sábado, 4 de maio de 2013

MEMBRO: Pedro Neto

.
Pedro Gomes da Silva Neto
Mirandópolis-SP
Conhecido como: Silva Neto
Pseudônimo: Lugar-tenente
Formação: Letras Português/Literatura
Reside em Campo Grande - MS
E-mail: pegosine@hotmail.com
.
.
Soneto ao AMOR impuro

Se num campo revivesse do amor o tal rizoma
Nascesse após a chuva do querer tão evasiva
Chegasse ao coração por ler d'amor a missiva
Que a amada, do amado recebeste após o coma

Se fôra à guerra, a ferida pela volta por ventura
É de amor por certo, se impoluto os olhos venusto
Cerrar-se ao bailar da consciência do acinte justo
De quem ama, pelo brilho puro à tênue comissura

À casa a cama ocupada dum amor vil inesperado
As juras rolaram co'as lágrimas da espera em perjúrio
Se vivo, o heroi pelo país é sempre mais um soldado

Se morto, o amor carmim ocupa a tua cama em mercúrio
E a glória aos olhos do errante combatente maculado
Pela amante fria, como os campos gélidos do amor espúrio.


VASO CAÍDO

Um vaso caiu e aos cacos ficou a alma
do anjo que também por si não havera
Se cair foste u'a perdição por quimera
Aos nacos ficam, ao chão nem palma

Por louvor ou maldizer todo escárnio
O som da queda à escansão tardia
Do anjo por vontade em si perfidia
Do vaso quae fora non reler Paio*

Voltas... [motes] alheio à morte
dos quais entregue à vil sorte
um no Céu outro da própria terra

Quem cai já vive da vida tenra
e aura e barro desfiguram de porte
esvaem-se vazios ao que te erra

*Paio soares de taveirós (Cantiga)
Trovadorismo Português


LIVRO INSISÍVEL
Era manhã e meu corpo elétrico, trôpego - doía
talvez de mim aproximara o cutelo da  incerta morte
por certo o que fora não soube, era de baixo porte
um vulto um suspiro, o que fôra, partira - corroía

Instantes os sonos se vão e pr'alma latente o amargo
dos insanos tiranos que abatem ao fio de cruel navalha
gargantas inocentes, almas impuras, corpo e tudo o valha
rindo de lábios gastados pelo charuto e tanto outros tragos

e o pudor apodrece com a alma que vai a qualquer custo
não sabe se me leva, se me abate que talvez fosse o justo
o meu sono seria eterno e meu espírito impoluto imprevisível

no mundo, um poeta a menos e no céu uma estrela perdida
porque quem nasce espera sua data indesejada de partida
as cores, as nuvens nítidas refletem de um livro invisível... 

  
AO LÉU
Se os anos alvam o intrépido tempo
pelo caminho tortuoso e cruel
tentando o acerto certeiro infiel
da luta perdida do espaço lento

Que se faz d'alma à brancura
a vida profana à morte ligeira
o súdito corpo à guerra pioneira
de vidas carmim ao leito de cura

O presságio d'amor o invólucro do ódio
a face das dores o grito de morte
o perdão incerto do tempo num pódio

sem louros, aliança, à prova de sorte
o nada ao nada do enxofre ao sódio
pedinte-pagão sem sul, sem norte.






Um comentário:

  1. A escritora Cornélia Franco Caixeta, interpreta “Jesus, Alegria dos Homens”, de Johann Sebastian Bach.

    https://www.youtube.com/watch?v=nrHHlGmM7Ig





    A escritora Cornélia Franco Caixeta, declama seu poema “FINAL FELIZ” (escrito em abril de 1989)

    https://www.youtube.com/watch?v=Rl_9eN5n72A



    Cornélia Franco Caixeta nasceu na Fazenda Serra Negra, em Machado, sul de Minas, em 1933. Cresceu em Campinas-SP. Aos 14 anos teve seu primeiro contato com as Letras quando fazia um Curso de Declamação (Interpretação).

    Retornou para Machado em 1953. Lançou 6 livros sobre poemas e estórias de vida:

    “Assim me Contaram”, publicado novamente, porém com o título “Palavras Semeadas”; “Janela da Esperança”, “Atitude que Transformam”, “Éramos 13”, “Quadros da Vida” e “Manaaim, uma grande Estória de Esperança”.

    A autora é casada com Isaltino P. Caixeta. Tem 5 filhos – Ivan, Jarbas, Márcio, Isaltino, Lídia e 10 netos.

    Em entrevista cedida ao Fanzine Episódio Cultural, no dia 25 de maio de 2010, Cornélia disse que tem em andamento um livro de história infantil.

    https://www.youtube.com/watch?v=Rl_9eN5n72A

    ResponderExcluir