quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

MEMBRO: ELINEIDE CORDEIRO DE MELO


Elineide Cordeiro de Melo
São João de Meriti
.
 .
            Nascida em 30 de julho de 1965, no município de Brejo da Madre de Deus, estado de Pernambuco. Filha de Joel Cordeiro de Melo e Josefa Rita Cordeiro. Formada em Letras, leciona em escolas da rede pública do Rio de Janeiro. Vice-presidente e membro fundadora do Grupo de Poetas Meriti Fazendo Arte . Membro da Academia de Letras e Artes de São João de Meriti, cadeira nº 6 – patronímica de Gonçalves Dias. Membro do Conselho Deliberativo do Real Gabinete Português de Leitura.  
Cursou e concluiu especialização em Literatura Portuguesa e Africana na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sendo o norteador de suas atividades,  a temática dos estudos etnográficos e afrodescendentes.
Tem seus poemas publicados em vários periódicos da cidade do Rio de Janeiro, sendo o jornal A voz de Portugal, aquele que mais prestigia a sua obra por ser atuante na comunidade portuguesa tendo sido agraciada com o título  de A poetisa da comunidade.
Mora atualmente no município de São João de Meriti, Rio de Janeiro.   

Rosas
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Quando as vi, lembrei de ti
Não sei se pela cor,
Ou se pela beleza...
Quis que cada rosa do buquê
Passasse por tua mão,
Roçasse em tua pele
Deixando o suave odor...
Imaginei teu rosto rubro
encarando as flores
num misto de curiosidade
 e satisfação em recebê-las
pelo inusitado, pelo improvável,
pelo desconcertante que há,
não deveria, mas há,
em um homem receber rosas...
Rosas são lindas, mas frágeis...
Estão presentes nos momentos mais felizes
Ou  nos mais tristes de uma pessoa...
Mas se forem vermelhas...
Ah! Se forem vermelhas...
Cuidado...Há perigo para quem as dá
E  há perigo para quem as recebe,
 pois são labaredas que ardem
no mais apaixonado dos corações
e só podem ser realmente agradecidas
com o mais úmido...
quente...
lascivo...
desconcertante...
beijo de língua na boca.
 .
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TEMPERAMENTO DE ARTISTA
Elineide Cordeiro de Melo
 .
Ah!... Os poetas...
Têm alma de artista
É bem verdade,
Mas que temperamento!

Lago calmo cristalino,
Logo após, mar bravio,
Feroz, medonho!

Olhar o céu, caçar cometas,
Colher sempre-vivas
No jardim dos sonhos.

Aspergir gotas de amor
E alegrar os momentos
Mais tristonhos.

Sorrir e chorar metricamente
Somando todos os momentos,
Pra separar delicadamente
Seus delírios,
Seus tormentos.

É... Alma de poeta...
Temperamento de artista!...
Sensibilidade à flor da pele
Num mundo que só cabe a gente.

Abrir os braços
E só encontrar o vazio,
Gritar por Deus
E ouvir a resposta de um silêncio.

Subir os degraus do ego
E se jogar do mais alto andar
E assim, nos braços do infinito
Sentir Jesus, sereno, nos amparar.
 .
.

Ser
 .
Ser Maria, Ângela, ser Fátima
Ser Ritinha, Neide, ser Florbela
Ser todas as mulheres numa só
Ao fim de tudo não ser nenhuma delas.

Ser namorada, noiva, ser esposa
Ser companheira, amante, ser mulher
Ser tudo que um homem  pede e deseja
E acabar por não ser o que se é.

Ser estudante, balconista, ser professora
Ser mãe, doméstica, ser advogada
Ser todas as profissões, todas as funções
E acabar por achar que não se foi nada.

Ser católica, protestante, ser atéia
Ser espírita, esotérica, kardecista
Ser crente em tudo, ser crente em todos
E terminar por ter de Deus só  uma pista.

Ser fêmea, felina, ser vibração
Ser gozo, prazer, satisfação
Ser toda afagos, beijos, carinhos
Ter sido SIM, cercada de tantos “NÃOS”.

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