segunda-feira, 15 de abril de 2013

MEMBRO: VÂNIA BECKER


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Vânia Lara Vargas Becker
beckervania@hotmail.com
São Sepé - RS
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VÂNIA BECKER
nasceu em 01 de agosto de 1952, em São Sepé/RS; filha de Heroína Szecko e Valentin Szecko. Escritora, poetisa e professora, Graduada em Letras, pela Universidade de Filosofia, Ciências e Letras de Umuarama/PR. Membro Efetivo da Associação Literária Sepeense – ALSE, de São Sepé/RS; e Academia de Artes, Ciências e Letras Condorcet Aranha, de Restinga Sêca/RS – AACLCA, Cadeira nº 28, Patrono Augusto dos Anjos. Tem publicado dois livros infantis: “Os Anjos” e “Lobo, Lobo Malvado”, pela Gráfica Editorial BRASUL Ltda, de Porto Alegre/RS. Também tem trabalhos publicados nos jornais de sua cidade natal. No “Projeto de Leitura”, da Escola Municipal Clemenciano Barnasque, de São Sepé/RS, ministrou Oficinas Literárias para alunos da 6ª, 7ª e 8ª séries.
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AMOR

Corpo,
Inércia,
Languidez,
Pensamentos Loucos,
Brindo a paixão
Que escorre pretensiosa
Pelos cantos invisíveis
Da ironia
E se desfaz no tique-taque
Da normalidade do cotidiano.
Bye... bye, paixão!
Bem-vindo, Amor!


DÓ MAIOR


Por ti
Meu coração
Foi do dó ao si.
Tocou valsas vienenses,
Fez acrobacias circenses,
De nada adiantou
E de arritmia parou.


MULHERES

Minha avó conversava sozinha.
Minha mãe conversava sozinha.
Eu converso sozinha.
Minhas filhas conversarão sozinhas?
Que geração é essa de mulheres
Que contam seus segredos a si mesmas?
Mulheres! Ah! Mulheres!
Mulheres que fecharam os olhos
Para preservarem o coração.
Mulheres que esfregaram assoalhos.
Que leram e escreveram livros,
Tornando-se guardiãs
Das histórias da vida.
Que benzeram tempestades,
Guardando na alma furacões
Que não choram,
Pois secavam lágrimas alheias.
Que costuraram roupas
De batismo e mortalha
Que cavoucaram a terra
Plantaram sementes,
Pariram filhos,
E Povoaram o mundo.

Mulheres!



REFÚGIO

Aqui, o vento dialoga incansável com as folhas,
Reparte segredos,
É parceiro de um bailado insano,
Há cigarras que anunciam presentes de Natal,
Há uma estrada por onde exercito
Meus passos de anciã,
Há borboletas que misturam aquarelas,
Há um encontro de sábios e aprendizes,
Há lágrimas que escorrem pelas maçãs
Vermelhas, maduras e depois de bem
Lavadas, tornam-se mais doces,
Há um corpo frágil, escondido,
Esperando a alma crescer,
Há uma dor profunda que não cabe na gaveta,
Há uma grande lua que esfrega
Os olhos e olha assustada e sonolenta
Para o dia que se derrama sobre a terra.

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