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CEM MIL POETAS POR MUDANÇAS
Marisa Cajado
Cem mil poetas se entrelaçam
Em poesias que esvoaçam
Pelos cinco continentes.
Que se irmanam pela arte
O todo unido, parte à parte
Elos de amor em correntes.
Acorrentados pelo ideal
De paz, de amor fraternal,
De luz iluminando treva.
Na ânsia eterna e bendita
Em que o espírito se agita
Essência que se subleva.
Ah! esta luta faz sentido,
Este desejo incontido
Poesia, alavancando ação.
Para ver a Terra seguindo
A felicidade fluindo
Ao sentir no outro, um irmão.
Feira de Santana 22/07/2013 - 12:53h
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O meu dia de escritor
Nesta data, qual a mensagem da minha escrita? O que quero – ou preciso dizer – para resgatar alguma boa obra que reste em mim? Todos sabemos que escrever é invariavelmente falar de si, ainda que, caricatamente, projetemos nossas almas sobre outras cabeças, imaginando, talvez, que estaríamos fazendo justiça à verdade. Mas qual verdade: a minha, a sua, a do vizinho? Afinal, quem se assegura de que está no melhor lugar do universo, algo semelhante a uma colossal estrela que, no infinito, poderia vislumbrar todos os corpos celestes? Aproveitando esta imagem, há anos penso que sou um asteróide querendo encontrar um sistema; ir em busca de uma plataforma de humor e pensamento onde consiga descansar os meus textos, antes de fazê-lo com os próprios fardos da subjetividade viva, esta que não dorme e vagueia vasculhando as eternas sombras da memória. Um discurso eloquente e bem aparente no zelo da sua construção não garante a solidariedade intelectual nem fortalece os espíritos, isto porque são necessárias, a uma só vez, paciência e meditação profundas para realizar a sensível tarefa de dizer qualquer coisa ao próximo que não o fira, não o machuque, não o destrua. Em resumo: não retire do sujeito a opinião ou a visão que prefere manter consigo. Contudo, tal atitude não compreende abafar a consciência crítica, a perspectiva de convidar a uns ou a tantos ao propósito do esclarecimento, do que pode ser empenhado para estabelecer uma via de entendimento, e isto, afinal, acaba pondo a todos em igualdade de condições morais. Até porque se não for para sugerir ao leitor ou ao interlocutor uma alternativa de maior conformidade do que a que mantinha comigo, certamente farei bem em não tentar a aventura de escrever. Então, assumo o risco da minha própria alternativa, e sigo em frente.
Daladier Carlos
22 julho, 2013
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ser escritor é viajar
ver o mundo como o vento
eu que nem saio do lugar
quem viaja é meu pensamento"
Wagner Marim
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eu que nem saio do lugar
quem viaja é meu pensamento"
Wagner Marim
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Deixe
Deixe que eu diga tudo que você precisa ouvir,
que lhe faça tudo que você deseja sentir,
porque eu conheço você até demais!,
e seu corpo, como ninguém conheceu jamais...
Deixe que seu coração escute a voz da paixão
e a minha emoção lhe paralise os sentidos...
Deixe-se envolver nos meus ardentes desejos
e nos perdermos na doçura dos nossos beijos.
Deixe que a minha voz esmaeça em seu carinho,
a sua, cada vez mais rouca, me chame baixinho.
Deixe que nossos corpos permaneçam enlaçados
ao sabor e calor dos nossos corpos suados.
Deixe! Permita-me explorar esse corpo tão meu!
E em nossa imaginação levitar nas estrelas
numa efusão: corpo, alma, doce e ardente;
dos gritos e sussurros ao amor que se faz silente.
Lúcia Laborda
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Sou eu aldeia
Para Ana Paula Kalantã
Foram mil passos que dei.
Passos perdidos na floresta.
Foram mil vozes que escutei!
A gritar o teu nome
Em vão...
Foste embora
E não voltas mais
***
Sou eu floresta
Sou eu árvore
Sou eu aldeia
Sou eu índio
Sou eu grão de areia
***
Estou derrotado:
Massacrado!
Desterrado!
Desiludido!
***
Sou eu cego e perdido,
Em mim mesmo.
Pois não sei quem sou
***
Sou eu a escutar mil vozes...
Que sussurram o seu nome.
Em vão...
Pois partiste, não estás mais aqui
Estás perdida em mim
Em algum lugar
Que eu não sei bem onde
***
Sou eu plateia
Sou eu artista
Sou eu tablado
Sou eu palco
Sou eu massificado
Sou eu nas ruas
Sou eu perdido na floresta
Samuel da Costa é poeta em Itajaí
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AOS ESCRITORES
Daniel Alves dos Santos
Poeta pernambucano
Juros por juros podendo ser melhor
Julho por julho no seu dia vinte e cinco
Juntos estamos nestas minhas palavras
Os escritores de primeiro ao quinto.
Lembrança por lembrança eis a bonança
Livro por literatura repleto de pensamento
Lambê-los-ei de capa a capa pra saber
Até os meus sentidos vitais irem ao vento.
Belo é o país chamado Brasil
Brilho intenso em tudo nele há
Boníssimo são os escritores contidos
Porém esquecidos e sempre a decantar.
Abnegados em sua arte de materializar
Abandonados e não estimulados
A usar o papel sempre estão pondo
Uma nota, um poema, versos emocionados.
Quisera eu poder escrever algo assim
Que meu país fosse voltado à leitura
Quente se tornasse as vendas dos livros
Para divulgar os livros pra geração futura.
Vinde a mim todos os livros do mundo
Venham também todos os leitores
Verbalizemos palavras dos livros
Decantemos deles versos de amores.
Escrevamos todos sobre tudo que há
Entendamos os versos, as palavras e tudo!
Enveredemos por crônicas, poesia e tal!
Buscando sapiência pra não ficarmos mudos.
Conheça um livro de poesia ou mais
Coordene sua vida com fulcro no saber
Contendo sua vida no livro e ele em ti
Assim disseminarás e terás o conhecer.
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BEM VINDO PAPA FRANCISCO
Marisa Cajado
Bem vindo, Papa Francisco, à Terra brasileira
Esta Terra, que traz na bandeira
Uma cruz de luz inscrustada.
Como, a lembrar o Cristo no madeiro
O fiel e divino mensageiro,
Da fé , da caridade, na jornada.
Francisco foi o nome que escolheste
Porque este nome, traz o estigma sem falsete,
Da simplicidade, por projeto de vida.
Sua veste branca livre dos aparatos costumeiros
Mostra a luz da paz, em novos roteiros
Para a humanidade que segue, tão sofrida.
Curvo-me respeitosa à sua passagem
Lembra-me ela , a augusta mensagem
Da voz de Jesus, clara e benfazeja.
Envolto em excelsa claridade
Escuta o pobrezinho de Assis da eternidade:
_ “Francisco reconstrói a minha igreja.”
Talvez esteja aqui para o destino cumprir
E uma igreja “ Maior” reconstruir
Para as ovelhas da perdida multidão.
Que esta, pedra a pedra seja entendida
E com tijolos de amor, reconstruída
No altar de nosso próprio coração.
Feira de Santana, 22/07/2013
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*Dia do Escritor
- 25 de julho
Ao pegar na pena a mente viaja,
Minha alma se desprende em liberdade,
As letras se aninham mesmo que haja
Sol, chuva nebulosa ou claridade.
Não sei se o amor vence vãs batalhas,
Ou a angústia vagueia nas entrelinhas,
Palavras se postulam em migalhas,
E formam versos livres nestas linhas,
Em cada mão que a mente cria rima,
Ou sem rima encantando o leitor,
Poema ou prosa trafegam pelo amor.
Deixa no escritor momento de estima,
Sua alma borbulha em mil quimeras,
Na mente um vulcão, fundas crateras.
Parabéns a todos os escritores
Sonia Nogueira
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CAMINHOS DA AUSÊNCIA
De vazio em vazio a ausência vai, vagando mansa como tormento, deixando dentro das coisas um desalento, e dentro das gentes a desilusão de terem sido, uma vez, gente... Dessa gente que procura fazer do amor a razão de toda uma vida, dessa gente que trabalha, que se consome, para poder transformar as misérias em alegrias, e os desatinos em frases de benquerença. Tomo no bar o café forte de fumante, que irá me fazer tão bem como a brisa cansada, essa brisa de tardezinha, que farfalha pelos cabelos do arvoredo. Amo, por amor, nos bancos sujos da praça. Sonho, por sonhar, uma vida melhor do que esta, reconciliada com a subjetividade que, sem querer, deixo a todo momento transparecer, como uma imagem no espelho escarnecido de mim mesmo.
De esperança em esperança a ausência vai, escorrendo como lágrima pelo rosto insípido e cheio de descrença. Esperança de uma volta que não acontecerá, de um alento necessário que não poderá vir. Esperança como todas as esperanças. Vivendo vida livre, a partir de coisas impossíveis e por demais tolas. Coisas tolas, assim como o trottoir das avenidas, a revoada dos pássaros e a calada da noite que já se prepara para descer.
De tristeza em tristeza a ausência vai, quedando-se pequenina e alvissareira pelo margeado do rio, em remanso, desse rio causticante de poluição, mas que ainda, como ser maltratado, procura maquilar-se de cores novas para se mostrar com mais decência aos olhos dos curiosos que nele encontram alguma satisfação, ou talvez alguma forma de pensar em coisas diferentes, que não existam no cotidiano apressado da cidade.
De cidade em cidade, a ausência vai, transferindo de um corpo para outro o seu sentimento de vasiidade, passando de uma alma para outra a sua satisfação de causar sofrimento. E, perdido na cidade escurecida de maldade, de insatisfação e de coisas inúteis, sou prisioneiro da ausência. Escravo dessa ausência que machuca a alma, judia o coração e faz louca a mente conturbada de tanta poluição e de tanto ruído. Sou escravo da ausência que me fez máquina, objeto, coisa inanimada... Essa mesma ausência que, apressadamente quer me levar ao desespero de uma solidão sem remédio, ou mesmo à fuga para algum lugar distante,onde, porventura, ela não possa me encontrar. . .
Carlos Moraes Junior
Dominguinhos.
Robson Simões
Robson Simões
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Então que chore a viola e a sanfona
Já que o nosso choro é de lamento
Que chore a viola grudada no peito
Que chore a sanfona entre os braços
Num abraço apertado.
A viola é meu aconchego
A sanfona e meu sorriso sincero.
Que chorem as flores
Que chore o povo por perda dos talentos.
Mas que chorem com vontade
Que na hora do regresso
A viola seja um mergulho na felicidade sem fim.
Que a sanfona seja um roçar em seu corpo
Que a viola seja um beijo
Que a sanfona olhos que me fascine
Então que chore a viola e a sanfona
Já que o nosso choro é de lamento
Que chore a viola grudada no peito
Que chore a sanfona entre os braços
Num abraço apertado.
A viola é meu aconchego
A sanfona e meu sorriso sincero.
Que chorem as flores
Que chore o povo por perda dos talentos.
Mas que chorem com vontade
Que na hora do regresso
A viola seja um mergulho na felicidade sem fim.
Que a sanfona seja um roçar em seu corpo
Que a viola seja um beijo
Que a sanfona olhos que me fascine
Que as duas sejam paz ...
A paz que eu gosto de ter .
A paz que eu gosto de ter .
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Escreva sem medo
Odila Schwingel Lange
Se q2uiser escrever,
Escreva.
Não se envergonhe,
Não se anule.
Não se deixe dominar
Pelo medo de errar.
Se tem algo a dizer,
Diga.
O papel é silencioso
Não é maldoso
E não faz intriga.
Havendo alguma coisa a ser dita,
Sendo glória ou desdita,
Sem saber a quem,
Se não encontrar alguém,
Escreva simplesmente,
Pois o papel não é ninguém.
Não se compare com nenhum poeta:
Nem do classicismo,
Nem do barroco,
Nem do romantismo,
Seja você mesmo,
Natural,
Autêntico,
Sem favoritismo.
Escreva quando quiser.
Escreva o que quiser.
Pois não precisa
Preocupar-se com a crítica
Ou com a política,
Nem com os erros
De poeta iniciante.
Escreva, tão somente,
Como um ser pensante.
Assim, não precisara de rima
Nem de métrica,
Ou de preocupação com a estética.
Não tenha medo o desnudamento
De tua imagem.
Mas, lembre-se, sobretudo que:
Escrever é um ato de coragem!
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