quinta-feira, 8 de maio de 2014

MEMBRO: DEA COIROLO



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Dea Circe Garcia Coirolo Antunes - DEA COIROLO
Gravatá - PE
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Dea Coirolo, naturalizada brasileira, nasceu em Rio Branco Uruguai, em 1945, cidade uruguaia que faz fronteira com a cidade brasileira de Jaguarão no RS. Estudou em Montevidéu o primário, secundário e universidade. Foi Prof. de Biologia, no Uruguai e no Brasil, em RN. Foi Jornalista do Jornal “El Telegrafo” em Paysandú, e desde 1984 mora no Brasil como Correspondente Internacional do mesmo jornal. Recebeu uma homenagem do “El Telegrafo” quando do aniversario de 100 anos do mesmo em 1º de julho de 2010, como Jornalista de destaque do ano 1983 pela sua entrevista com o Oceanógrafo Jacques Cousteau. Conhece vários países do mundo e quase todo o Brasil. Residiu em várias cidades do Nordeste e sete anos na Amazônia; como correspondente fez a cobertura da Eco92. Vive em Gravatá, PE desde 1997. Começou a escrever poemas aos 17 anos. Participou da edição do Governo uruguaio de “Distancias del Agua”, volume 46, donde foram publicados três contos seus. Nesta mesma coleção foi publicado na Série Homenagem, seu Livro “Rajaduras” (meio século e duas terras em poemas), volume 49. Foi convidada para ser a Antologista dos 27 poetas brasileiros da edição conjunta Uruguai/Brasil, “Sin Fronteras: poetas brasileños e uruguayos de este tiempo” (no prelo), na Universidade do Trabalho do Uruguai. Em setembro de 2013 foram publicados alguns de seus poemas em espanhol, na Revista Literária MOLÍNEA, de Murcia, Espanha. Em setembro de 2013, publicou poesia na Antologia Poesia do Brasil do XXI Congresso Brasileiro de Poesia. Em abril de 2014 publicou na III Antologia Poetas Fazendo Arte em Búzios. Faz parte da Academia de Letras Artes e Ofícios Municipais de Pernambuco - ALAOMPE, com sede na cidade de Bezerros, PE onde exerce o cargo de Secretária Geral da Academia. É casada com o escritor Anchieta Antunes, tem três filhos e dois netos.
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 HERENCIA                                                                HERANÇA
Heredamos hogueras                     _                   Herdamos fogueiras
heladas hogueras que crepitan   _                    geladas fogueiras que crepitam
en lagos de silêncios                                               em lagos de silêncios
hogueras que apagadas                                        fogueiras que apagadas
aun queman por dentro                                        ainda queimam por dentro
que hieren con antiguas                                         que ferem com antigas
historias a dentadas.                                               historias a dentadas.
Los recuerdos ardientes                                         As recordações ardentes
se posan,                                                                      pousam
son pajaros  casi moribundos                               são pássaros quase moribundos
que sobrevivieron al dolor infantil.                     que sobreviveram à dor infantil.
Fuego sin fuego.                                                      Fogo sem fogo.
Encendido.                                                                Aceso.
                                                          

Dea Garcia Coirolo.
28/02/14.
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LEI   ÁUREA

POEMA  ESCRITO PELA ACADÊMICA DEA GARCIA  COIROLO ANTUNES, SECRETARIA GERAL DA ALAOMPE, ALUSIVO AO DIA 13 DE MAIO – DATA EM QUE SE COMEMORA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA.
DEDICADO ESPECIALMENTE AO ATO ACADÊMICO NA CÂMARA MUNICIPAL DE BEZERROS-PE, PARA A POSSE DOS NOVOS MEMBROS INGRESSANTES NA ACADEMIA.

Tirados da mãe África
trazidos em porões
amarrados, sem voz
sem asas, como feras
machucadas por fétidos grilhões

Ai... dos príncipes
dos príncipes tribais
do Sul do Saara
gado humano roubado
escravos pela cor
da pele escura, bela

Orquídeas negras
do Congo, da Nigéria
do Mali, de Cabinda
Dahomey, Queto, Bengala
Senegal e Gâmbia
da Costa do Marfim
de Angola, de Luanda.












Massacrados sem dó,
submetidos pela perversidade
cega da ignorância
e pela ambição dos traficantes
da forte gente negra
afoitos por ganância.

Ai... dos corpos vendidos

para servir senhores
dos verdes canaviais
do engenho açucareiro
do cacau, do algodão
dos ricos barões dos cafezais.

Ai... das mulheres
dos filhos separadas
Ai... das meninas
sozinhas, violentadas!
Ai... dos jovens rebeldes
no pelourinho sangrando
a chicotadas!



Injustiça negreira
criminosa e longa
Sofrimento imposto
Com cruel aleivosia.

Até que uma mulher
em um 13 de Maio
ensolarado dia
exigiu por escrito:
“não mais escravidão
nas nossas terras”.

Assinada a Lei Áurea
ela deu fim ao impune pecado
de ver os escravos africanos
sendo flagelados

Dia de liberdade
para a raça negra
que nutriu
o sangue americano
com dignidade de trabalhador
com força, com valor
fazendo do Brasil uma nação melhor!
Dea G. Coirolo – Acadêmica da Academia de Letras, Artes e Ofícios Municipais de Pernambuco  -  ALAOMPE
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 Mandacaru
Maduro candelabro
ereto
no deserto
após a chuva quente
resplandece
alva seda estelar
em flâmulas pequenas
ao longe pinceladas,
abrem-se leves
brancuras perfumadas
ares densos que assombram
o pedregal
que sou
            - em sussurros de brisa
            circulam meus anseios,
            aromas entre pedras
            enredando o desejo
agônico
de ti.
Insubstancial.
            Mandacaru da serra...
Morre e floresce em ciclos.
Imito-lhe.

Dea Coirolo.
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 NOSTALGIA

Como uma esfera etérea a nostalgia cresce
é noturna
envolve-me com fantasmas
que me tomam desnuda
que sussurram gemidos
que me dão o consolo
de rodear-me com ela
quando um amor distante
ou um pedaço de solo
que estão presos a mim
tiverem levantado vôo.

                                      Dea  Coirolo
                           Gravatá-PE – 2014.
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POETA 

Sou a pedra partida
nos cumes cinzentos
dos totens de granito
de onde surge
um manancial de letras

letras, pedregulho
que corre lado a lado
batendo e saltitando
em um azul azul
bigeminado em luz

sou uma brasa
que voa desprendida
e que leva consigo
um remoto ramo de desejos
feito uma tatuagem ardente

também sou eu
a que me abro
em  gigantescas fendas
onde se encaixam
tuas cáusticas vertentes

e sou por ti
os grãos aurirróseos
d’uma antiga areia
de miséria granítica
que invisível transborda
das tuas marcadas gretas

as gretas que são minhas
agora e dia a dia
quando tua voz me alcança
tua voz perfeita
amorosa e sensível
de poeta

Dea G. Coirolo – 20/01/2013 – Gravatá - Pe








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