domingo, 28 de julho de 2013

ESPECIAL 5 - SEMANA DO ESCRITOR

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Devaneios truncados

Enquanto  o espero
teu silêncio devora meus devaneios.
Teus passos perderam o compasso,
são agora trincados pelo desinteresse.
Choveu na nossa febre, o diálogo encharcou.
Eu, como pássaro ferido,
envolvo-me no véu da mudez
Mastigo a expectativa e a indigesta ansiedade,
vejo se partir entre dentes o fio de esperança.
Tornei-me abstêmia do desejo
de novamente te ter!
.Diná Fernandes de Oliveira Souza
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Escritor, Esse é o seu dia- 25 de Julho por Vânia Moreira Diniz

Amanheci com uma sensação de carinho, lembrando-me dos dias remotos em que sentada à mesa de meu avô admirava sua atividade desejando seguir seus passos de escritor,  obcecada pela ternura como segurava uma caneta esparzindo imaginação liderada pela alma, e derramando-a em verdades ou conclusões.
Nenhum dia melhor para estar aqui escrevendo para o nosso Portal do que aquele próximo ao Dia do escritor, onde muitos deles aqui estão ao nosso lado, colaborando e trazendo apoio e carinho.

A minha homenagem é de amor por essa data em que nos sentimos prestigiados com o coração realmente emocionado, e acreditando nos sonhos que pairam em nossas almas, com essa busca de realização pelo menos parcialmente concretizada mesmo que não seja para o mundo inteiro, mas para  nós mesmos.

O escritor é capaz de conscientemente sentir que está usando sua arte principalmente quando transmite à humanidade as palavras como um estandarte de luta, seja qual for a reação dos que nos lêem. E a usamos para liderar os movimentos os mais justos e  deixar pelo menos uma semente vigorosa, que florescerá exuberante.
De rir ou chorar, ter esperanças ou descrever seu desespero, caminhar por estradas diversas sempre confiando no dom de sua palavra profícua mesmo que ignorada em certos momentos.
Estamos em guerra,  guerra não é apenas destruição oficial de  cidades, que machucam covardemente pessoas humanas, dilaceram criancinhas proporcionando a amargura e a dor em cada rosto descrente da vida.

Guerra também é isso que está acontecendo na humanidade, no Brasil, a indiferença marcando as atitudes de pessoas humanas assistindo em expectativa  silenciosa, a destruição, a barbárie, pessoas lutando contra indefesos, matando pelas costas, incendiando ônibus, optando pela destruição, pelo pânico esquecendo que ali estão seus pares humanos e cruelmente continuando o extermínio e a maldade indefinidamente fascinados pela própria crueldade.
E nós outros que olhamos sem ver, completamente anestesiados, num marasmo intensificado pela incompreensão do que se passa a nossa volta.
Aqui está nosso papel, os escritores emitindo o grito de revolta quando a  destruição e a luta por uma pseudo-causa é o  pretexto cruel que se impõe. 
Estamos aqui, escritores levando a palavra, sentindo na alma os sentimentos que geram e transmitindo aos que o lêem sufocado pelas dores ou fascinado por acontecimentos que são caros e nobres, vibrando por vitórias honrosas ou revoltadas por fatos incoerentes e injustos.

Escrevemos e lemos talvez com a mesma fascinação completamente envolvidos e entorpecidos pelo amor às letras, desejando que nossa palavra chegue voando por espaços diversos com intensidade e amor, sentindo os eflúvios de nossas próprias sensações, amando a literatura com um fascínio quase inconsciente.
Desejo agradecer aos nossos colaboradores que prestigiam o Portal Vânia Diniz e o Espaço ecos  e reiterar a admiração pelo seu trabalho laborioso, persistente e talentoso.
Desejamos também recordar o dia em que inauguramos o Portal com esperança, entusiasmo, alento e alegria infinda esperando levar a palavra até os confins do mundo e divulgar com ternura os escritores que amam a palavra escrita e torcem, vibram e continuam a cada dia o aperfeiçoamento  de sua transmissão. Esperamos que nossos ideais expressos em palavras possam se concretizar mesmo que lentamente e ser estendidos pelas gerações que nos sucederão com o mesmo amor.
A aprendizagem é justamente isso: O acúmulo de conhecimento passado de geração para geração por intermédio desse instrumento tão eficiente que á a palavra escrita. Por isso enfatizo o valor e o reconhecimento  que se deva dar ao escritor. É essa nossa missão de escritores e a palavra  será sempre o grande elo que unirá escritores a leitores, ambos pressurosos de lutar por uma humanidade mais humana e menos perversa em todos os sentidos.
Impõe-se uma conclusão: Não fosse o escritor e essa capacidade especial da palavra escrita  que se eterniza, não fosse o primeiro escrito e o primeiro escritor a humanidade estaria muito atrás, sabe Deus onde.
Não fosse essa transmissão maravilhosa e a sedução que se estabelece não estaríamos aqui, lutando por uma globalização justa, com a tecnologia maravilhosa unindo em um minuto os mais distantes lugares  e a informação necessária e deslumbrante capaz  de ultrapassar os mais difíceis obstáculos.
Conseguimos unir os povos na palavra, falta-nos apenas convencê-los que o amor universal é o sentimento mais profícuo que possa existir onde sempre estará  marcada a paz e a compreensão. A palavra escrita que nós veneramos é a responsável pela evolução do mundo e por isso a comemoramos hoje.

Obrigada pelo carinho e parabéns por esse dia especial, o seu, o nosso dia que comemoramos com a alma suspensa e a palavra pululando de ansiedade e certezas.
Vânia Moreira Diniz
25-07-2013
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O COMEÇO DE SÉCULO NÃO É O FIM DA POESIA
            Acabei de sair de um encontro com jovens estudantes, um dos muitos que faço com o maior prazer como parte de minha missão de poeta na terra.
            Foram horas falando e ouvindo sobre um assunto que não está no noticiário da televisão, que não dá dinheiro, que não é moda, que não atrai multidões e que não faz ninguém se destacar na tchurma. Acho até que é um assunto que nem mesmo impressiona as garotas e perde para qualquer discussão sobre cortes de cabelos e artistas de cinema. O assunto era poesia.
            Mesmo assim todos participaram, gostaram e muitos tomaram coragem de revelar que também escreviam seus poemas, alguns leram o que escondiam há muito tempo nos cadernos, encantados por descobrirem que não havia do que se envergonhar. Afinal, chega a ser incrível que numa época em que nenhuma carlaperez tem vergonha de mostrar a bunda, ainda se tenha tanta dificuldade de se expor os sentimentos em público.
            Mais para o final do encontro, percebemos juntos que o assunto que tanto nos empolgava não era a poesia.
            Era o que ela representa no início de século.
            O mundo está sendo virado no avêsso. As mudanças acontecem mais rápido do que podemos acompanhar. E o jovem sente isso na própria pele.
            O jovem é ator e vítima de tudo que anda acontecendo.
            O computador, por exemplo, faz com que ele possa conversar com o planeta inteiro. Mas ele nunca esteve tão sòzinho: não pode ficar nas ruas porque as ruas são perigosas e as relações quase sempre são baseadas no consumo, tipo ‘meu shopping center é maior que o seu’.            A globalização junta e moderniza as empresas, mas o jovem saca que talvez não haja emprego pra ele lá na frente e, se houver, vai ser pra ganhar pouco, bem pouco.
            Os divertimentos são variados, mas se você não for mauricinho ou patricinha vai é ficar de fora, barrado no baile.
           Os exemplos para se inspirar não são satisfatórios. A sociedade parece querer convencer o jovem que legal é ser político safado, que bacana é usar as pessoas e curtir as coisas, e não o contrário, que vencer na vida é o que interessa e banana para o resto.
            E as emoções, os sentimentos, as dúvidas e aflições nossas de cada dia, onde ficam?
            Aí é que está: ficam na poesia. Que resiste e insiste em ser o momento de reflexão, de puro sentir, de raiva, de dor e amor.
            Acaba o século, mas não acaba a poesia. Porque se ela acabar, meu irmão, acabou-se o que de humano nos resta, nossa capacidade de sermos iguais e diferentes, pequeninos e frágeis mas fortes e maiores que o mundo.
            É disso que a gente falou e por isso ficamos emocionados e cheios de esperança.
            Saímos do encontro torcendo para que a poesia ocupe mais e mais espaço nas cabeças e corações dos jovens. Até que, como uma onda, invada inclusive os miolos moles que pensam que ser jovem é polir o carro enquanto a alma enferruja e os corações duros que só se emocionam com uma nova marca de tênis ou - suprema coisificação da juventude - queimando um índio pataxó.  

Ulisses Tavares
Publicitário, escritor, compositor, professor de criatividade e, com muito orgulho, poeta. 

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 Escrever por quê?

Ivana Maria França de Negri

 

            Por que e para quem os escritores e poetas escrevem? E por quais motivos? O que move suas mãos para a pena que, enlouquecida, não pára de deslizar no papel? Enquanto tentam coordenar os pensamentos que surtam como pipocas estourando uma após outra, os dedos percorrem os teclados procurando avidamente as letras que formarão as palavras que irão traduzir seus pensamentos.

É um momento mágico, sublime! Só os que já passaram madrugadas insones com as ideias latejando na cabeça sabem do que eu estou falando.  É uma espécie de febre gostosa , é sentir  o espírito verdejante e a alma florida. Aprende-se a ouvir o silêncio e a enxergar a verdadeira essência das coisas. E enquanto não se coloca a emoção para fora, fica uma espécie de dor, de sufocamento, de angústia, que só se afasta quando as palavras fluem, quando a obra vai tomando forma.

E o que dizer do poeta, que vê tudo com olhos de paixão, extasia-se com coisas frugais e coloca a alma na ponta da caneta para trazer à luz seus tesouros ocultos? Feliz dele que consegue acordar os sonhos, comungar as belezas da vida e traduzir a voz das plantas e dos animais. Às vezes enxerga o mar inteirinho dentro de uns certos olhos verdes.

Poetas não costumam passar sua obra pelos filtros da razão. E ainda conseguem a proeza de encaixar toda cadência do universo infinito no espaço restrito de um só verso.

Com o esboço pronto, vem a sensação de saciedade, de paz, de missão cumprida. Compara-se ao gesto de um famoso escultor italiano, que ao ver sua obra acabada, em êxtase exclamou: “parla!”.  Ou ao pintor quando dá a última pincelada no quadro e sente-se um deus diante da obra-prima. E o poeta, assim que termina o poema, se apaixona perdidamente pela musa.

Que coisa fascinante é trazer à luz um texto como se fosse um filho querido. E depois dividi-lo com o mundo, dar-lhe asas, e deixá-lo voar livremente, para que pouse nas mentes de quem os lê e frutifique. Escrever é como adejar asas sem tirar os pés do chão. O escritor possui nadas, mas ao mesmo tempo é dono do mundo.

Escrever é um ato fascinante. Desde tempos imemoriais, nossos antepassados já careciam dessa comunicação com outras cabeças pensantes e queriam dividir suas criações com amigos ou deixar de herança aos descendentes o que levavam em suas almas, suas experiências, suas sagas. De maneira rudimentar “escreviam” com tintas vegetais nas rochas, com gravetos na areia, e onde mais sua imaginação indicasse. Eram os primeiros e incipientes passos da literatura antes do surgimento dos papiros e da pena, precursores da era da informática, quando o mundo se tornou pequeno e globalizou-se.

Para se escrever bem é preciso ler muito. E para isso é necessário que haja bons escritores. As ideias vão se entrelaçando e cadeias de pensamento coletivo vão se formando

Depois da criação do alfabeto e da literatura, nunca mais a humanidade foi a mesma. 

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25 de Julho “ Dia do Escritor”

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O elo que existe entre a alma, o papel e a caneta transformam simples palavras em consolo, em bálsamo, em direção de vida. Ser escritor nada mais é que  viver esse elo, respirar esse elo e pensar que a vida não seria vida se ele não tivesse oportunidade de repassar suas palavras ao leitores transformando as letras  em pensamentos, transformando letras em histórias de vida. Este elo embarca na fantasia, na ficção e nos  ensinamentos, sempre deixando uma marca tatuada em algum leitor.  Parabéns a todos que respiram a  arte da escrita, Parabéns Escritor! ( Jane Rossi)


Profª Jane Rossi
Escritora, Poeta, Antologista e Ativista Cultural

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DIA NACIONAL DO ESCRITOR-25 DE JULHO
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Homenagem-acróstica nº 5233
Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
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D-Dia vinte e cinco de julho!
I-Inúmeras mensagens virtuais;
A-As imagens trazem o requinte
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D-Das homenagens ao ESCRITOR,
O-O autor em prosa ou em verso;
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E-É o responsável pela informação
S-Sociocultural ou literoartística;
C-Comemoração mostra o valor
R-Realmente, da força da PALAVRA
I-Irradiando seu PODER de AÇÃO,
T-Tradução que até muda o querer,
O-Oferece várias formas do talento:
R-Razões, ficções, realidade ou verdade!
---Parabéns ESCRITORES!---
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Belo Horizonte, 25 de julho de 2013.

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