sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Membro: Antonio Monteiro

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Antonio Monteiro
nasceu em Queimadas, estado da Bahia. Iniciou ainda na adolescência sua manifestação em poesia e prosa. Fez 64 anos em 2012. Mas, habitou outras paragens: Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Porto Velho. Retornou ao seu torrão natal em dezembro de 2008; porém, vive em Salvador desde 2010. Publicou 14 obras e oito antologias. Graduado em Letras Português e Literaturas pela Universidade Federal de Rondônia, em 2002. Pós-graduado em Leitura e Produção de Texto, pela UNIJORGE – Centro Acadêmico Jorge Amado – Salvador - Bahia. Poeta, escritor, pesquisador, palestrante, artesão e artista plástico.
Queimados - BA

Anacorética social
(Antonio monteiro)
não quero uma vida anacorética
quero viver crítico, erético
explorando as ondas da estética
fugindo das construções estáticas
buscando sempre a inquietude atlética
querendo transformar tudo em poética
dizendo não a poética anacrônica
lutando pela poética diacrônica
eletrônica
erótica
internética
revolucionando os processos análogos
fugindo dos prólogos
pulando epílogos
saltando prefácios
entrando logo e louco
tirar o gosto
do tira-gosto
mitológico
convívio corno a multidão egótica
volta a anacorética
sem querer-lhe
com ética
moral e estética.



Borboleta
(Antonio monteiro)
contemplar a beleza de uma borboleta
é esquecer-se e lembrar de tudo.
é fixar-se nas cores que deus a presenteou.
é deslumbrar-se com a fragilidade das asas.
é encantar-se com os seus movimentos.
é enaltecer o seu criador!
nosso criador!
uma vida, que antes se arrastou, virou casulo.
amadureceu.
transformou-se em cores exuberantes.
a vida de um ser tão lindo, mas tão curta
que se torna longa numa lembrança de criança
de um sessentão-poeta-romântico-encantador
que ainda vislumbra a vida com esperança de menino
ouvindo um hino, num belo entardecer.
que continua acreditando na força da bondade,
da solidariedade, da boa vontade, do bom senso!
principalmente, na força do amor sem dor
sem fingimento
do bem-querer!



Sol & fá
(Antonio monteiro)
acomoda-me nesta melodia!
sol & fá
como é fofinho ao sentar!
sol & fá
dá vontade de naná!
sol & fá
ah, mamãe vem me abraçar!
sol & fá
como é bom esse lugar!
sol & fá
após a escola, uma delícia para descansar!
sol & fá
ah, que vontade de cantar!
sol & fá
uhaaaàh! acho que vou cochilar.


Pilão
(Antonio monteiro)
tão bão q’só!
uma boca pro céu
outra boca pro chão
uma cintura fina
uma grossa mão.
será mesmo uma mão?
ou um toco grandão?
será mesmo uma boca
ou apenas um buracão?
na casa de sinhá
lá... no sertão
mão de pilão
com minha mão
soca a paçoca
o amendoim soca
soca o milho
sustenta o filho
a mandioca soca
soca o feijão ou não soca?.
afinal senhora meio anão
grande mãe de pilão
não me engane, não.
você é um tôco
ou uma imperfeita mão?
com um buraco pra cima
outro buraco pro chão
cintura fina
e essa imperfeita mão
és na verdade
um perfeito pilão!

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