A necessidade de um porquê.
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Dirceu Rabelo (será?)
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Para Delasnieve Daspet
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Releio Nietzsche e me assusto mais uma vez.
Relaxo-me com um reconfortante Topamax.
Além de sua autêntica e profunda loucura
Em busca de explicações de coisas
Que ele próprio não sabia explicar,
Acusa os poetas (como ele) de serem filósofos.
E por quê? Porque formulam sempre porquês.
Diz ele: para um poeta, uma folha que cai,
Não é somente uma folha que cai,
Como um simples mortal a vê caindo.
Vem-lhe a dúvida.
Para o poeta, uma folha que cai pode ser levada pelo vento
Ou arrastada pela correnteza do riacho
Ou cair revoluteante à margem do regato.
E para Nietzsche a pergunta é, muitas vezes,
A antecâmara da dúvida.
Ou a dúvida, quem sabe, a antecâmara de uma pergunta?
Meio na dúvida, começo a concordar com Nietzsche.
Deve ser como partícula e antipartícula, afora o hífen.
Entenderam? Nem eu! Nem o antieu.
Tomo meu Seroquel de 100 mg, e fico parado,
Sistematizado, nesta dialética trágica
Que me traz o tumultuário para minha mente,
Já bastante combalida.
Digo boa noite a Nietzsche, que permanece de pé
Na cabeceira de minha cama, encaracolando com o dedo seu bigodão,
Trajando uma vistosa farda de Napoleão,
Com uma suástica no peito, bem ao seu jeito.
Ele sorri para mim e ajeita a minha camisa de força.
E eu durmo como um anjo, louco, mas anjo,
Pensando ser poeta e, portanto, filósofo.
Que isso nunca chegue nos ouvidos de mamãe!
Agradeço - com muito carinho - a atenção, bondade e gentileza do poeta Dirceu RAbelo,
ResponderExcluirDelasnieve Daspet