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Dea Circe Garcia Coirolo Antunes - DEA COIROLO
Gravatá - PE
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Dea
Coirolo, naturalizada brasileira, nasceu em Rio Branco Uruguai, em 1945, cidade
uruguaia que faz fronteira com a cidade brasileira de Jaguarão no RS. Estudou
em Montevidéu o primário, secundário e universidade. Foi Prof. de Biologia, no
Uruguai e no Brasil, em RN. Foi Jornalista do Jornal “El Telegrafo” em
Paysandú, e desde 1984 mora no Brasil como Correspondente Internacional do
mesmo jornal. Recebeu uma homenagem do “El Telegrafo” quando do aniversario de
100 anos do mesmo em 1º de julho de 2010, como Jornalista de destaque do ano
1983 pela sua entrevista com o Oceanógrafo Jacques Cousteau. Conhece vários
países do mundo e quase todo o Brasil. Residiu em várias cidades do Nordeste e
sete anos na Amazônia; como correspondente fez a cobertura da Eco92. Vive em
Gravatá, PE desde 1997. Começou a escrever poemas aos 17 anos. Participou da
edição do Governo uruguaio de “Distancias del Agua”, volume 46, donde foram
publicados três contos seus. Nesta mesma coleção foi publicado na Série
Homenagem, seu Livro “Rajaduras” (meio século e duas terras em poemas), volume
49. Foi convidada para ser a Antologista dos 27 poetas brasileiros da edição
conjunta Uruguai/Brasil, “Sin Fronteras: poetas brasileños e uruguayos de este
tiempo” (no prelo), na Universidade do Trabalho do Uruguai. Em setembro de 2013
foram publicados alguns de seus poemas em espanhol, na Revista Literária
MOLÍNEA, de Murcia, Espanha. Em setembro de 2013, publicou poesia na Antologia
Poesia do Brasil do XXI Congresso Brasileiro de Poesia. Em abril de 2014
publicou na III Antologia Poetas Fazendo Arte em Búzios. Faz parte da Academia
de Letras Artes e Ofícios Municipais de Pernambuco - ALAOMPE, com sede na
cidade de Bezerros, PE onde exerce o cargo de Secretária Geral da Academia. É
casada com o escritor Anchieta Antunes, tem três filhos e dois netos.
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Heredamos hogueras _
Herdamos fogueiras
heladas hogueras que crepitan _
geladas fogueiras que crepitam
en lagos de silêncios em
lagos de silêncios
hogueras que apagadas fogueiras que apagadas
aun queman por dentro ainda
queimam por dentro
que hieren con antiguas que
ferem com antigas
historias a dentadas. historias a dentadas.
Los recuerdos ardientes As
recordações ardentes
se posan, pousam
son pajaros casi moribundos são pássaros
quase moribundos
que sobrevivieron
al dolor infantil. que sobreviveram à dor infantil.
Fuego sin fuego. Fogo sem fogo.
Encendido.
Aceso.
Dea Garcia Coirolo.
28/02/14.
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LEI ÁUREA
POEMA ESCRITO PELA ACADÊMICA DEA
GARCIA COIROLO ANTUNES, SECRETARIA GERAL
DA ALAOMPE, ALUSIVO AO DIA 13 DE MAIO – DATA EM QUE SE COMEMORA A ABOLIÇÃO DA
ESCRAVATURA.
DEDICADO ESPECIALMENTE AO ATO ACADÊMICO NA CÂMARA MUNICIPAL DE
BEZERROS-PE, PARA A POSSE DOS NOVOS MEMBROS INGRESSANTES NA ACADEMIA.
Tirados da mãe África
trazidos em porões
amarrados, sem voz
sem asas, como feras
machucadas por fétidos
grilhões
Ai... dos príncipes
dos príncipes tribais
do Sul do Saara
gado humano roubado
escravos pela cor
da pele escura, bela
Orquídeas negras
do Congo, da Nigéria
do Mali, de Cabinda
Dahomey, Queto, Bengala
Senegal e Gâmbia
da Costa do Marfim
de Angola, de Luanda.
Massacrados sem dó,
submetidos pela perversidade
cega da ignorância
e pela ambição dos traficantes
da forte gente negra
afoitos por ganância.
Ai... dos corpos vendidos
para servir senhores
dos verdes canaviais
do engenho açucareiro
do cacau, do algodão
dos ricos barões dos cafezais.
Ai... das mulheres
dos filhos separadas
Ai... das meninas
sozinhas, violentadas!
Ai... dos jovens rebeldes
no pelourinho sangrando
a chicotadas!
Injustiça negreira
criminosa e longa
Sofrimento imposto
Com cruel aleivosia.
Até que uma mulher
em um 13 de Maio
ensolarado dia
exigiu por escrito:
“não mais escravidão
nas nossas terras”.
Assinada a Lei Áurea
ela deu fim ao impune pecado
de ver os escravos africanos
sendo flagelados
Dia de liberdade
para a raça negra
que nutriu
o sangue americano
com dignidade de trabalhador
com força, com valor
fazendo do Brasil uma nação
melhor!
Dea G. Coirolo – Acadêmica da
Academia de Letras, Artes e Ofícios Municipais de Pernambuco -
ALAOMPE
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Mandacaru
Maduro candelabro
ereto
no deserto
após a chuva quente
resplandece
alva seda estelar
em flâmulas pequenas
ao longe pinceladas,
abrem-se leves
brancuras perfumadas
ares densos que assombram
o pedregal
que sou
- em sussurros de brisa
circulam meus anseios,
aromas entre pedras
enredando o desejo
agônico
de ti.
Insubstancial.
Mandacaru da serra...
Morre e floresce em ciclos.
Imito-lhe.
ereto
no deserto
após a chuva quente
resplandece
alva seda estelar
em flâmulas pequenas
ao longe pinceladas,
abrem-se leves
brancuras perfumadas
ares densos que assombram
o pedregal
que sou
- em sussurros de brisa
circulam meus anseios,
aromas entre pedras
enredando o desejo
agônico
de ti.
Insubstancial.
Mandacaru da serra...
Morre e floresce em ciclos.
Imito-lhe.
Dea Coirolo.
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NOSTALGIA
Como uma esfera
etérea a nostalgia cresce
é noturna
envolve-me com
fantasmas
que me tomam
desnuda
que sussurram
gemidos
que me dão o
consolo
de rodear-me com
ela
quando um amor
distante
ou um pedaço de
solo
que estão presos
a mim
tiverem
levantado vôo.
Dea Coirolo
Gravatá-PE – 2014.
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POETA
Sou a pedra partida
nos cumes cinzentos
dos totens de granito
de onde surge
um manancial de letras
letras, pedregulho
que corre lado a lado
batendo e saltitando
em um azul azul
bigeminado em luz
sou uma brasa
que voa desprendida
e que leva consigo
um remoto ramo de desejos
feito uma tatuagem ardente
também sou eu
a que me abro
em gigantescas fendas
onde se encaixam
tuas cáusticas vertentes
e sou por ti
os grãos aurirróseos
d’uma antiga areia
de miséria granítica
que invisível transborda
das tuas marcadas gretas
as gretas que são minhas
agora e dia a dia
quando tua voz me alcança
tua voz perfeita
amorosa e sensível
de poeta
Dea G. Coirolo – 20/01/2013 –
Gravatá - Pe
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