Cipó, taquara braba e caraguatá.
A xerenga aos poucos ia abrindo
Um chama aqui outro grita de lá
Mais um pesqueiro ia surgindo.
 
Velho Mirim bravo e guerreiro
Parceiro de tantas jornadas
Motosserra, machado, queimadas. 
O progresso chegou sorrateiro.
 
A margem desmatada ficou pequena
Te atiraram na cara o detrito
Não respeitam mais a piracema.
E ninguém ouve o teu grito.
 
Quanta fome mataste velho seleiro
E ouvias silencioso resmungando
Pede socorro, meu companheiro.
Pois todos estão te enganando.
 
No silêncio das tuas águas
Sonhos se perdem ao léu
A lua chora suas mágoas
Encharcando estrelas no céu.
 
 
NACOS DE SAUDADE
Ivo Darci Mahlke
 
Quando homens se perdem na cidade
Buscando um mundo que é pura ilusão
Não soube a vida que teve lá fora
E hoje amarga sua solidão.
 
Alegrias e tristezas vividas
Tudo agora já ficou pra traz
Vivendo num mundo distante
O que era importante já não é mais.
 
Mas quando voltares ao campo
Nem que seja de cruzada
Ainda ouvira um buenas tarde
De um tropeiro passando na estrada.
 
Saudades das noites galponeiras
Do calor de um fogo de chão
Do abraço sincero da prenda
Do churrasco e do chimarrão.
 
De sua terra agora distante
É mais um errante no mundo a vagar
Mesmo tendo que dar a partida
O importante é sempre retornar.
 

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