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Poeta, tradutora, antologista,
nasceu em 1945 no Rio de Janeiro, onde vive.
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Autora de Retro-Retratos(poesia,
7Letras, 2007) eA princesa e os sapos
(poesia infantil, Memória Visual, 2013). Tem poemas incluídos na revista Poesia
Sempre da Biblioteca Nacionale em diversos sites de
literatura brasileira.Organizou, entre outras, a antologia Amar, verbo atemporal: 100 poemas de amor
(Rocco, 2012).
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Tradutora experiente, trabalha
com francês, inglês, espanhol e italiano. Por Um amor de Swann,
de Marcel Proust (L&PM, 2005) recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura.
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Coordena, desde 2007,
oficinas de tradução literária (aulas na Estação das Letras, na Livraria da
Travessa e em encontros individuais).
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Sua empresa, Portocarrero
Arte&Texto, oferece serviços de leitura crítica e carpintaria poética e
presta assessoria e orientação a autores e tradutores iniciantes.
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Em 2009 e 2011, colaborou na
curadoria do Café Literário da Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
No mesmo evento, participou como mediadora do Café Literário e do Encontro com
o Autor em 2009, 2011 e 2013.
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Compareceu, como autora
convidada, à Fliporto – Feira do Livro de Pernambuco (2013), ao 15º
Salão FNLIJdo Livro para Crianças e Jovens (2013), ao Café Literário
Off-Flip (2012 e 2011) e ao Fórum de Letras de Ouro Preto (2011).
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Em 2012 e 2013 prestou
serviços de tradução, redação e revisão à Academia Brasileira de Letras.
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Em 2013 foi membro da
comissão julgadora do Prêmio Alphonsus de Guimaraens (Poesia) da Biblioteca
Nacional.
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É membro do Pen Clube do
Brasil desde 2009.
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Convidada pelo Centro de
Artes CAMAC, volta a residirde maio a julho de 2014em Marnay-sur-Seine, na
França, onde desenvolverá diversos projetos editoriais.
Alguma poesia
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vertigo
chega
mesmo a ser um vício
isso de viver tentando
escapar ao precipício
isso de viver tentando
escapar ao precipício
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mesmice
–
estou oca –
melhor louca
que assim pouca
melhor louca
que assim pouca
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Pneumotórax pós-moderno
Febre,
dispnéia e tremores diurnos. Sem hemoptise.
Vida inteira que se foi e recomeça a ser.
Tosse, pouca.
Vida inteira que se foi e recomeça a ser.
Tosse, pouca.
Não
veio o médico,
que em tempos novos há que se ir a eles.
– Respire.
(Onde foi parar o trinta e três?)
que em tempos novos há que se ir a eles.
– Respire.
(Onde foi parar o trinta e três?)
–
É preciso confirmar com raios-X.
Infecção na base do pulmão direito.
Antibióticos de doze em doze horas.
Repouso.
–
Mais alguma recomendação, doutor? Eu deveria...?
– Não, nada tão grave, basta um pouco de bossa-nova.
– Não, nada tão grave, basta um pouco de bossa-nova.
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Em causa própria
Que
se redija uma lei que impeça amigo de virar estrela.
(Estátuas também serão proibidas.)
Por tal lei estará obrigado qualquer amigo
a se fazer ouvido
ainda que quando e se depois de ido.
Que se promulgue um decreto (nada discreto)
que determine a invalidade da ausência.
E um adendo que não permita sofrimento,
e que, pela eternidade do momento,
de tal amigo nos garanta
a sempiterna sempre terna permanência.
Pelos séculos dos séculos,
amém.
(Estátuas também serão proibidas.)
Por tal lei estará obrigado qualquer amigo
a se fazer ouvido
ainda que quando e se depois de ido.
Que se promulgue um decreto (nada discreto)
que determine a invalidade da ausência.
E um adendo que não permita sofrimento,
e que, pela eternidade do momento,
de tal amigo nos garanta
a sempiterna sempre terna permanência.
Pelos séculos dos séculos,
amém.
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enovelamento
sou
talvez linha lilás
cerzindo sem ter agulha
esgarçaduras da alma
uns rasgos do esquecimento
resoluções já puídas
às vezes em ponto cheio
às vezes ponto de cruz
ou quem sabe ponto-atrás
que vírgula aqui não cabe
e exclamação não se sabe
fazer com linha lilás
cerzindo sem ter agulha
esgarçaduras da alma
uns rasgos do esquecimento
resoluções já puídas
às vezes em ponto cheio
às vezes ponto de cruz
ou quem sabe ponto-atrás
que vírgula aqui não cabe
e exclamação não se sabe
fazer com linha lilás
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à beira de um almodóvar
E
se ataques não tiver,
se algum drama não fizer,
como conservar a calma
nessa alma
de mulher?
se algum drama não fizer,
como conservar a calma
nessa alma
de mulher?
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Qual Federico
Sendo
reais apenas os símbolos,
seja em louça verde
servido o café da manhã.
Ao menos às segundas-feiras.
seja em louça verde
servido o café da manhã.
Ao menos às segundas-feiras.
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Quebra-quebranto
Urge criar invisível muro
que me proteja
de funestos males,
silentes nuvens,
pesados fluidos
que à noite rondam
e se intrometem,
entre mim e o sono
entre o sonho e a paz.
Urge tecer delicado manto
que me resguarde
do sopro denso
de alheias penas,
que a mim isole
do fardo imenso
de quem não sabe
ou não quer mesmo
dormir feliz.
Urge entoar
cantos e cânticos,
aprender passos,
receber passes,
pedir bênçãos.
que me proteja
de funestos males,
silentes nuvens,
pesados fluidos
que à noite rondam
e se intrometem,
entre mim e o sono
entre o sonho e a paz.
Urge tecer delicado manto
que me resguarde
do sopro denso
de alheias penas,
que a mim isole
do fardo imenso
de quem não sabe
ou não quer mesmo
dormir feliz.
Urge entoar
cantos e cânticos,
aprender passos,
receber passes,
pedir bênçãos.
Urge
com todas as ervas
de todos os matos
me lavar,
em todas as cores
de todas as flores
me banhar.
Urgem rezas,
mandingas e
oferendas
que me libertem
dos maus bruxedos
e me permitam
sem quaisquer medos
amanhecer
em tons pastel.
com todas as ervas
de todos os matos
me lavar,
em todas as cores
de todas as flores
me banhar.
Urgem rezas,
mandingas e
oferendas
que me libertem
dos maus bruxedos
e me permitam
sem quaisquer medos
amanhecer
em tons pastel.
Falar sobre Celina Portocarrero é pensar na verdadeira Amizade. Sentir a alegria do encontro. A melancolia, a sabedoria principalmente os grandes amigos-irmãos na Poesia. Lembro perfeitamente do nosso primeiro encontro. De lá para cá nunca mais nos separamos, o que é verdadeiro não acaba-se por nada. Grande poeta, grande contadora de histórias, grande amiga, grande profissional. Salve Celina, minha amiga querida. Vai, mas volta. Beijos..
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