.
NALDICE BEATRIZ ZANATTA
CAXIAS DO SUL - RS
Nadilce Beatriz Zanatta
Ponsoni, melhor somente Nadilce Beatriz, nasci em 30 de junho de 1954, numa
cidade onde só havia luz das 8hs às 22hs. Bendita época que me patrocinou a
leitura das estrelas!
Hoje resido em Caxias do
sul, RS.
Casada com Gilberto
Ponsoni, Oficial Superior da BM há 33 anos. Uma filha, Renata, 27 anos,
jornalista.
Minha cidade natal
cresceu demais. Esta, onde resido, é quase metrópole. Planejo voltar para o
mato.
Fui
professora e funcionária pública, trabalhei muitos anos com máquinas de escrever
(ainda guardo a minha Hermes Baby) e calculadoras. Números!! Que patacoada para
quem ama as letras! Mas foi uma questão de sobrevivência.
Não. Não forrei gavetas
com diplomas, vários cursos técnicos, sim.
Sempre obtive as melhores
notas em redação. Felizardos os que faziam trabalhos em grupo comigo. Eu
raciocinava e escrevia. Notas máximas em português, literatura, sociologia... As
restantes matérias... Coitados dos que faziam grupo comigo...
Ganhei alguns concursos
em minha cidade natal, crônicas e redação. Aqui em Caxias, poesia e
trova.
Nada publicado, embora já
tenha uma filha e várias árvores plantadas...
Amo
animais, música (qualidade), livros, fotografia (hobby), as telas, as flores, as
matas, os rios, o silêncio; na TV, documentários e filmes bons, e a direção de
um carro.
Coleciono selos e possuo
uma biblioteca.
Um
apartamento pequeno entupido de livros, pelos de gato e cachorro com cheiro de
ventos do sul e as janelas viradas para o norte.
Muitas correrias
socorrendo animais. Caridades muitas...Meu coração já não me
pertence.
E
vou continuar escrevendo até concluir minha biografia, que muitos já dizem ser
minhaautobiografia. Pode ser.
Dois Blogs não muito
recomendados... Este ano (2014) resolvi postar diariamente.
ARIDEZ
Nestes fluídos,
poeiras
e estradas
feridas...
Sinto cheiro de
vida,
abraço do tempo,
que mesmo sem
intento
são frutos de
videiras.
Estulto é este voo
desorientado.
Asas indevidas
sem noção de
partida.
E quando chega a
vigília
meu sono é a
quilha,
e o vento sopra
deitado.
Vazios e inodoros
alentos.
Lucidez nas
despedidas.
Para viver, é só a
subida,
que tolhe-me a
crença
sem que eu vença,
prendendo-me a vida em
sentimentos.
DESPUDOR
Pensei em retalhar as
estrelas
Sem piedade, ralhar,
abandoná-las
Expulsá-las todas, e depois
querê-las...
Desafiar seus espaços de
orgias
Cenas e pedaços saborosos de
censuras
Deixar varrer a consciência
dos dias...
Replantar assim, a pouca
inocência
Dessecando este sabor
aviltado
Da fantasia até a
incoerência.
Entre o delírio e a cínica
curiosidade
Questiona-me o enigmático
Universo
Serei megera ou
castidade.
Pensei,
despudoradamente
Estrelas, astros, namorar e
algo desolador
Mas nem toda calúnia
mente...
HISTÓRIA CURTA
Oh, que história
curta!
Havia um céu
depois um sol,
depois uma chuva,
e veio a noite.
Depois um homem,
e veio um cão,
mas depois que o cão
adoeceu
o homem sumiu.
Então o céu
escureceu,
escondeu o sol,
secou a chuva.
O homem ainda quer o
cão,
mas o cão morreu
O homem
apagou-se...
TEMPO VIL
Intensa a verdade
De verdade, eu creio na realidade
Aos que não creem
Que o terno tempo
É jura do infinito
Nem creem
No que ainda não foi dito...
Que disparidade!
Inusitada beldade
louca beldade, eu desconfio da
lealdade
Dos que juram que a têm...
Num senso insensato
Para a alma acalentar
Nem veem
Que o amor é só amar
Que fatuidade!
O tempo é amigo vil
Doido vil, um jovem vaidoso e
senil
Na ânsia de ficar aquém
Da fuga finginda
Do fundo d'alma
Mas os que vão além...
A embarcação não chega ao porto
Que procura infantil!
TERCEIRA IDADE
A idade humana é
alcoviteira.
Uma conversa
esdrúxula
no início da vida.
Um segredo melindre em cada
passo.
Uma prosa desafinada até saber
falar.
Nebulosa
mexeriqueira
é a pressa de sair
ileso
da primeira idade.
No farfalhar do
tempo
muita arte
arvorosa,
postura sarcástica do Eu
liberto,
onde no vigor de toda
força
murmuram esforços ao
léu.
Quanta patetice estampada na
vaidade!
Que recebe a
alcunha
de segunda idade.
No botequim do
entardecer,
vozes aliciantes e
sensuais
acomodam-se nos
encantos,
nas ideias
desmazeladas.
Vai sobreviver como no
início
o que ainda souber
alcovitar,
caluniar o escárnio que nos
impinge
a terceira idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário